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18/10/2005 - 11h06

Proibição de armas no Brasil 'pode influenciar vizinhos'

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Washington

Especialistas acreditam que, se o referendo para proibir a venda de armas de fogo e munição para civis for aprovado no Brasil, a decisão pode desencadear movimentos semelhantes em outros países da América Latina.

Mas nem mesmo grupos que defendem o desarmamento acham que o resultado pode influenciar a opinião pública americana, onde a maioria é favorável ao direito de possuir armas.

"Como o maior país da região, o Brasil pode influenciar outros países e servir de exemplo para a América Latina", afirma o sociólogo Tom Smith, especialista da Universidade de Chicago.

Smith, porém, acha que o resultado no Brasil não terá influência nos Estados Unidos. "Já temos o exemplo de leis bem mais restritivas na Europa há vários anos e isso teve um impacto pequeno aqui", explica.

"A maioria dos países industrializados já tem restrições", diz o diretor-executivo do Centro de Políticas da Violência, Josh Sugarmann, que faz campanha pelo desarmamento.

"Se a proibição passar, vai ser interessante observar o efeito na América do Sul e outros países, mas nos Estados Unidos o único efeito que vejo é que o lobby a favor das armas vai usar como exemplo de que precisam ser ainda mais ativos", afirma.

Sem mudança à vista

O sociólogo Jens Ludwig, da Universidade de Georgetown, em Washington, acha que a política de controle de armas não tem a menor perspectiva de mudar nos próximos anos.

Mas ele acha que se a proibição vencer no Brasil e se depois disso houver melhora na segurança pública, esses resultados podem dar mais fôlego para grupos que fazem lobby por mudanças nas leis locais e estaduais americanas.

"Acho que o efeito vai depender do que acontecer com o crime no Brasil nos próximos anos", afirma.

Ludwig diz que para obter um efeito significativo na redução da criminalidade não basta proibir a venda de armas, é preciso também impedir a entrada de armas ilegais e recolher as que já estão em circulação. "E isso é bem mais difícil, porque é fácil contrabandear armas através da fronteira", diz ele.

O economista John Lott Jr, autor de vários livros defendendo as armas de fogo como autodefesa, não vê uma influência internacional do resultado de domingo. "Mas tenho certeza de que quem vencer vai fazer muita propaganda do resultado", afirma.
 

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