Publicidade
Publicidade
18/10/2005
-
11h00
da BBC Brasil
Estudos recentes que medem o impacto da corrupção --mais especificamente do índice da Transparência Internacional-- sobre a economia sugerem que uma elevação de apenas um ponto na nota dada pela organização pode representar um aumento de 15% no investimento direto estrangeiro de um país.
A conclusão é citada em uma pesquisa divulgada nesta terça-feira por Johann Graff Lambsdorff chefe do Departamento de Política Econômica da Universidade de Passau, no sul da Alemanha, e especialista em corrupção.
Outro estudo que tenta medir, na prática, o impacto de uma percepção negativa do problema foi feito por Charles Lee e David Ng, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
Eles concluem que um ponto a mais na nota de um país aumenta o valor das ações deste mesmo país em cerca de 10%.
Isso porque os investidores usam o índice da Transparência Internacional, junto com outros inúmeros indicadores, na hora de decidir onde colocar seus recursos.
Se os estudos estiverem certos, o fato de a economia brasileira não estar sentindo agora os efeitos da atual crise política não significa que estará imune aos seus efeitos no longo prazo.
O Brasil recebeu, no ranking divulgado nesta terça-feira em Londres, nota 3,7, inferior à nota do ano passado, de 3,9.
Qualquer nota inferior a cinco indica problema grave de corrupção, segundo a Transparência Internacional.
China
Mas se há uma correlação direta entre corrupção e redução de investimento, como explicar o caso chinês, país que tem uma nota baixa no ranking da Transparência Internacional, mas consegue atrair anualmente níveis cada vez maiores de investimento.
Lambsdorff argumenta que, apesar de receber um volume alto de investimentos, a medida fica menor quando é colocada em perspectiva por causa do tamanho da economia chinesa.
"Qualquer número relacionado ao país é enorme. Mas quando você compara o volume de investimentos diretos estrangeiros recebidos pelo país com o tamanho da economia, medido pelo PIB, conclui-se que esses níveis são baixos", disse.
"Ficam em torno de 1% do PIB, quase a mesma coisa que o Brasil e um nível inferior, por exemplo, ao percentual da Hungria, que recebe cerca de 2% do PIB em investimentos", comparou o especialista alemão.
Obstáculo
Visão semelhante tem o economista chinês Shan Jim-Wei, chefe do Departamento de Comércio do Fundo Monetário Internacional FMI e autor de estudos sobre corrupção.
Shan Jim-Wei, que por causa do cargo que ocupa no FMI, não quis falar especificamente sobre nenhum país, é claro:
"A corrupção é um obstáculo para o desenvolvimento."
"Países podem receber investimentos, apesar do problema. A decisão de investir passa por inúmeros fatores, como o tamanho do mercado. O fato é que esses mesmos países poderiam receber muito mais se não fossem corruptos", concluiu.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre corrupção
Corrupção reduz investimento e valor de empresas, dizem estudos
SILVIA SALEKda BBC Brasil
Estudos recentes que medem o impacto da corrupção --mais especificamente do índice da Transparência Internacional-- sobre a economia sugerem que uma elevação de apenas um ponto na nota dada pela organização pode representar um aumento de 15% no investimento direto estrangeiro de um país.
A conclusão é citada em uma pesquisa divulgada nesta terça-feira por Johann Graff Lambsdorff chefe do Departamento de Política Econômica da Universidade de Passau, no sul da Alemanha, e especialista em corrupção.
Outro estudo que tenta medir, na prática, o impacto de uma percepção negativa do problema foi feito por Charles Lee e David Ng, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
Eles concluem que um ponto a mais na nota de um país aumenta o valor das ações deste mesmo país em cerca de 10%.
Isso porque os investidores usam o índice da Transparência Internacional, junto com outros inúmeros indicadores, na hora de decidir onde colocar seus recursos.
Se os estudos estiverem certos, o fato de a economia brasileira não estar sentindo agora os efeitos da atual crise política não significa que estará imune aos seus efeitos no longo prazo.
O Brasil recebeu, no ranking divulgado nesta terça-feira em Londres, nota 3,7, inferior à nota do ano passado, de 3,9.
Qualquer nota inferior a cinco indica problema grave de corrupção, segundo a Transparência Internacional.
China
Mas se há uma correlação direta entre corrupção e redução de investimento, como explicar o caso chinês, país que tem uma nota baixa no ranking da Transparência Internacional, mas consegue atrair anualmente níveis cada vez maiores de investimento.
Lambsdorff argumenta que, apesar de receber um volume alto de investimentos, a medida fica menor quando é colocada em perspectiva por causa do tamanho da economia chinesa.
"Qualquer número relacionado ao país é enorme. Mas quando você compara o volume de investimentos diretos estrangeiros recebidos pelo país com o tamanho da economia, medido pelo PIB, conclui-se que esses níveis são baixos", disse.
"Ficam em torno de 1% do PIB, quase a mesma coisa que o Brasil e um nível inferior, por exemplo, ao percentual da Hungria, que recebe cerca de 2% do PIB em investimentos", comparou o especialista alemão.
Obstáculo
Visão semelhante tem o economista chinês Shan Jim-Wei, chefe do Departamento de Comércio do Fundo Monetário Internacional FMI e autor de estudos sobre corrupção.
Shan Jim-Wei, que por causa do cargo que ocupa no FMI, não quis falar especificamente sobre nenhum país, é claro:
"A corrupção é um obstáculo para o desenvolvimento."
"Países podem receber investimentos, apesar do problema. A decisão de investir passa por inúmeros fatores, como o tamanho do mercado. O fato é que esses mesmos países poderiam receber muito mais se não fossem corruptos", concluiu.
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice