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03/02/2006 - 09h22

Emergentes se calam sobre Irã, diz 'El País'

da BBC Brasil

A crise do programa nuclear do Irã "pareceu ressuscitar o falecido Movimento dos Não-Alinhados, que era integrado pelos países que durante os anos da Guerra Fria proclamavam não dever obediência nem a Moscou e nem a Washington", segundo o jornal espanhol El País.

Na reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), quinta-feira, "Venezuela, Cuba e Síria rechaçaram frontalmente a intenção das grandes potências de levar os planos atômicos de Teerã ao Conselho de Segurança da ONU, ao mesmo tempo em que países como Índia, Brasil e África do Sul mantiveram um silêncio clamoroso durante debate sobre a questão", diz artigo do El País.

"Os chamados Não-Alinhados somam 17 dos 35 países que formam a direção da organização", acrescenta.

Segundo o jornal, "essa nova frente de rejeição às potências ocidentais se consolidou em 4 de janeiro, quando o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, telefonou sucessivamente a Fidel Castro (presidente de Cuba), Hugo Chávez (da Venezuela) e Evo Morales (da Bolívia)".

'Choque de civilizações'

A polêmica sobre a publicação das charges sobre o profeta Maomé domina a imprensa européia e árabe.

Segundo o jornal francês Le Figaro, o clamor no mundo árabe despertou profunda preocupação na França.

"Parlamentares da direita e da esquerda condenaram por unanimidade as ameaças de retaliação física e defenderam a liberdade de expressão", diz o jornal.

O El País reproduz na primeira página uma charge publicada pelo francês Le Monde na quinta-feira, com uma mão escrevendo em uma página.

"Não devo desenhar Maomé", diz o texto formado por palavras arranjadas de tal forma que foram uma imagem do profeta muçulmano.

Para o diário tcheco Mlada Fronta Dnes, o que está acontecendo "é um choque de civilizações".

O espanhol La Vanguardia descreve liberdade de expressão como "a pedra fundamental do sistema democrático".

Na Grã-Bretanha, o Financial Times diz que os líderes europeus estão intervindo para tentar conter a controvérsia e que o protesto dos árabes já está prejudicando empresas dinamarquesas (o primeiro a publicar as charges foi um jornal da Dinamarca).

Arla, empresa de laticínios da Dinamarca, admitiu que suas vendas em países do Oriente Médio caíram a zero, segundo o FT.

Outro lado

O jornal Al-Ra'y, da Jordânia, diz que o episódio mostra que existe entre Europa e o Oriente Médio "um ressentimento de mil anos".

Segundo o jornal, "o que alguns meios de comunicação de massa fizeram não é mais do que um elo ou um capítulo das Cruzadas em seu sentido civilizado e não apenas religioso".

Já o jornal Al-Thawrah, de propriedade do governo sírio, discute a hostilidade.

"O enorme volume de mensagens da mídia que mostram uma visão de hostilidade entre o Ocidente e o Islamismo, que é apoiado por todo tipo de mentiras, fabricações e idéias racistas destrutivas, requer esforços sérios para torná-las clara por meio de uma estratégia de reação que não seja restrita aos árabes apenas, mas que inclua também pessoas honradas do outro lado", diz Al-Thawrah.

Em editorial, o jornal da Arábia Saudita Al-Watan diz que "a reação do mundo islâmico à ofensa contra o profeta em um jornal dinamarquês é justificada, compreensível e necessária".
 

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