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02/11/2005
-
22h17
da BBC Brasil, em Tel Aviv
Israel adotou uma nova arma contra os palestinos da faixa de Gaza: estrondos ultra-sônicos causados de maneira proposital, por vôos de aviões da Força Aérea Israelense.
Nesta quarta-feira, a organização israelense Médicos pelos Direitos Humanos entrou com um recurso urgente na Suprema Corte de Justiça de Israel exigindo que o tribunal ordene o fim imediato da prática.
No recurso, a organização menciona que os choques ultra-sônicos provocam a quebra de janelas e que, segundo fontes médicas palestinas, houve um aumento do número de abortos e de queixas de problemas de audição, aparentemente, por causa dos vôos.
"Desde que saímos da faixa de Gaza, temos que procurar novos meios para dissuadir os terroristas de lançar foguetes contra o território israelense, esses vôos são uma mensagem não-violenta", disse uma porta-voz do Exército israelense, a capitã Yael Hartman, à BBC Brasil.
"Os choques ultra-sônicos são um meio eficaz e totalmente inofensivo, pois não causam danos, mas a população palestina fica amedrontada com os estrondos e pressiona os terroristas a pararem de lançar foguetes", afirmou Hartman.
A advogada da organização Médicos pelos Direitos Humanos, Yohanna Lerman, disse que espera que a Suprema Corte aceite o recurso e ponha um fim a essa nova tática do exército israelense.
"Trata-se de um caso claro de punição coletiva, que é proibida pela lei internacional, e acredito que nesse caso os juízes vão aceitar o nosso apelo e instruir o ministro da Defesa, Shaul Mofaz, a parar com os estrondos ultra-sônicos sobre a Faixa de Gaza".
Segundo a previsão da advogada, os juízes deverão discutir o recurso nos próximos dias.
Guerra psicológica
O diretor do Centro de Saúde Mental da faixa de Gaza, o psiquiatra Eyad El Sarraj, acusa Israel de causar sérios danos à população palestina e afirma que os estrondos ultra-sônicos prejudicam a saúde física e mental de um milhão e meio de habitantes da área.
"Desde que os colonos israelenses saíram da faixa de Gaza, Israel começou a usar essa tática sem precedentes contra a população civil palestina", disse ele.
"Os caças israelenses realizam vôos baixos sobre a área, em alta velocidade, quebrando propositalmente a barreira do som, a qualquer hora do dia ou da noite. "
"A população fica apavorada, principalmente as crianças que não têm a capacidade de distingüir entre bombardeios reais e estrondos ultra-sônicos", disse o psiquiatra à BBC Brasil.
"Crianças interpretam barulhos fortes como um sinal de perigo imediato e entram em um estado de ansiedade e pânico", explicou o Dr. Sarraj.
"As crianças perdem o apetite e a capacidade de se concentrar nos estudos, têm medo de se distanciar de seus pais e de ir à escola e não conseguem dormir à noite. Ultimamente tenho visto muitas criancas aturdidas e desorientadas".
De acordo com o psiquiatra palestino, essa nova tática faz parte de uma "guerra psicológica" de Israel contra os palestinos.
"Israel quer nos reduzir ao estado de animais apavorados dentro de uma jaula. A faixa de Gaza é como uma jaula pois todas as saídas são controladas por Israel e agora, com esses choques ultrasônicos, eles nos colocam em um contínuo sobressalto."
"É uma maneira de sinalizar que embora tenha retirado seus colonos e soldados, Israel continua controlando a região", disse ele.
Israel usa choques ultra-sônicos contra palestinos
GUILA FLINTda BBC Brasil, em Tel Aviv
Israel adotou uma nova arma contra os palestinos da faixa de Gaza: estrondos ultra-sônicos causados de maneira proposital, por vôos de aviões da Força Aérea Israelense.
Nesta quarta-feira, a organização israelense Médicos pelos Direitos Humanos entrou com um recurso urgente na Suprema Corte de Justiça de Israel exigindo que o tribunal ordene o fim imediato da prática.
No recurso, a organização menciona que os choques ultra-sônicos provocam a quebra de janelas e que, segundo fontes médicas palestinas, houve um aumento do número de abortos e de queixas de problemas de audição, aparentemente, por causa dos vôos.
"Desde que saímos da faixa de Gaza, temos que procurar novos meios para dissuadir os terroristas de lançar foguetes contra o território israelense, esses vôos são uma mensagem não-violenta", disse uma porta-voz do Exército israelense, a capitã Yael Hartman, à BBC Brasil.
"Os choques ultra-sônicos são um meio eficaz e totalmente inofensivo, pois não causam danos, mas a população palestina fica amedrontada com os estrondos e pressiona os terroristas a pararem de lançar foguetes", afirmou Hartman.
A advogada da organização Médicos pelos Direitos Humanos, Yohanna Lerman, disse que espera que a Suprema Corte aceite o recurso e ponha um fim a essa nova tática do exército israelense.
"Trata-se de um caso claro de punição coletiva, que é proibida pela lei internacional, e acredito que nesse caso os juízes vão aceitar o nosso apelo e instruir o ministro da Defesa, Shaul Mofaz, a parar com os estrondos ultra-sônicos sobre a Faixa de Gaza".
Segundo a previsão da advogada, os juízes deverão discutir o recurso nos próximos dias.
Guerra psicológica
O diretor do Centro de Saúde Mental da faixa de Gaza, o psiquiatra Eyad El Sarraj, acusa Israel de causar sérios danos à população palestina e afirma que os estrondos ultra-sônicos prejudicam a saúde física e mental de um milhão e meio de habitantes da área.
"Desde que os colonos israelenses saíram da faixa de Gaza, Israel começou a usar essa tática sem precedentes contra a população civil palestina", disse ele.
"Os caças israelenses realizam vôos baixos sobre a área, em alta velocidade, quebrando propositalmente a barreira do som, a qualquer hora do dia ou da noite. "
"A população fica apavorada, principalmente as crianças que não têm a capacidade de distingüir entre bombardeios reais e estrondos ultra-sônicos", disse o psiquiatra à BBC Brasil.
"Crianças interpretam barulhos fortes como um sinal de perigo imediato e entram em um estado de ansiedade e pânico", explicou o Dr. Sarraj.
"As crianças perdem o apetite e a capacidade de se concentrar nos estudos, têm medo de se distanciar de seus pais e de ir à escola e não conseguem dormir à noite. Ultimamente tenho visto muitas criancas aturdidas e desorientadas".
De acordo com o psiquiatra palestino, essa nova tática faz parte de uma "guerra psicológica" de Israel contra os palestinos.
"Israel quer nos reduzir ao estado de animais apavorados dentro de uma jaula. A faixa de Gaza é como uma jaula pois todas as saídas são controladas por Israel e agora, com esses choques ultrasônicos, eles nos colocam em um contínuo sobressalto."
"É uma maneira de sinalizar que embora tenha retirado seus colonos e soldados, Israel continua controlando a região", disse ele.
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