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12/10/2005
-
14h55
da BBC Brasil
O embargo parcial das importações de carne brasileira pela União Européia (UE) e pela Rússia não deve afetar as exportações do produto pelo Brasil, segundo avaliação do ex-ministro da Agricultura Vinícius Pratini de Moraes, atual presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
A UE confirmou nesta quarta-feira o embargo à importação de carnes desossadas e maturadas produzidas no Mato Grosso do Sul, onde foi detectado o foco de aftosa, e nos Estados de São Paulo e Paraná.
Já a Rússia manifestou a intenção de proibir somente as importações de carnes produzidas no Mato Grosso do Sul.
Segundo Pratini de Moraes, esses Estados respondem somente por 23% da carne produzida no Brasil. Com isso, seria possível um remanejamento interno para que outras regiões produtoras supram o mercado perdido pelas áreas afetadas pelo embargo.
"Há produção de carne do Rio Grande do Sul até o Mato Grosso. É perfeitamente possível continuar exportando normalmente se o embargo se restringir à área afetada", disse Pratini de Moraes à BBC Brasil de Roma, onde participa da Conferência Internacional da Carne.
Segundo Pratini de Moraes, embora não vá afetar negativamente as exportações brasileiras de carne como um todo, o embargo resultará em perdas econômicas para os produtores das áreas afetadas.
30% do mercado
O Brasil é o maior exportador de carnes do mundo. As exportações brasileiras nos últimos 12 meses somaram 2,1 milhões de toneladas, o que representa 30% do mercado mundial.
A UE responde por 40% do mercado das exportações de carne do Brasil, enquanto a Rússia consome 18% das exportações de carne brasileiras.
O embargo atinge, segundo a Comissão Européia (o braço executivo da UE), 60% dos estabelecimentos exportadores e entre 55% e 60% do total das carnes exportadas hoje pelo Brasil para o bloco.
Para Pratini de Moraes, o mercado europeu de carne depende das exportações brasileiras e poderia sofrer um desabastecimento caso a Comissão Européia decidisse por um embargo total.
Outro mercado importante para as carnes brasileiras é o dos países do Oriente Médio e do Norte da África, que ainda não se manifestaram sobre um possível embargo.
As decisões da Rússia e da UE foram tomadas depois de a Organização Internacional de Epizootias (OIE), responsável pelo controle internacional de doenças animais, ter confirmado na terça-feira a existência de um foco de aftosa no Mato Grosso do Sul.
Segundo Bernard Vallat, diretor-geral da OIE, a certificação de que o Brasil está livre da aftosa, para que os embargos possam ser suspensos, pode levar vários meses.
Uma missão da Panaftosa, organização regional de controle da doença nas Américas filiada à OIE, deve avaliar se todas as medidas padrão de controle da aftosa, como quarentenas e vacinações, foram tomadas pelas autoridades brasileiras.
Embargo da UE à carne brasileira não afeta exportações, diz Pratini de Moraes
ROGÉRIO WASSERMANNda BBC Brasil
O embargo parcial das importações de carne brasileira pela União Européia (UE) e pela Rússia não deve afetar as exportações do produto pelo Brasil, segundo avaliação do ex-ministro da Agricultura Vinícius Pratini de Moraes, atual presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
A UE confirmou nesta quarta-feira o embargo à importação de carnes desossadas e maturadas produzidas no Mato Grosso do Sul, onde foi detectado o foco de aftosa, e nos Estados de São Paulo e Paraná.
Já a Rússia manifestou a intenção de proibir somente as importações de carnes produzidas no Mato Grosso do Sul.
Segundo Pratini de Moraes, esses Estados respondem somente por 23% da carne produzida no Brasil. Com isso, seria possível um remanejamento interno para que outras regiões produtoras supram o mercado perdido pelas áreas afetadas pelo embargo.
"Há produção de carne do Rio Grande do Sul até o Mato Grosso. É perfeitamente possível continuar exportando normalmente se o embargo se restringir à área afetada", disse Pratini de Moraes à BBC Brasil de Roma, onde participa da Conferência Internacional da Carne.
Segundo Pratini de Moraes, embora não vá afetar negativamente as exportações brasileiras de carne como um todo, o embargo resultará em perdas econômicas para os produtores das áreas afetadas.
30% do mercado
O Brasil é o maior exportador de carnes do mundo. As exportações brasileiras nos últimos 12 meses somaram 2,1 milhões de toneladas, o que representa 30% do mercado mundial.
A UE responde por 40% do mercado das exportações de carne do Brasil, enquanto a Rússia consome 18% das exportações de carne brasileiras.
O embargo atinge, segundo a Comissão Européia (o braço executivo da UE), 60% dos estabelecimentos exportadores e entre 55% e 60% do total das carnes exportadas hoje pelo Brasil para o bloco.
Para Pratini de Moraes, o mercado europeu de carne depende das exportações brasileiras e poderia sofrer um desabastecimento caso a Comissão Européia decidisse por um embargo total.
Outro mercado importante para as carnes brasileiras é o dos países do Oriente Médio e do Norte da África, que ainda não se manifestaram sobre um possível embargo.
As decisões da Rússia e da UE foram tomadas depois de a Organização Internacional de Epizootias (OIE), responsável pelo controle internacional de doenças animais, ter confirmado na terça-feira a existência de um foco de aftosa no Mato Grosso do Sul.
Segundo Bernard Vallat, diretor-geral da OIE, a certificação de que o Brasil está livre da aftosa, para que os embargos possam ser suspensos, pode levar vários meses.
Uma missão da Panaftosa, organização regional de controle da doença nas Américas filiada à OIE, deve avaliar se todas as medidas padrão de controle da aftosa, como quarentenas e vacinações, foram tomadas pelas autoridades brasileiras.
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