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21/01/2006
-
00h07
da BBC Brasil, em Washington
O subsecretário-geral da ONU para operações de paz, Jean-Marie Guéhenno, quer que o Brasil continue no Haiti além do mandato atual da missão de paz (Minustah), que vai até 15 de fevereiro.
"O Brasil está dando uma enorme contribuição para a missão e espero que eles continuem fazendo parte", disse Guéhenno à BBC Brasil.
Ele dá como certa a renovação do mandato da Minustah, não somente para este ano, mas para um período mais longo, até que o país tenha uma polícia treinada e desfrutando da confiança da população.
"O esforço internacional para apoiar o Haiti deve demorar vários anos, mas é possível uma redução das tropas se conseguirmos construir um setor de segurança no país. Mas isso não significa que o Haiti vai poder abrir mão da ajuda internacional", afirmou.
O chefe das operações de paz da ONU diz que apesar da violência que ainda domina lugares como a favela Cité Soleil, na capital Porto Príncipe, houve uma melhora em outros lugares, como Bel-Air, que há um ano estava na mesma situação de Cité Soleil.
Tão importante quanto garantir a segurança, argumenta Guéhenno, é viabilizar a economia do país, para que as pessoas tenham opções de emprego e não sejam tão tentadas a participar das gangues, de motivação política ou simplesmente criminosas, que controlam partes do país.
Guéhenno disse que a morte do general Urano Bacellar foi um choque para os militares e outros membros da missão da ONU, mas diz que a situação já foi superada e que o novo comandante, general José Elito Carvalho Siqueira, chegou ao país nesta sexta-feira para assumir o posto na segunda-feira.
Eleição
Depois de vários adiamentos, o primeiro turno da eleição presidencial está marcado para o dia 7 de fevereiro, mas Guéhenno diz que é importante que a comunidade internacional entenda que a escolha do novo presidente é importante mas não é o fim do caminho no processo de reabilitação do país.
"No passado houve uma atitude de "cut and run" (fazer alguma e sair correndo), pensando que seria possível transformar rapidamente o país", critica. Ele diz que um país que passou por toda a turbulência política e violência que o Haiti passou requer um esforço sustentado.
"É preciso construir uma polícia confiável, um Judiciário confiável, para que se tenha uma fundação sólida para a lei e a ordem no Haiti. Ainda não estamos lá. Estamos longe disso", avalia.
Além de garantir a segurança dos eleitores, a maior dificuldade para a realização das eleições, diz ele, é mudar a cabeça das pessoas, para que vencedores e perdedores aceitem o resultado e se respeitem.
"O que está em jogo é a reconciliação política. Um país como o Haiti é polarizado socialmente, com uma imensa pobreza, e polarizado politicamente. Se não mudar a cultura política para que se torne mais inclusiva, somente o esforço de segurança não será suficiente."
ONU deve ficar "vários anos" no Haiti, diz chefe de operações de paz
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Washington
O subsecretário-geral da ONU para operações de paz, Jean-Marie Guéhenno, quer que o Brasil continue no Haiti além do mandato atual da missão de paz (Minustah), que vai até 15 de fevereiro.
"O Brasil está dando uma enorme contribuição para a missão e espero que eles continuem fazendo parte", disse Guéhenno à BBC Brasil.
Ele dá como certa a renovação do mandato da Minustah, não somente para este ano, mas para um período mais longo, até que o país tenha uma polícia treinada e desfrutando da confiança da população.
"O esforço internacional para apoiar o Haiti deve demorar vários anos, mas é possível uma redução das tropas se conseguirmos construir um setor de segurança no país. Mas isso não significa que o Haiti vai poder abrir mão da ajuda internacional", afirmou.
O chefe das operações de paz da ONU diz que apesar da violência que ainda domina lugares como a favela Cité Soleil, na capital Porto Príncipe, houve uma melhora em outros lugares, como Bel-Air, que há um ano estava na mesma situação de Cité Soleil.
Tão importante quanto garantir a segurança, argumenta Guéhenno, é viabilizar a economia do país, para que as pessoas tenham opções de emprego e não sejam tão tentadas a participar das gangues, de motivação política ou simplesmente criminosas, que controlam partes do país.
Guéhenno disse que a morte do general Urano Bacellar foi um choque para os militares e outros membros da missão da ONU, mas diz que a situação já foi superada e que o novo comandante, general José Elito Carvalho Siqueira, chegou ao país nesta sexta-feira para assumir o posto na segunda-feira.
Eleição
Depois de vários adiamentos, o primeiro turno da eleição presidencial está marcado para o dia 7 de fevereiro, mas Guéhenno diz que é importante que a comunidade internacional entenda que a escolha do novo presidente é importante mas não é o fim do caminho no processo de reabilitação do país.
"No passado houve uma atitude de "cut and run" (fazer alguma e sair correndo), pensando que seria possível transformar rapidamente o país", critica. Ele diz que um país que passou por toda a turbulência política e violência que o Haiti passou requer um esforço sustentado.
"É preciso construir uma polícia confiável, um Judiciário confiável, para que se tenha uma fundação sólida para a lei e a ordem no Haiti. Ainda não estamos lá. Estamos longe disso", avalia.
Além de garantir a segurança dos eleitores, a maior dificuldade para a realização das eleições, diz ele, é mudar a cabeça das pessoas, para que vencedores e perdedores aceitem o resultado e se respeitem.
"O que está em jogo é a reconciliação política. Um país como o Haiti é polarizado socialmente, com uma imensa pobreza, e polarizado politicamente. Se não mudar a cultura política para que se torne mais inclusiva, somente o esforço de segurança não será suficiente."
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