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03/03/2006 - 05h04

Rússia inicia negociações com Hamas

EMMA SIMPSON
da BBC Brasil, em Moscou

A Rússia deve iniciar negociações, em Moscou, com uma delegação do grupo militante palestino Hamas.

Será a primeira vez que um membro do grupo de negociadores do chamado Quarteto de paz do Oriente Médio vai se reunir para negociações formais com o Hamas.

O presidente russo, Vladimir Putin, convidou o grupo para a reunião de segunda-feira, depois da surpreendente vitória do Hamas nas eleições palestinas de janeiro.

Mas a ofensiva diplomática russa é polêmica.

Reconhecimento para Israel

Enquanto o resto do chamado Quarteto do Oriente Médio, Estados Unidos, Nações Unidas e União Européia, luta contra a perspeciva eminente de um governo palestino liderado pelo Hamas, a Rússia se diferenciou e iniciou o diálogo com o grupo.

O líder político do Hamas, Khaled Mashaal, e outras importantes figuras dentro do Hamas, vão se reunir com o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov e outros diplomatas durante a visita de dois dias.

A Rússia deve dizer ao Hamas que o grupo deve moderar sua política, renunciando à violência e aderindo ao plano de paz dos Estados Unidos para a região e a acordos anteriores entre os dois lados.

Estas medidas iriam compreender também o reconhecimento efetivo do direito de existência de Israel, algo que o Hamas sempre recusou.

'Punhalada nas costas'

O governo de Israel reprovou a iniciativa da Rússia. Um ministro israelense chamou a negociação de "uma punhalada nas costas". Europa e Estados Unidos ainda consideram o Hamas como uma organização terrorista.

Mas a Rússia acredita que o Hamas não deveria ser isolado politicamente e que estender a mão aos seus líderes vale a pena.

Uma grande mudança, no entanto, não deve resultar desta reunião, pois o Hamas ainda não mostrou nenhum sinal de suavização de suas opiniões.

Mas a reunião vai significar muito para o Hamas, pois traz o reconhecimento internacional.

Para a Rússia, a negociação é uma oportunidade para se transformar em uma figura importante para a região e também vai ajudar a restaurar sua posição como um negociador global. Mas, para Putin, esta é uma jogada de risco.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Hamas
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