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01/03/2006 - 15h15

TV da Gente e produtora dos EUA fecham acordo

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Washington

A TV da Gente, fundada pelo cantor e empresário José de Paula Neto, o Netinho, fez um acordo com a produtora americana Lift para distribuir programas americanos na TV brasileira e no futuro vender programas brasileiros para emissoras americanas.

O negócio está avaliado em US$ 25 milhões, com a criação da Lift Brasil. A nova empresa também vai captar mais US$ 100 milhões para viabilizar a expansão da programação, voltada para o público negro.

A TV da Gente, fundada por Netinho com um investimento inicial de R$ 12 milhões - metade dele e metade de empresários angolanos - começou a transmitir em novembro do ano passado em freqüência UHF no Brasil. Por enquanto a emissora tem 12 horas de programação inédita, com repetição dos mesmos programas nas outras 12 horas.

Para ampliar o acesso do público ao canal, a TV da Gente está negociando com as empresas de TV a cabo a inclusão do canal na programação oferecida por elas aos assinantes. "A negociação é difícil", diz Netinho. "Este mercado é dominado pela Globo", afirma.

Além do UHF, a TV da Gente está com sinal aberto em Fortaleza e até o fim do ano, segundo Netinho, deve extender a cobertura para Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador. A emissora tem licença para transmitir com o sinal aberto em todo o país, mas precisa de recursos para instalar as retransmissoras.

Nos EUA

O diretor executivo da Lift Entertainment, Hamilton Cloud, disse que ainda não conhece a programação da TV da Gente, mas pelo que viu nos vídeos promocionais existem programas que podem interessar a emissoras americanas. "Acho que teria espaço para colocar alguma coisa aqui", afirmou. Ele disse que os americanos "são fãs da cultura brasileira".

Existem nos Estados Unidos três canais dedicados exclusivamente ao público afro-descentente: BET, TV One e Black Family Channel. A TV da Gente já tem comprado programas do Black Family Channel e da francesa Trace.

"Até recentemente, as grandes emissoras ignoravam a população afro-americana. Hoje já sabemos que temos nosso valor", disse Cloud. O acordo, segundo Netinho, pode ser uma oportunidade para integrar os afro-descendentes de todas as Américas.

"Vamos ter uma TV para a diáspora afro-americana", afirmou. O maior problema, diz ele, é justamente a falta de recursos para expandir a cobertura da programação.

O negócio com a produtora americana foi fechado durante um seminário sobre igualdade racial nas Américas organizado nesta terça-feira em Washington pelo Banco Mundial e pelo Diálogo InterAmericano, com a participação de membros do governo e lideranças de movimentos negros de toda a região.

A ex-ministra Benedita da Silva, presidente de uma fundação que leva seu nome e tem o objetivo de lutar por causas ligadas aos negros, propôs a criação de um fundo étnico para financiar projetos para aumentar a participação social e econômica dos negros nas Américas.

"É importante investir em liderança. E é importante saber quem paga a conta", diz ela.
 

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