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16/11/2005
-
11h33
da BBC Brasil, em Nova York
A viagem em curso de George W. Bush pela Ásia é longa (sete dias) e o cardápio de assuntos nos encontros bilaterais e multilaterais é variado, com temas que vão da necessidade dos chineses apreciarem sua moeda às intermináveis negociações sobre o programa nuclear da Coréia do Norte.
No entanto, a Casa Branca se empenha em conferir expectativas realmente baixas às visitas ao Japão, Coréia do Sul, China e Mongólia.
Em parte, faz sentido não alimentar ansiedades após os reveses da mais recente viagem internacional do presidente.
Os encontros na América do Sul não trouxeram resultados positivos e para o líder americano foi o dissabor de ver o palco ocupado pelo estridente presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na cúpula de Mar del Plata.
E de qualquer forma, Bush está em um momento pouco auspicioso de sua Presidência, assolado por problemas domésticos e amargando a mais baixa taxa de aprovação em quase cinco anos de governo.
Não se espera nada espetacular nesta viagem asiática. Para Bush já é sempre um consolo estar distante de Washington, mesmo quando suas escalas internacionais estimulam protestos antiamericanos.
Agora na escala japonesa estão na pauta habituais pendências comerciais, assim como a necessidade de algumas pressões para o governo de Tóquio moderar sua retórica nacionalista.
Mas as relações de Bush com o primeiro-ministro Junichiro Koizumi são boas e aí está um raro caso de dirigente de país do Primeiro Mundo em uma sólida posição no poder.
Na reunião de cúpula dos dirigentes da região Ásia-Pacífico, a ser realizada em Busan, na Coréia do Sul, Bush poderá ser dramático sobre o risco da gripe do frango.
Aí esta um tema que não provoca controvérsias. Haverá também um chamado por livre comércio ao estilo americano, o que não gera tanta polêmica como na América Latina.
China
Será a terceira visita de Bush à China. Os Estados Unidos ainda não calibraram uma resposta ao maior desafio geopolítico desta primeira metade do século 21, que é a ascensão da China ao pódio das superpotências.
Será a terceira visita de Bush à China. Os Estados Unidos ainda não calibraram uma resposta ao maior desafio geopolítico desta primeira metade do século 21, que é a ascensão da China ao pódium das superpotências.
O gigante asiático é sem dúvida parceiro e competidor dos americanos. Já na escala no Japão, Bush fez um discurso sobre a importância da democracia global, exortando o regime comunista a seguir o exemplo de Taiwan e abraçar a liberdade "em todos os níveis".
Mas sua retórica sobre status político chinês tem sido mais amena nos últimos tempos. O foco desta viagem asiática não é exigir democracia instantânea em Pequim.
Os temas principais dos encontros de Bush com o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao serão econômicos.
Mas de novo a idéia de Washington é minimizar as expectativas de grandes decisões em questões como o desequilíbrio da balança comercial e muito menos acenar com ameaças, apesar da mobilização protecionista no Congresso em Washington.
A escala de algumas horas de Bush na Mongólia na próxima segunda-feira talvez se configure como o momento mais agradável da viagem asiática.
Afinal está cada vez mais difícil para Washington encontrar aliados de confiança em causas como o Iraque.
A Mongólia é um deles, com seus 160 soldados integrando as tropas da coalizão pró-americana. É o terceiro maior contingente em proporção à população.
Bush vai para as estepes agradecer este apoio, logo após a viagem com o mesmo objetivo do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, presenteado com um cavalo.
A Mongólia é território virgem para presidentes americanos. Bush será um desbravador e poderá se sentir em casa pois o remoto país tem suas semelhanças físicas com o Texas.
Bush realiza longa viagem pela Ásia, mas com expectativas baixas
CAIO BLINDERda BBC Brasil, em Nova York
A viagem em curso de George W. Bush pela Ásia é longa (sete dias) e o cardápio de assuntos nos encontros bilaterais e multilaterais é variado, com temas que vão da necessidade dos chineses apreciarem sua moeda às intermináveis negociações sobre o programa nuclear da Coréia do Norte.
No entanto, a Casa Branca se empenha em conferir expectativas realmente baixas às visitas ao Japão, Coréia do Sul, China e Mongólia.
Em parte, faz sentido não alimentar ansiedades após os reveses da mais recente viagem internacional do presidente.
Os encontros na América do Sul não trouxeram resultados positivos e para o líder americano foi o dissabor de ver o palco ocupado pelo estridente presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na cúpula de Mar del Plata.
E de qualquer forma, Bush está em um momento pouco auspicioso de sua Presidência, assolado por problemas domésticos e amargando a mais baixa taxa de aprovação em quase cinco anos de governo.
Não se espera nada espetacular nesta viagem asiática. Para Bush já é sempre um consolo estar distante de Washington, mesmo quando suas escalas internacionais estimulam protestos antiamericanos.
Agora na escala japonesa estão na pauta habituais pendências comerciais, assim como a necessidade de algumas pressões para o governo de Tóquio moderar sua retórica nacionalista.
Mas as relações de Bush com o primeiro-ministro Junichiro Koizumi são boas e aí está um raro caso de dirigente de país do Primeiro Mundo em uma sólida posição no poder.
Na reunião de cúpula dos dirigentes da região Ásia-Pacífico, a ser realizada em Busan, na Coréia do Sul, Bush poderá ser dramático sobre o risco da gripe do frango.
Aí esta um tema que não provoca controvérsias. Haverá também um chamado por livre comércio ao estilo americano, o que não gera tanta polêmica como na América Latina.
China
Será a terceira visita de Bush à China. Os Estados Unidos ainda não calibraram uma resposta ao maior desafio geopolítico desta primeira metade do século 21, que é a ascensão da China ao pódio das superpotências.
Será a terceira visita de Bush à China. Os Estados Unidos ainda não calibraram uma resposta ao maior desafio geopolítico desta primeira metade do século 21, que é a ascensão da China ao pódium das superpotências.
O gigante asiático é sem dúvida parceiro e competidor dos americanos. Já na escala no Japão, Bush fez um discurso sobre a importância da democracia global, exortando o regime comunista a seguir o exemplo de Taiwan e abraçar a liberdade "em todos os níveis".
Mas sua retórica sobre status político chinês tem sido mais amena nos últimos tempos. O foco desta viagem asiática não é exigir democracia instantânea em Pequim.
Os temas principais dos encontros de Bush com o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao serão econômicos.
Mas de novo a idéia de Washington é minimizar as expectativas de grandes decisões em questões como o desequilíbrio da balança comercial e muito menos acenar com ameaças, apesar da mobilização protecionista no Congresso em Washington.
A escala de algumas horas de Bush na Mongólia na próxima segunda-feira talvez se configure como o momento mais agradável da viagem asiática.
Afinal está cada vez mais difícil para Washington encontrar aliados de confiança em causas como o Iraque.
A Mongólia é um deles, com seus 160 soldados integrando as tropas da coalizão pró-americana. É o terceiro maior contingente em proporção à população.
Bush vai para as estepes agradecer este apoio, logo após a viagem com o mesmo objetivo do secretário de Defesa Donald Rumsfeld, presenteado com um cavalo.
A Mongólia é território virgem para presidentes americanos. Bush será um desbravador e poderá se sentir em casa pois o remoto país tem suas semelhanças físicas com o Texas.
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