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17/02/2006 - 11h44

Saiba mais sobre as eleições no Haiti

da BBC Brasil

Um acordo acertado pelas autoridades haitianas permitiu que o ex-presidente René Préval fosse declarado vencedor das eleições presidenciais do dia 6 de fevereiro, após uma confusão na apuração dos votos marcada pelas denúncias de fraude e irregularidades.

O vencedor acabou sendo anunciado com base na apuração de 96% dos postos de votação, dando 51,1% dos votos a Préval. O concorrente mais próximo teve por volta de 12% dos votos.

As acusações de fraude adiaram a proclamação dos resultados por mais de uma semana. A indefinição vinha levando simpatizantes de Préval a protestar, gerando temores do retorno de uma situação de violência generalizada no país.

A comunidade internacional esperava que as eleições corressem sem problemas e indicassem uma volta à democracia para o país marcado pela pobreza e pela instabilidade.

O país estava sem presidente desde que o polêmico Jean-Bertrand Aristide foi obrigado a deixar o poder, em fevereiro de 2004. Desde então, o país vem sendo administrado pelo governo interino do presidente Boniface Alexandre e do primeiro-ministro Gerard Latortue.

Nas eleições do dia 6, os haitianos tiveram que escolher entre 35 candidatos à Presidência. Os integrantes da administração interina não puderam se candidatar.

Abaixo, você encontra as respostas para algumas das dúvidas mais freqüentes sobre as eleições e a situação no Haiti.

O que ocorreu nas eleições presidenciais do Haiti?

Apesar de episódios isolados de violência no dia das eleições, os haitianos votaram em massa. Cerca de 63% dos 3,5 milhões de eleitores registrados compareceram às urnas. Muito mais do que em qualquer outra eleição desde que o clã Duvalier foi deposto em 1986.

Os haitianos mostraram uma preferência clara por René Préval, que foi presidente do país entre 1996 e 2000, líder do movimento L'Espwa (Esperança). Números iniciais da apuração davam a Préval mais do que os 50% dos votos necessários para vencer a eleição no primeiro turno, mas posteriormente essa porcentagem caiu, dando início a acusações de fraude.

O que ocorreu após as denúncias de fraude?

Partidários de Préval tomaram as ruas em protesto. Eles acreditam que a comunidade internacional, principalmente os Estados Unidos e a França, não querem que ele volte ao poder, por causa da sua ligação com o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide.

No dia 14, as estações de televisão mostraram imagens de votos jogados no lixo no norte da capital, Porto Príncipe.

Como foi o acordo que garantiu a vitória de Préval no primeiro turno?

O acordo foi fechado em uma reunião de emergência entre integrantes do governo e do conselho eleitoral, que concordaram em distribuir os votos em branco entre todos os candidatos de maneira proporcional.

Graças ao acordo anunciado no dia 16 de fevereiro, parte das urnas cuja legalidade dos votos estava em discussão foram desconsideradas e Préval foi declarado vencedor da eleição com 51,1% dos votos com base em 96% dos postos de votação.

O candidato mais próximo de Préval foi o também ex-presidente Leslie Manigat, que recebeu cerca de 12% dos votos.

Préval terá legitimidade em seu governo?

Para o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, René Préval, assumirá o cargo com grande legitimidade.

"Um candidato que obtém a maioria absoluta dos votos dados a candidatos, e sobre isso não há dúvida, e em que o segundo lugar tem um quarto dos votos dele, é uma legitimidade enorme", declarou Amorim. "Em raras eleições você consegue apoio desse tipo."

A missão de paz das Nações Unidas continuará no país?

A eleição presidencial era considerada pela comunidade internacional como um importante passo na estabilização do país, o que permitiria no futuro a retirada dos cerca de 7,5 mil soldados da força multinacional da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti, na sigla em francês).

Apesar disso, a situação no país ainda é tensa e o futuro da força da ONU vai depender do sucesso do governo Préval em pacificar o país. O subsecretário-geral da ONU para operações de paz, Jean-Marie Guéhenno, disse recentemente que a Minustah deve continuar no Haiti “por vários anos”.
 

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