Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/11/2005 - 08h20

Estrutura policial induz à impunidade no Brasil, diz FT

da BBC Brasil

O diário britânico Financial Times traz nesta terça-feira uma reportagem sobre os problemas enfrentados pelo Brasil como conseqüência da impunidade criminal.

Segundo a reportagem, a estrutura dos serviços de segurança impede uma mudança. A rivalidade entre as polícias civil e militar, os baixos salários, a falta de treinamento, a corrupção e a violência são os fatores citados pelo jornal como entraves às investigações e aos julgamentos.

O Financial Times compara a taxa de prisões em casos de assassinato no Rio de Janeiro, de 5%, à taxa verificada no Reino Unido, de 92%, para constatar o baixíssimo índice de punição aos criminosos.

A reportagem cita ainda a recente soltura do ex-prefeito Paulo Maluf e de seu filho, após 40 dias de prisão, e os escândalos de corrupção no Congresso, em Brasília, para afirmar que os chamados crimes de colarinho branco são aceitos como “um fato da vida” no Brasil e que as punições são raras.

O jornal conclui dizendo que “algumas políticas promissoras foram desenvolvidas nos níveis municipal, estadual e nacional”, mas que elas acabam freqüentemente abandonadas. Nas palavras do jornal, “muitas pessoas, em todos os níveis, estão felizes em deixar as coisas como elas são”.

Tamiflu e suicídios

Outro tema de destaque em alguns dos principais jornais britânicos nesta terça-feira são as indicações que ligam o uso do Tamiflu, um remédio indicado para tratar a gripe aviária, ao aumento no risco de suicídio.

Segundo aponta o jornal The Independent, agências reguladoras européias determinaram estudos sobre a questão após dois adolescentes japoneses terem se suicidado depois de tomar o remédio.

Para o Independent, as mortes levantam dúvidas sobre a segurança do “único tratamento conhecido contra a gripe aviária”.

Um médico japonês citado pelo jornal The Times disse que uma outra garota foi impedida de saltar pela janela dois dias após começar a tomar o Tamiflu.

Para o jornal, os incidentes devem enviar uma mensagem de cautela à comunidade internacional sobre o possível uso do remédio no caso de uma pandemia de gripe.

Armas químicas no Iraque

O possível uso de armas químicas pelo Exército americano no Iraque é tema de artigos publicados pelos jornais britânicos The Guardian e The Independent.

Em uma reportagem de duas páginas, o Independent destaca que a controvérsia sobre o suposto uso de bombas de fósforo branco pelos americanos vem desde novembro do ano passado, quando um ataque contra insurgentes atingiu a cidade de Falluja.

O jornal destaca que o tema ganhou corpo na semana passada com a transmissão de um documentário pela TV italiana RAI dizendo que civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos por queimaduras causadas pelas bombas de fósforo.

Após uma investigação realizada pelo próprio Independent, o jornal concluiu que as bombas foram usadas contra insurgentes, que os soldados muitas vezes não sabiam quem estavam atingindo e que há amplas informações sobre civis com queimaduras sérias.

Um artigo do colunista George Monbiot publicado pelo The Guardian observa que as evidências do uso de bombas de fósforo podem ser encontradas em informações originadas pelo próprio Exército.

Monbiot cita um relato publicado em março em uma revista do Exército americano, que diz que as bombas de fósforo branco foram usadas “para iluminação em duas ocasiões e posteriormente no campo de batalha, como uma potente arma psicológica contra os insurgentes nas trincheiras”.

Outro relato citado por ele foi publicado em abril do ano passado por um repórter de um jornal da Califórnia que acompanhou os soldados no Iraque, citando o disparo de “uma mistura de fósforo branco e fortes explosivos” contra prédios de Falluja onde insurgentes haviam sido vistos.

Para um editorial publicado pelo The Independent, entitulado “Uma tentativa de justificar o injustificável”, o jornal diz que se ficar provado o uso de bombas de fósforo branco contra civis, o Exército dos Estados Unidos “terá cometido um crime de guerra”.

“Assim como a tortura, o disparo de armas químicas em uma área onde elas podem atingir civis é imoral. Um inquérito precisa descobrir a verdade sobre o que ocorreu em Falluja”, diz o editorial.

Mas observando que o governo americano não nega o uso de bombas de fósforo branco no Iraque, mas apenas diz que elas não visavam civis e tinham como objetivo somente iluminar posições militares, o editorial conclui: “Que o governo Bush tente até mesmo justificar tal prática é profundamente vergonhoso para a América”.

Chávez X Fox

O conflito diplomático entre o México e a Venezuela, que culminou com a retirada dos embaixadores dos dois lados, é tema de uma reportagem do The New York Times nesta terça-feira.

O diário americano observa que a desavença entre os presidentes Vicente Fox, do México, e Hugo Chávez, da Venezuela, vem desde a Cúpula das Américas, no início do mês, quando os dois discordaram sobre a proposta para a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Para o New York Times, a disputa reflete uma divisão profunda entre Canadá, Estados Unidos e México, de um lado, e de outro dos presidentes latino-americanos mais à esquerda, que rejeitaram os pedidos do presidente George W. Bush por um acordo de livre comércio no continente.

O jornal El Universal, do México, diz que Fox considera a possibilidade de romper definitivamente as relações diplomáticas com a Venezuela se as supostas ofensas de Chávez contra ele continuarem.

Um acadêmico citado pelo jornal diz que a inexperiência diplomática do governo mexicano ao violar as formalidades e o protocolo durante as discussões na cúpula é o pano de fundo da crise.

Para o acadêmico, professor da Universidade Nacional do México, a política externa do governo Fox afastou o país de Cuba, “uma referência histórica na definição da política externa mexicana”, isolou o país dos países do Caribe “com o processo de eleição do secretário-geral da OEA” e se isolou dos países da América do Sul “pela falta de tato para manifestar opiniões diferentes”.

O venezuelano El Universal, por sua vez, destaca em um quadro entitulado “Vizinho incômodo” os recentes problemas diplomáticos envolvendo o governo de Chávez e outros países do continente americano, entre eles os Estados Unidos, a Colômbia, a República Dominicana, a Costa Rica, a Bolívia e o Equador.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página