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03/11/2005
-
19h18
A Unesco lançou nesta quinta-feira em Paris o relatório "Da Sociedade de Informação às Sociedades do Conhecimento", no qual afirma que barreiras educacionais, culturais e lingüísticas criam um "abismo digital e um abismo de conhecimento".
Segundo o texto, essas barreiras são multifacetadas e se devem a motivos lingüísticos, econômicos, geográficos e até mesmo ligados à faixa etária e ao sexo das pessoas.
Entre as causas econômicas, diz o relatório, estão "os altos custos de aquisição de computadores pessoais, das telecomunicações e de investimentos em infra-estrutura no Hemisfério Sul". Entre as lingüísticas, a "emergência do inglês como língua franca da globalização", que, de acordo com o estudo, "deixa pouco espaço para outros idiomas dentro do ciberespaço".
Os motivos geográficos que, de acordo com a pesquisa, contribuem para esse "abismo" são as "disparidades entre cidade e campo" e, "nos países do Hemisfério Sul, as dificuldades de acesso à terra e ao crédito".
Desemprego
O desemprego também é citado como um fator: "Em muitos países, o acesso à Internet está limitado ao local de trabalho. A exclusão resultante da perda de emprego significa também a exclusão do ciberespaço".
O estudo ainda cita fatores etários: "Os jovens estão predominantemente à frente das inovações tecnológicas e de seus desenvolvimentos, mas são também os mais vulneráveis e os mais afetados por condições econômicas e sociais difíceis".
E até mesmo as "desigualdades entre os sexos são outro aspecto da barreira digital. Quase dois terços dos iletrados do mundo são do sexo feminino. Nos países em desenvolvimento, uma média de uma em cada duas mulheres não sabe ler".
A pesquisa afirma que a internet prometeu um "sistema aberto, no qual distâncias se tornariam momentaneamente irrelevantes", mas acrescenta que "a barreira digital serve para nos lembrar que a geografia na internet continua existindo".
O relatório lista não apenas disparidades entre países, mas também entre o campo e a cidade nos países em desenvolvimento, citando a Índia como exemplo.
No país asiático, afirma o estudo, 80% das conexões de internet acontecem nas 12 maiores cidades do país.
O Brasil é mencionado como um dos países onde houve notável aumento de novas tecnologias: "Dede o fim da década de 90, China, Índia, Brasil e a Rússia fizeram notáveis progressos nesse campo".
O relatório ainda acrescenta: "Seria coincidência que países em desenvolvimento que conseguiram estabelecer sistemas eficazes de inovação são grandes potências regionais, como Brasil, China e Índia?".
"Países de industrialização recente seguiram o exemplo de políticas adotadas por China e Brasil no campo científico e tecnológico, muitas vezes em contradição com seus próprios modelos econômicos, que estabeleceram sistemas de inovação e conduziram a desenvolvimento social e econômico".
O estudo da Unesco também elogia iniciativas de países como Brasil, China e Malásia, que "mostraram que políticas científicas e de tecnologia são melhor desenvolvidas se fazem parte de um programa de estratégias públicas de longo prazo".
O relatório acrescenta que, a partir de 2004, o "desenvolvimento industrial e tecnológico do Brasil fez com que o país decidisse se concentrar em suas indústrias químicas e farmacêuticas de modo a se beneficiar da biodiversidade do país em termos de recursos".
As conclusões do relatório serão apresentadas no Congresso Mundial da Sociedade de Informação, que será realizado em Túnis entre os dias 16 e 18 de novembro.
A reunião internacional será a segunda rodada de discussões sobre o tema. O primeiro encontro aconteceu em Genebra, entre 10 e 12 de dezembro de 2003, que terminou com o estabelecimento de um plano de ação.
A nova etapa de discussões visa estabelecer quais os principais desafios reservados aos países em desenvolvimento e qual a forma de implementar essas medidas de forma eficaz e econômica.
Fatores econômicos e culturais ampliam "abismo digital", diz Unesco
da BBC BrasilA Unesco lançou nesta quinta-feira em Paris o relatório "Da Sociedade de Informação às Sociedades do Conhecimento", no qual afirma que barreiras educacionais, culturais e lingüísticas criam um "abismo digital e um abismo de conhecimento".
Segundo o texto, essas barreiras são multifacetadas e se devem a motivos lingüísticos, econômicos, geográficos e até mesmo ligados à faixa etária e ao sexo das pessoas.
Entre as causas econômicas, diz o relatório, estão "os altos custos de aquisição de computadores pessoais, das telecomunicações e de investimentos em infra-estrutura no Hemisfério Sul". Entre as lingüísticas, a "emergência do inglês como língua franca da globalização", que, de acordo com o estudo, "deixa pouco espaço para outros idiomas dentro do ciberespaço".
Os motivos geográficos que, de acordo com a pesquisa, contribuem para esse "abismo" são as "disparidades entre cidade e campo" e, "nos países do Hemisfério Sul, as dificuldades de acesso à terra e ao crédito".
Desemprego
O desemprego também é citado como um fator: "Em muitos países, o acesso à Internet está limitado ao local de trabalho. A exclusão resultante da perda de emprego significa também a exclusão do ciberespaço".
O estudo ainda cita fatores etários: "Os jovens estão predominantemente à frente das inovações tecnológicas e de seus desenvolvimentos, mas são também os mais vulneráveis e os mais afetados por condições econômicas e sociais difíceis".
E até mesmo as "desigualdades entre os sexos são outro aspecto da barreira digital. Quase dois terços dos iletrados do mundo são do sexo feminino. Nos países em desenvolvimento, uma média de uma em cada duas mulheres não sabe ler".
A pesquisa afirma que a internet prometeu um "sistema aberto, no qual distâncias se tornariam momentaneamente irrelevantes", mas acrescenta que "a barreira digital serve para nos lembrar que a geografia na internet continua existindo".
O relatório lista não apenas disparidades entre países, mas também entre o campo e a cidade nos países em desenvolvimento, citando a Índia como exemplo.
No país asiático, afirma o estudo, 80% das conexões de internet acontecem nas 12 maiores cidades do país.
O Brasil é mencionado como um dos países onde houve notável aumento de novas tecnologias: "Dede o fim da década de 90, China, Índia, Brasil e a Rússia fizeram notáveis progressos nesse campo".
O relatório ainda acrescenta: "Seria coincidência que países em desenvolvimento que conseguiram estabelecer sistemas eficazes de inovação são grandes potências regionais, como Brasil, China e Índia?".
"Países de industrialização recente seguiram o exemplo de políticas adotadas por China e Brasil no campo científico e tecnológico, muitas vezes em contradição com seus próprios modelos econômicos, que estabeleceram sistemas de inovação e conduziram a desenvolvimento social e econômico".
O estudo da Unesco também elogia iniciativas de países como Brasil, China e Malásia, que "mostraram que políticas científicas e de tecnologia são melhor desenvolvidas se fazem parte de um programa de estratégias públicas de longo prazo".
O relatório acrescenta que, a partir de 2004, o "desenvolvimento industrial e tecnológico do Brasil fez com que o país decidisse se concentrar em suas indústrias químicas e farmacêuticas de modo a se beneficiar da biodiversidade do país em termos de recursos".
As conclusões do relatório serão apresentadas no Congresso Mundial da Sociedade de Informação, que será realizado em Túnis entre os dias 16 e 18 de novembro.
A reunião internacional será a segunda rodada de discussões sobre o tema. O primeiro encontro aconteceu em Genebra, entre 10 e 12 de dezembro de 2003, que terminou com o estabelecimento de um plano de ação.
A nova etapa de discussões visa estabelecer quais os principais desafios reservados aos países em desenvolvimento e qual a forma de implementar essas medidas de forma eficaz e econômica.
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