Publicidade
Publicidade
10/02/2006
-
18h07
da BBC Brasil, em Istambul
Com uma trama abertamente antiamericana, o filme Vale dos Lobos Iraque está lotando as salas de cinema na Turquia.
Com orçamento de US$ 10 milhões de dólares, a produção, que estreou no dia 3, é mais cara da história do cinema turco.
O herói do filme é o espião Polat Alemdar, que invade o norte do Iraque com um pequeno grupo de homens para vingar a morte de um soldado turco, que se suicidara depois de ser preso por americanos.
No caminho, o grupo se alia com iraquianos e aniquila um grupos de soldados americanos liderados por um oficial rebelde que se diz enviado de Deus.
Humilhação nacional
A obra mistura ficção com alguns fatos históricos.
A primeira cena retrata um episódio real: a prisão, em julho de 2003, de soldados das forças especiais turcas por tropas dos Estados Unidos.
Eles estavam em Sulaymaniyah, no norte do Iraque, e foram detidos e levados encapuzados pelos americanos, sob a mira de armas.
A partir daí, a ação gira em torno de americanos maus contra turcos bonzinhos.
Há tropas americanas massacrando civis em um casamento, bombardeios a mesquitas e abusos reais, como a tortura de detentos na prisão de Abu Ghraib.
O roteirista, Bahadir Ozdener, afirma que o filme "é uma forma de ação política".
Segundo Ozdener, 60% a 70% do que acontece na tela é verdade. "Turquia e Estados Unidos são aliados, mas queremos dizer a dura verdade ao amigo", diz.
Em um país de maioria muçulmana com uma aliança antiga com os Estados Unidos, o flme está atriando enorme interesse e um debate sobre se ele pode ajudar a reacender o antiamericanismo na Turquia.
Num dos maiores cinemas multiplex de Istambul, ele está em exibição em cinco salas diferentes e, assim mesmo, quase todos os ingressos foram vendidos com antecipação.
"Voltei para assistir pela segunda vez", diz um estudante. "É antiamericano, mas nós já sabemos o que eles fizeram no Iraque. A realidade é essa. Agora podemos vê-la nas telas."
Filme anti-EUA com Rambo turco é sucesso de público
SARAH RAINSFORDda BBC Brasil, em Istambul
Com uma trama abertamente antiamericana, o filme Vale dos Lobos Iraque está lotando as salas de cinema na Turquia.
Com orçamento de US$ 10 milhões de dólares, a produção, que estreou no dia 3, é mais cara da história do cinema turco.
O herói do filme é o espião Polat Alemdar, que invade o norte do Iraque com um pequeno grupo de homens para vingar a morte de um soldado turco, que se suicidara depois de ser preso por americanos.
No caminho, o grupo se alia com iraquianos e aniquila um grupos de soldados americanos liderados por um oficial rebelde que se diz enviado de Deus.
Humilhação nacional
A obra mistura ficção com alguns fatos históricos.
A primeira cena retrata um episódio real: a prisão, em julho de 2003, de soldados das forças especiais turcas por tropas dos Estados Unidos.
Eles estavam em Sulaymaniyah, no norte do Iraque, e foram detidos e levados encapuzados pelos americanos, sob a mira de armas.
A partir daí, a ação gira em torno de americanos maus contra turcos bonzinhos.
Há tropas americanas massacrando civis em um casamento, bombardeios a mesquitas e abusos reais, como a tortura de detentos na prisão de Abu Ghraib.
O roteirista, Bahadir Ozdener, afirma que o filme "é uma forma de ação política".
Segundo Ozdener, 60% a 70% do que acontece na tela é verdade. "Turquia e Estados Unidos são aliados, mas queremos dizer a dura verdade ao amigo", diz.
Em um país de maioria muçulmana com uma aliança antiga com os Estados Unidos, o flme está atriando enorme interesse e um debate sobre se ele pode ajudar a reacender o antiamericanismo na Turquia.
Num dos maiores cinemas multiplex de Istambul, ele está em exibição em cinco salas diferentes e, assim mesmo, quase todos os ingressos foram vendidos com antecipação.
"Voltei para assistir pela segunda vez", diz um estudante. "É antiamericano, mas nós já sabemos o que eles fizeram no Iraque. A realidade é essa. Agora podemos vê-la nas telas."
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice