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08/03/2006 - 15h57

Lula pede comércio justo e faz piada com Ronaldinho

ADRIANA STOCK E ROGERIO WASSERMANN
da BBC Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a necessidade de um acordo de comércio global na OMC e fez piada com o gol de Ronaldinho contra o time londrino Chelsea, durante discurso no parlamento britânico nesta quarta-feira.

“Sem um acordo internacional generoso, que os países desenvolvidos e em desevolvimento podem patrocinar, assistiremos ao agravamento da situação social em muitas partes do mundo”, afirmou o presidente.

Segundo Lula, "é de fundamental importância que a rodada de Doha permita mudanças no comércio mundial que garantam aos países pobres condições mais equilibradas de competitividade".

Veja fotos da visita

O discurso foi feito na manhã desta quarta-feira durante o segundo dia da visita de Estado de Lula à Grã-Bretanha.

Ronaldinho

Lula também agradeceu o apoio público do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, à tentativa, até agora sem sucesso, do Brasil de conseguir uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.

“Ele (o apoio) anima meu governo a perseverar na busca de um mundo de paz mais justo fundado num multilateralismo renovado.”

No discurso de recepção de Lula, o presidente do Parlamento mencionou em tom informal o fato de que o futebol teria sido levado da Inglaterra ao Brasil em 1894 por Charles Miller e que, desde então, o país já venceu cinco Copas do Mundo e é favorito para a próxima.

A referência foi aproveitada por Lula que, no final do seu discurso, lembrou o gol de Ronaldinho na partida de terça-feira à noite em que o Barcelona que desclassificou o time londrino da Liga dos Campeões da Europa.

“Charles Miller fez uma avaliação incorreta. Se ele tivesse assistido ao jogo do Barcelona contra o Chelsea e visto o gol do Ronaldinho, ele certamente não teria levado mais a bola para o Brasil”.

Prefeito

A piada provocou risos e aplausos dos cerca de 50 deputados britânicos e 50 membros da comitiva brasileira que acompanhavam o evento, realizado em uma sala do parlamento.

Antes, Lula havia se encontrado com o prefeito de Londres, Ken Livinsgtone.

Durante a reunião, Livingstone, expressou grande interesse na iniciativa brasileira de desenvolver biodiesel como uma fonte de combustível alternativa, já que Londres busca políticas energéticas mais eficientes e sustentáveis.

O prefeito também disse acreditar que Londres tem muito a aprender com a experiência brasileira de sediar os Jogos Panamericanos em julho de 2007, já que a capital britânica foi escolhida para abrigar os Jogos Olímpicos, em 2012.

"A prosperidade de Londres depende da construção de fortes conexões com grandes economias emergentes, como China, Índia, Rússia e Brasil", afirmou Livingstone.

"A América Latina está passando por grandes mudanças, com governos progressistas realizando reformas sociais em casa e buscando novas conexões internacionais."

Segundo Livingstone, ele e Lula concordaram que Londres e as cidades brasileiras têm muito a aprender entre si e que ligações mais fortes vão beneficiar os dois lados.

Mais tarde, Lula esteve no centro cultural Barbican, onde visitou uma exposição que faz parte do evento Tropicália.

Ao iniciar seu discurso, afirmou que, ao contrário do ministro Gilberto Gil, tinha um discurso pronto e não ia improvisar. "A criatividade da Tropicália não aconteceu comigo hoje."

Lula lembrou que, no fim do século 19, a Grã-Bretanha tinha uma importância grande para o Brasil e a América latina, com grandes investimentos em infra-estrutura, como na construção de ferrovias, por exemplo.

"Depois, houve uma descontinuidade, e o Reino Unido se apaixonou por outra região e deixou América do Sul de lado."

Ele voltou a defender um comércio mundial mais justo. "Por comércio justo, não pensamos somente no Reino Unido ou no Brasil, mas em tudo o que fizermos precisamos ajudar os mais pobres."

Lula disse que, desta forma, a "África pode ter no século 21 uma chance que não teve no século 20".

Na tarde desta quarta-feira, Lula visita um bairro carente no leste de Londres.
 

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