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14/12/2005
-
11h51
Devido ao extraordinário sucesso de crônica recente minha entre três leitores bissextos sobre meu relacionamento com a estrela Carmen Miranda, dita a Pequena Notável, resolvi iniciar uma série de seis lembranças sobre meus esbarrões com a fama e as celebridades.
Gostaria, no entanto, de abrir parênteses para explicar aos queridos três, e quem mais por aqui estiver folgando, que nunca tive vontade de mandar bala numa celebridade.
A rigor, vontade tive, mas não mandei.
Clique aqui para ouvir esta coluna na voz de Ivan Lessa
Foi quando, como Mark Chapman, o assassino de John Lennon, eu li Apanhador em Campo de Centeio, de J.D. Salinger, título brasileiro que nunca quis dizer blicas, sendo apenas uma tradução literal de Catcher in the Rye imposta pelos caprichos maniáticos do estranho e recluso autor.
Chapman leu, não entendeu, mas cismou que era para dar um teco na futura finada causa de viver da ah, tão escrutável sra. Yoko Ono.
Eu também li (em inglês também), não entendi nada, mas encasquetei que era para mandar bala no Nelson Gonçalves.
Felizmente, prevaleceram o bom senso e o sol de Copacabana e eu fui fazer outras bobagens pelo bairro mesmo, mas nada de tão sério, perigoso ou pretensioso.
Fecha parênteses. Volto à Londres dos anos 80.
Minha filha estudando no colégio More House, logo ali em Pont Street, quase em frene ao hotel Cadogan, onde foi preso por práticas exóticas o talentoso Oscar Wilde.
Festa de fim de ano, auditório do conselho de Kensington e Chelsea, distribuição de prêmios para as alunas.
Discursou a diretora, discursou uma baronesa.
Sentado bem à minha frente, o ator Michael Caine e mulher, Shakira, ex-modelo, cuja filha era colega de classe da minha.
Na penumbra, enquanto outras alunas pouco interessantes chegavam ao palco, examinei a nuca de Caine (né Maurice Micklewhite).
Era sobre a forte e, até onde eu distinguia, por sobre a rosada.
Abaixo dela um colarinho azul e o início de um bem cortado paletó também azul, só que marinho.
Uma nuca das mais interessantes que tive a oportunidade de observar.
A menina dele recebeu seu prêmio, a minha o dela, o Livro Guiness de Recordes, por sinal.
Eu aplaudi ambas, ele idem.
Separamo-nos sem nos despedirmos. Mas até hoje ainda tenho gravada na retina a nuca de Michael Caine
Breve: Marcello Mastroianni toma um expresso, Otto Preminger atravessa a rua 57.
A nuca do Michael Caine
da BBC BrasilDevido ao extraordinário sucesso de crônica recente minha entre três leitores bissextos sobre meu relacionamento com a estrela Carmen Miranda, dita a Pequena Notável, resolvi iniciar uma série de seis lembranças sobre meus esbarrões com a fama e as celebridades.
Gostaria, no entanto, de abrir parênteses para explicar aos queridos três, e quem mais por aqui estiver folgando, que nunca tive vontade de mandar bala numa celebridade.
A rigor, vontade tive, mas não mandei.
![](http://www.bbc.co.uk/worldservice/images/furniture/800_arrow.gif)
Foi quando, como Mark Chapman, o assassino de John Lennon, eu li Apanhador em Campo de Centeio, de J.D. Salinger, título brasileiro que nunca quis dizer blicas, sendo apenas uma tradução literal de Catcher in the Rye imposta pelos caprichos maniáticos do estranho e recluso autor.
Chapman leu, não entendeu, mas cismou que era para dar um teco na futura finada causa de viver da ah, tão escrutável sra. Yoko Ono.
Eu também li (em inglês também), não entendi nada, mas encasquetei que era para mandar bala no Nelson Gonçalves.
Felizmente, prevaleceram o bom senso e o sol de Copacabana e eu fui fazer outras bobagens pelo bairro mesmo, mas nada de tão sério, perigoso ou pretensioso.
Fecha parênteses. Volto à Londres dos anos 80.
Minha filha estudando no colégio More House, logo ali em Pont Street, quase em frene ao hotel Cadogan, onde foi preso por práticas exóticas o talentoso Oscar Wilde.
Festa de fim de ano, auditório do conselho de Kensington e Chelsea, distribuição de prêmios para as alunas.
Discursou a diretora, discursou uma baronesa.
Sentado bem à minha frente, o ator Michael Caine e mulher, Shakira, ex-modelo, cuja filha era colega de classe da minha.
Na penumbra, enquanto outras alunas pouco interessantes chegavam ao palco, examinei a nuca de Caine (né Maurice Micklewhite).
Era sobre a forte e, até onde eu distinguia, por sobre a rosada.
Abaixo dela um colarinho azul e o início de um bem cortado paletó também azul, só que marinho.
Uma nuca das mais interessantes que tive a oportunidade de observar.
A menina dele recebeu seu prêmio, a minha o dela, o Livro Guiness de Recordes, por sinal.
Eu aplaudi ambas, ele idem.
Separamo-nos sem nos despedirmos. Mas até hoje ainda tenho gravada na retina a nuca de Michael Caine
Breve: Marcello Mastroianni toma um expresso, Otto Preminger atravessa a rua 57.
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