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20/10/2005 - 13h06

Chávez diz que EUA planejam invadir a Venezuela

da BBC Brasil

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou em entrevista exclusiva à BBC que o governo dos Estados Unidos quer retirá-lo do poder para tentar ter acesso às reservas petrolíferas de seu país.

"Já denunciamos a intenção. Ocorreu um golpe de estado na Venezuela (em 2002) patrocinado pelos Estados Unidos. O governo de George W. Bush planejou um golpe de Estado contra nós", disse.

"Querem o nosso petróleo, igual ao (que fizeram no) Iraque. A invasão do Iraque foi por causa do petróleo, o mundo todo sabe. E a ameaça contra a Venezuela é pelo petróleo."

"Detectamos isto, por meio de informações secretas. Temos as provas, pesquisas militares para uma suposta invasão da Venezuela que, estamos certos, nunca vai ocorrer. Mas temos que denunciar isto e alertar o mundo", disse.

Proposta

Chávez afirmou que, quando chegou ao poder, há sete anos, propôs à OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) os estabelecimento de outra faixa de preço para o barril do produto, entre US$ 22 e US$ 28.

"Conseguimos", disse. "Lembro-me que até o ex-presidente Bill Clinton me disse, na última vez que nos vimos, que a OPEP gostou e conseguimos manter esta faixa de preço por três anos. Agora esta faixa de preços foi rompida, virou história."

O presidente da Venezuela acredita que é preciso tentar estabelecer uma outra faixa de flutuação do produto, "em torno de US$ 40 (o barril) como piso".

"Nós não queremos que o petróleo continue subindo. Pedimos ao mundo, principalmente os grandes consumidores, que tomem medidas para que isto ocorra e o preço vá se regularizando", afirmou.

Terrorismo

Hugo Chávez afirmou que o pastor americano Pat Robertson, que disse em recentes declarações que o presidente venezuelano deveria ser eliminado, é um terrorista.

"Segundo as leis internacionais, ameaçar um chefe de Estado é terrorismo. Assim sendo, o senhor Robertson deveria estar na prisão, preso pela Justiça dos Estados Unidos. Mas, pelo contrário, acredito que o governo Bush o designou para uma missão importante de reconstrução depois do (furacão) Katrina", disse.

"O senhor Robertson depois disse que havia afirmado que eu poderia se seqüestrado e não morto. E também disse outra loucura, que eu estava preparando uma bomba atômica para ser lançada contra os Estados Unidos. Não me preocupo muito com isso, mas, sem dúvida, é um ato terrorista, e o governo (americano) deveria puni-lo."

O presidente venezuelano afirmou que a polêmica lei dos meios de comunicação, que segundo seus opositores restringe a liberdade de imprensa, é uma medida necessária.

"No golpe de estado de 2002 todos os canais de televisão se alinharam aos golpistas e convocavam as pessoas nas ruas para irem contra o palácio de governo (…) e publicaram uma grande mentira, que eu havia renunciado. Então, estamos aplicando a constituição e a lei, justamente para resguardar a liberdade de imprensa, a sadia liberdade de expressão."

E, mesmo depois de criticar a imprensa venezuelana, Chávez afirma que seu país desfruta de muita liberdade.

"Acho difícil existir algum outro país no mundo onde se pratique a liberdade de expressão no mesmo nível em que se pratica na Venezuela."
 

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