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09/11/2005
-
18h12
da BBC Brasil
A estratégia dos países em desenvolvimento de tentar postergar um acordo sobre liberalização do comércio para obter maiores concessões das nações ricas pode "sair pela culatra", de acordo com a Oxfam, uma das principais ONGs britânicas.
A Oxfam afirma que, se as negociações na próxima rodada da OMC, em Hong Kong em dezembro, fracassarem, os Estados Unidos e a União Européia podem se dedicar a obter acordos com blocos comerciais como o Mercosul.
Nesta situação, "os países pobres não terão os mesmos direitos", nas palavras de Amy Barry, a representante da área de comércio da Oxfam International.
Barry diz que entende "por que o Brasil e a Índia querem pisar no freio" nas negociações que envolvem os setores industrial e de serviços, mas diz que é preciso "ter cautela para não correr o risco de diluir quaisquer acordos que os países em desenvolvimento visam obter desde 2001, na Rodada de Doha".
De acordo com a representante da Oxfam, "os americanos e os europeus já estão dizendo que, se um acordo não for obtido, eles irão negociar diretamente com cada bloco".
"Isso é muito arriscado para os menos desenvolvidos, que têm menos poderes para resistir a pressões dos países ricos."
Risco
Por sua vez, Matt Griffiths, da ONG Cafod (Fundo Católico para Desenvolvimento Internacional), diz que, se as negociações fracassarem, "ninguém sairá ganhando".
"Mas também há o risco de que os países em desenvolvimento sejam forçados a liberalizar serviços, a cortar subsídios agrícolas e industriais."
No entender do ativista, é preciso submeter os Estados Unidos e a União Européia a fortes pressões públicas.
"Não basta levar adiante as negociações se eles não cederem em alguns pontos."
Claire Malamehd, representante da área de comércio da Christian Aid, acredita que a ausência de um acordo em Hong Kong não será "desastroso" e defende que é "melhor uma boa negociação do que apenas uma negociação rápida".
Mas ela acredita que com uma nova rodada de negociações ou não, os países em desenvolvimento precisam buscar garantias na reunião em Hong Kong.
Ela também diz que, na medida em que se aproximar de um acordo, é necessário que os países mais pobres estejam com atenção redobrada.
"Na Rodada Uruguai, surgiu no último minuto uma negociação sobre propriedade intelectual à qual as nações em desenvolvimento não prestaram grande atenção, mas que acabou se revelando um mau negócio. É preciso observar de perto cada acordo e levar em conta as implicações que eles terão no futuro", afirma Malamehd.
Adiar acordo na OMC pode ser 'tiro pela culatra', alerta ONG
BRUNO GARCEZda BBC Brasil
A estratégia dos países em desenvolvimento de tentar postergar um acordo sobre liberalização do comércio para obter maiores concessões das nações ricas pode "sair pela culatra", de acordo com a Oxfam, uma das principais ONGs britânicas.
A Oxfam afirma que, se as negociações na próxima rodada da OMC, em Hong Kong em dezembro, fracassarem, os Estados Unidos e a União Européia podem se dedicar a obter acordos com blocos comerciais como o Mercosul.
Nesta situação, "os países pobres não terão os mesmos direitos", nas palavras de Amy Barry, a representante da área de comércio da Oxfam International.
Barry diz que entende "por que o Brasil e a Índia querem pisar no freio" nas negociações que envolvem os setores industrial e de serviços, mas diz que é preciso "ter cautela para não correr o risco de diluir quaisquer acordos que os países em desenvolvimento visam obter desde 2001, na Rodada de Doha".
De acordo com a representante da Oxfam, "os americanos e os europeus já estão dizendo que, se um acordo não for obtido, eles irão negociar diretamente com cada bloco".
"Isso é muito arriscado para os menos desenvolvidos, que têm menos poderes para resistir a pressões dos países ricos."
Risco
Por sua vez, Matt Griffiths, da ONG Cafod (Fundo Católico para Desenvolvimento Internacional), diz que, se as negociações fracassarem, "ninguém sairá ganhando".
"Mas também há o risco de que os países em desenvolvimento sejam forçados a liberalizar serviços, a cortar subsídios agrícolas e industriais."
No entender do ativista, é preciso submeter os Estados Unidos e a União Européia a fortes pressões públicas.
"Não basta levar adiante as negociações se eles não cederem em alguns pontos."
Claire Malamehd, representante da área de comércio da Christian Aid, acredita que a ausência de um acordo em Hong Kong não será "desastroso" e defende que é "melhor uma boa negociação do que apenas uma negociação rápida".
Mas ela acredita que com uma nova rodada de negociações ou não, os países em desenvolvimento precisam buscar garantias na reunião em Hong Kong.
Ela também diz que, na medida em que se aproximar de um acordo, é necessário que os países mais pobres estejam com atenção redobrada.
"Na Rodada Uruguai, surgiu no último minuto uma negociação sobre propriedade intelectual à qual as nações em desenvolvimento não prestaram grande atenção, mas que acabou se revelando um mau negócio. É preciso observar de perto cada acordo e levar em conta as implicações que eles terão no futuro", afirma Malamehd.
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