Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/11/2005 - 18h49

Craques brasileiros fazem a festa em clássico espanhol

JULIANA VALE
da BBC Brasil

Neste sábado, a Espanha vai parar para assistir ao seu maior clássico esportivo: Barcelona x Real Madrid.

As duas maiores equipes do país se enfrentarão pela primeira vez nesta temporada e os brasileiros são os grandes protagonistas do espetáculo.

O Barcelona Fútbol Club e o Real Madrid Club de Fútbol costumam revezar-se na liderança da Liga Espanhola e sempre que se encontram, a disputa em campo converte-se em um duelo de titãs.

O próximo será na noite deste sábado, no estádio Santiago Bernabéu de Madri, onde haverá mais de 80.000 pessoas.

Os ingressos, como sempre, já estão esgotados há semanas e mais de 300 jornalistas – de dentro e fora da Espanha – estão credenciados para cobrir o evento.

Partidas como esta "são completamente diferentes das demais", segundo Ronaldinho Gaúcho, meio-campo do Barcelona, que está acostumado a ver como “muda o estado de ânimo de todo o país”.

Mobilização nacional

Tamanha é a expectativa gerada pelo próximo combate de craques que, desde o início do mês, as bolsas de apostas estão trabalhando a ritmo vertiginoso.

Embora não haja um claro favorito entre os apostadores, ninguém consegue ficar imparcial. Até o presidente do governo da Espanha, Rodrigues Zapatero entrou no tradicional bolão organizado pelo Congresso dos deputados.

Culé (torcedor do Barcelona) assumido, Zapatero está convencido que a vitória será dos catalães.

Respondendo pelo time adversário, entretanto, o atacante brasileiro Ronaldo não se abala: "Não há favoritos em um clássico como este, de tanta importância. Joga-se em cada detalhe, em cada jogada".

Para quem nunca veio à Espanha numa ocasião como esta, uma comparação razoável seria o clima vivido numa final de campeonato entre Flamengo e Vasco no Maracanã ou entre Corinthians e Palmeiras no Morumbi.

A diferença é que na Espanha, a mobilização ganha dimensões significativamente maiores.

O Barça e o Madrid são, hoje, dois dos melhores clubes do mundo e contam com torcedores fiéis nos mais remotos cantos do planeta.

"Duas semanas antes, o assunto é só esse. Os jornalistas não param de pedir entrevistas ao clube e todo mundo – na rua, na televisão – fala disso", conta o meio-campo do Barcelona, Deco.

Constelação brasileira

Quando eles entrarem em campo, neste sábado, vai haver gente colada na televisão em todos os cinco continentes. Os lances do clássico serão retransmitidos para 25 países europeus, 12 da África, 18 da Ásia e cinco da América.

No Brasil, o interesse é especial porque onze dos protagonistas são conterrâneos.

Enquanto Ronaldinho, Deco, Edmilson, Sylvinho, Belletti e Thiago Motta vestem a camisa azul e vermelha do Barcelona, no outro extremo do gramado, Ronaldo, Robinho, Roberto Carlos, Baptista - e o técnico Vanderlei Luxemburgo - defendem o branco do Real Madrid.

Os torcedores espanhóis já estão acostumados a esse futebol com sotaque estrangeiro.

Desde a Eurocopa de 1964, eles não conquistaram sozinhos nenhum título importante. Com clubes ricos e um campeonato bem organizado, o país acabou virando um importante receptor de talentos.

Embora também haja algumas estrelas espanholas – como o goleiro Iker Casillas ou o atacante Raúl do Madrid, que jogam na seleção espanhola –, por tradição, os astros do futebol nacional vêm de outras latitudes. Especialmente da América Latina.

'Na cadência do samba'

O Brasil é o principal exportador de craques futebolísticos do mundo, hoje em dia. Uma das maiores virtudes que vende é o jogo de ataque. Além das ousadas manobras e da criatividade que os brasileiros mostram em campo, eles marcam gols. Muitos gols.

Esse festival de bolas na rede durante uma mesma partida surpreende os torcedores acostumados ao típico futebol europeu – que, pela regra, investe tanto na ofensiva como na defesa e acaba tendo placares mais minguados.

Para os espanhóis, maravilhados com os malabarismos de Ronaldo, Ronaldinho, Robinho e companhia, só mesmo outro estereótipo brasileiro explicaria a ginga dos jogadores: "eles jogam na cadência do samba", como dizem alguns comentaristas esportivos daqui.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página