Publicidade
Publicidade
13/01/2006
-
12h02
da BBC Brasil
O Irã provocou temores na comunidade internacional ao retirar os selos que lacravam seus centros de pesquisas nucleares, mas especialistas afirmam que o país ainda precisaria de vários anos para ser capaz de produzir uma bomba nuclear.
Há dois caminhos para a criação de uma arma atômica: usa-se ou urânio enriquecido ou plutônio. O Irã poderia optar por qualquer uma dessas rotas.
A República Islâmica já iniciou o processo de purificação de urânio necessário para a obtenção de material para a fabricação de armas.
Seus cientistas já produziram um subproduto do urânio usado para armas nucleares, conhecido como “yellow cake", numa usina nuclear em Isfahan.
Material contaminado
Entretanto, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês), importante centro de pesquisa com sede em Londres, afirmou em relatório em setembro que este material estava contaminado e não tinha condições de ser aproveitado.
Uma das formas de se enriquecer urânio a altos níveis é por meio da utilização de centrífugas de gás.
O Irã possui 164 máquinas centrifugadoras instaladas na usina de Natanz, mas isso representa apenas um quinto do total necessário para que a usina de enriquecimento esteja totalmente operacional.
Segundo Mark Fitzpatrick, pesquisador de não-proliferação do IISS, o Irã já tinha outras mil centrífugas antes de suspender temporariamente suas atividades nucleares em 2003. Elas ainda precisam ser testadas para comprovar se ainda funcionam.
Fitzpatrick observa que, de qualquer jeito, o país já possui peças para fabricar mais mil centrífugas.
Frank Barnaby, consultor do Oxford Research Group, que lida com questões de segurança internacional, também diz que o Irã ainda não tem capacidade de centrifugação suficiente para enriquecer o urânio necessário para uma arma nuclear.
E mesmo se a usina for completada, ela está atualmente configurada para produzir urânio de baixo enriquecimento, e não o urânio altamente enriquecido que serve de material para a bomba atômica.
Em vista dessas limitações, o IISS diz acreditar que levaria pelo menos uma década para o Irã ser capaz de produzir urânio altamente enriquecido para uma única ogiva nuclear.
Plutônio
O Irã poderia também utilizar plutônio para fazer armas nucleares. Analistas advertem, porém, que este seria um caminho complicado.
O plutônio pode ser obtido como subproduto das fissões feitas no reator nuclear de fabricação russa em Bushehr.
O IISS afirma que o Irã teria de construir uma usina de reprocessamento capaz de utilizar o combustível das instalações de Bushehr e que isso seria tecnicamente um grande desafio.
Mas, segundo Barnaby, o reprocessamento poderia ser feito a curto prazo em um laboratório químico bem equipado.
O Irã está construindo também um reator de água pesada em Arak que, na opinão de Barnaby, poderia "produzir de forma muito eficaz o plutônio do tipo necessário para armas nucleares".
Mas este reator não estará pronto, na melhor das hipótese, até 2014, diz o IISS.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o programa nuclear iraniano
Irã levaria anos para ter a bomba, dizem especialistas
SARAH BUCKLEY E PAUL RINCONda BBC Brasil
O Irã provocou temores na comunidade internacional ao retirar os selos que lacravam seus centros de pesquisas nucleares, mas especialistas afirmam que o país ainda precisaria de vários anos para ser capaz de produzir uma bomba nuclear.
Há dois caminhos para a criação de uma arma atômica: usa-se ou urânio enriquecido ou plutônio. O Irã poderia optar por qualquer uma dessas rotas.
A República Islâmica já iniciou o processo de purificação de urânio necessário para a obtenção de material para a fabricação de armas.
Seus cientistas já produziram um subproduto do urânio usado para armas nucleares, conhecido como “yellow cake", numa usina nuclear em Isfahan.
Material contaminado
Entretanto, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês), importante centro de pesquisa com sede em Londres, afirmou em relatório em setembro que este material estava contaminado e não tinha condições de ser aproveitado.
Uma das formas de se enriquecer urânio a altos níveis é por meio da utilização de centrífugas de gás.
O Irã possui 164 máquinas centrifugadoras instaladas na usina de Natanz, mas isso representa apenas um quinto do total necessário para que a usina de enriquecimento esteja totalmente operacional.
Segundo Mark Fitzpatrick, pesquisador de não-proliferação do IISS, o Irã já tinha outras mil centrífugas antes de suspender temporariamente suas atividades nucleares em 2003. Elas ainda precisam ser testadas para comprovar se ainda funcionam.
Fitzpatrick observa que, de qualquer jeito, o país já possui peças para fabricar mais mil centrífugas.
Frank Barnaby, consultor do Oxford Research Group, que lida com questões de segurança internacional, também diz que o Irã ainda não tem capacidade de centrifugação suficiente para enriquecer o urânio necessário para uma arma nuclear.
E mesmo se a usina for completada, ela está atualmente configurada para produzir urânio de baixo enriquecimento, e não o urânio altamente enriquecido que serve de material para a bomba atômica.
Em vista dessas limitações, o IISS diz acreditar que levaria pelo menos uma década para o Irã ser capaz de produzir urânio altamente enriquecido para uma única ogiva nuclear.
Plutônio
O Irã poderia também utilizar plutônio para fazer armas nucleares. Analistas advertem, porém, que este seria um caminho complicado.
O plutônio pode ser obtido como subproduto das fissões feitas no reator nuclear de fabricação russa em Bushehr.
O IISS afirma que o Irã teria de construir uma usina de reprocessamento capaz de utilizar o combustível das instalações de Bushehr e que isso seria tecnicamente um grande desafio.
Mas, segundo Barnaby, o reprocessamento poderia ser feito a curto prazo em um laboratório químico bem equipado.
O Irã está construindo também um reator de água pesada em Arak que, na opinão de Barnaby, poderia "produzir de forma muito eficaz o plutônio do tipo necessário para armas nucleares".
Mas este reator não estará pronto, na melhor das hipótese, até 2014, diz o IISS.
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice