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30/01/2006
-
16h47
da BBC Brasil, em Washington
Começou nesta segunda-feira em Houston, no Texas, o julgamento de Kenneth Lay e Jeffrey Skilling, ex-diretores da Enron, gigante de energia que foi à falência em 2001.
O juiz Sim Lake começou a escolher os 12 jurados e quatro suplentes que vão decidir se eles são culpados de montar uma complexa fraude contábil para aumentar os lucros e esconder os bilhões de dólares de dívidas da empresa. Eles são acusados também de, ao mesmo tempo, ter vendido as ações que tinham na empresa.
A seleção dos jurados é bastante polêmica. Cerca de 4,5 mil empregados trabalhavam na sede da Enron em Houston e perderam seus empregos e fundos de pensão.
Outros milhares perderam as economias em ações que tinham na empresa. Os dois lados tentaram transferir o julgamento para outra cidade, alegando que seria difícil conseguir um júri imparcial, mas o juiz afirmou que acha possível manter a imparcialidade.
'Caso complicado'
Lake alertou os jurados - que serão escolhidos num grupo de 100 convocados - que eles vão ter que decidir "um caso extremamente complicado". "Posso garantir que os selecionados vão participar de um dos mais interessantes e complicados casos que eu já julguei", disse a eles no início da seleção.
O juiz disse que quer completar a escolha dos jurados nesta segunda-feira e começar a ouvir as testemunhas já na terça-feira. E que quer concluir o caso em quatro meses. "Não vou fazer ninguém perder tempo", afirmou.
Lay e Skilling negam as acusações. Eles montaram um grande aparato de defesa, com gastos estimados em US$ 30 milhões. Se forem condenados por todas as acusações, podem pegar até 100 anos de prisão.
Lay, ex-presidente da empresa, vai responder a sete acusações de fraude e formação de quadrilha. Skilling, ex-diretor executivo, vai responder a 31 acusações de fraude, formação de quadrilha, informação privilegiada e de mentir para os auditores sobre a posição financeira da empresa.
Outros diretores da Enron já foram julgados no caso. Alguns se confessaram culpados e outros fizeram acordos de colaborar com as investigações para acusar Lay e Skilling.
Confissão
Uma das mais importantes testemunhas de acusação será o ex-diretor financeiro, Andrew Fastow.
Ele confessou várias acusações em troca de uma sentença mais branda, de dez anos, e deve revelar durante seu depoimento como foi montada a fraude contábil da empresa.
A Enron, um gigante de energia com operações em 30 países e cerca de 20 mil funcionários, era na época a sétima maior empresa dos Estados Unidos.
A quebra da empresa, em 2001, foi o primeiro de uma série de escândalos corporativos que atingiu empresas como HealthSouth, WorldCom, Global Crossing, Adelphia Communications e Tyco International, e levou à aprovação de uma legislação mais restrita para fiscalizar a contabilidade de empresas de capital aberto.
Começa nos EUA o julgamento de diretores da Enron
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Washington
Começou nesta segunda-feira em Houston, no Texas, o julgamento de Kenneth Lay e Jeffrey Skilling, ex-diretores da Enron, gigante de energia que foi à falência em 2001.
O juiz Sim Lake começou a escolher os 12 jurados e quatro suplentes que vão decidir se eles são culpados de montar uma complexa fraude contábil para aumentar os lucros e esconder os bilhões de dólares de dívidas da empresa. Eles são acusados também de, ao mesmo tempo, ter vendido as ações que tinham na empresa.
A seleção dos jurados é bastante polêmica. Cerca de 4,5 mil empregados trabalhavam na sede da Enron em Houston e perderam seus empregos e fundos de pensão.
Outros milhares perderam as economias em ações que tinham na empresa. Os dois lados tentaram transferir o julgamento para outra cidade, alegando que seria difícil conseguir um júri imparcial, mas o juiz afirmou que acha possível manter a imparcialidade.
'Caso complicado'
Lake alertou os jurados - que serão escolhidos num grupo de 100 convocados - que eles vão ter que decidir "um caso extremamente complicado". "Posso garantir que os selecionados vão participar de um dos mais interessantes e complicados casos que eu já julguei", disse a eles no início da seleção.
O juiz disse que quer completar a escolha dos jurados nesta segunda-feira e começar a ouvir as testemunhas já na terça-feira. E que quer concluir o caso em quatro meses. "Não vou fazer ninguém perder tempo", afirmou.
Lay e Skilling negam as acusações. Eles montaram um grande aparato de defesa, com gastos estimados em US$ 30 milhões. Se forem condenados por todas as acusações, podem pegar até 100 anos de prisão.
Lay, ex-presidente da empresa, vai responder a sete acusações de fraude e formação de quadrilha. Skilling, ex-diretor executivo, vai responder a 31 acusações de fraude, formação de quadrilha, informação privilegiada e de mentir para os auditores sobre a posição financeira da empresa.
Outros diretores da Enron já foram julgados no caso. Alguns se confessaram culpados e outros fizeram acordos de colaborar com as investigações para acusar Lay e Skilling.
Confissão
Uma das mais importantes testemunhas de acusação será o ex-diretor financeiro, Andrew Fastow.
Ele confessou várias acusações em troca de uma sentença mais branda, de dez anos, e deve revelar durante seu depoimento como foi montada a fraude contábil da empresa.
A Enron, um gigante de energia com operações em 30 países e cerca de 20 mil funcionários, era na época a sétima maior empresa dos Estados Unidos.
A quebra da empresa, em 2001, foi o primeiro de uma série de escândalos corporativos que atingiu empresas como HealthSouth, WorldCom, Global Crossing, Adelphia Communications e Tyco International, e levou à aprovação de uma legislação mais restrita para fiscalizar a contabilidade de empresas de capital aberto.
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