Publicidade
Publicidade
15/03/2006
-
14h49
A invasão de uma prisão palestina em Jericó por Israel e as promessas de retaliação dos palestinos servem para elevar um pouco mais a tensão já existente nas relações entre os dois lados no Oriente Médio.
Depois da invasão, o líder palestino Mahmoud Abbas interrompeu uma viagem à Europa e condenou o ataque, assim como observadores internacionais que monitoravam a cadeia, mas acabaram deixando o local por causa da falta de segurança.
Todos os 11 estrangeiros seqüestrados numa primeira retaliação ao ataque à prisão já foram libertados. Entre eles estavam dois franceses, funcionários da organização Médicos Sem Fronteiras, e um suíço que trabalha para a Cruz Vermelha Internacional.
Os europeus, em especial, estão acostumados a ser bem recebidos na região, em parte porque muitos palestinos acreditam que eles estão do seu lado.
Ameaça
Mas esta atitude está mudando. Visto de uma perspectiva palestina, é como se os europeus tivessem se juntado a todos os que são contra eles.
Primeiro vieram as charges satirizando o profeta Maomé num jornal dinamarquês. Depois os europeus se juntaram a uma reação gelada da comunidade internacional ao resultado das eleições palestinas. E agora isso.
A ameaça de mais seqüestros vai ser agora muito preocupante para estrangeiros que estão nos territórios palestinos.
Mas não é a mesma situação encontrada no Iraque. O temor é que algum dia os seqüestrados nos territórios palestinos não sejam mais libertados sãos e salvos.
Houve acusações de conivência com os israelenses em relação ao momento da retirada dos monitores britânicos e americanos da prisão.
Esta não seria uma situação inédita. Uma olhada na história do conflito árabe-israelense mostra que há outros exemplos de conivência entre britânicos e israelenses, e entre americanos e israelenses.
Mas, até agora, nenhuma prova indica que o mesmo tenha acontecido no caso envolvendo a prisão onde estava o militante palestino Ahmed Saadat.
A Grã-Bretanha afirma categoricamente que informou à Autoridade Palestina há alguns dias que isso iria acontecer. Os israelenses também tiveram que ser informados, como previsto nos termos do acordo que define como a prisão é organizada.
Também há uma boa chance de que Israel tenha tomado conhecimento da retirada por diversas outras fontes.
Jericó é um enclave pequeno e calmo, com montanhas altas de um lado, e israelenses por todos os lados. A questão agora é saber o que a Frente Popular para a Liberação da Palestina, grupo ao qual pertence Saadat, vai fazer.
O grupo já disse que vai retaliar contra Israel.
Mas será que ele tem capacidade de realizar ataques como vingança, e será que Israel terá como impedir estes ataques?
A Grã-Bretanha não apresentou qualquer razão concreta para ter retirado seus monitores da prisão de Jericó. Disse apenas que foi por temores ligados à segurança.
Certamente, por muito tempo, os palestinos não estavam cumprindo as regras que deveriam para dirigir a prisão.
Hamas
Mas existe um novo elemento de incerteza - da perspectiva do Ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw - com o advento do governo liderado pelo grupo militante islâmico Hamas.
Será que o Hamas, que venceu as eleições democráticas de janeiro, vai honrar acordos assinados com Israel anteriormente?
O Hamas já disse que não vai reconhecer Israel.
Da perspectiva de Israel - que vai às urnas no dia 28 de março - é fácil ver porque esse ataque à prisão em Jericó pode ter sido uma operação atraente.
O primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, está perdendo pontos em pesquisas de opinião porque não tem um passado militar forte - certamente não tanto quanto seu antecessor, Ariel Sharon.
Invasão em Jericó eleva tensão entre palestinos e Europa
da BBC BrasilA invasão de uma prisão palestina em Jericó por Israel e as promessas de retaliação dos palestinos servem para elevar um pouco mais a tensão já existente nas relações entre os dois lados no Oriente Médio.
Depois da invasão, o líder palestino Mahmoud Abbas interrompeu uma viagem à Europa e condenou o ataque, assim como observadores internacionais que monitoravam a cadeia, mas acabaram deixando o local por causa da falta de segurança.
Todos os 11 estrangeiros seqüestrados numa primeira retaliação ao ataque à prisão já foram libertados. Entre eles estavam dois franceses, funcionários da organização Médicos Sem Fronteiras, e um suíço que trabalha para a Cruz Vermelha Internacional.
Os europeus, em especial, estão acostumados a ser bem recebidos na região, em parte porque muitos palestinos acreditam que eles estão do seu lado.
Ameaça
Mas esta atitude está mudando. Visto de uma perspectiva palestina, é como se os europeus tivessem se juntado a todos os que são contra eles.
Primeiro vieram as charges satirizando o profeta Maomé num jornal dinamarquês. Depois os europeus se juntaram a uma reação gelada da comunidade internacional ao resultado das eleições palestinas. E agora isso.
A ameaça de mais seqüestros vai ser agora muito preocupante para estrangeiros que estão nos territórios palestinos.
Mas não é a mesma situação encontrada no Iraque. O temor é que algum dia os seqüestrados nos territórios palestinos não sejam mais libertados sãos e salvos.
Houve acusações de conivência com os israelenses em relação ao momento da retirada dos monitores britânicos e americanos da prisão.
Esta não seria uma situação inédita. Uma olhada na história do conflito árabe-israelense mostra que há outros exemplos de conivência entre britânicos e israelenses, e entre americanos e israelenses.
Mas, até agora, nenhuma prova indica que o mesmo tenha acontecido no caso envolvendo a prisão onde estava o militante palestino Ahmed Saadat.
A Grã-Bretanha afirma categoricamente que informou à Autoridade Palestina há alguns dias que isso iria acontecer. Os israelenses também tiveram que ser informados, como previsto nos termos do acordo que define como a prisão é organizada.
Também há uma boa chance de que Israel tenha tomado conhecimento da retirada por diversas outras fontes.
Jericó é um enclave pequeno e calmo, com montanhas altas de um lado, e israelenses por todos os lados. A questão agora é saber o que a Frente Popular para a Liberação da Palestina, grupo ao qual pertence Saadat, vai fazer.
O grupo já disse que vai retaliar contra Israel.
Mas será que ele tem capacidade de realizar ataques como vingança, e será que Israel terá como impedir estes ataques?
A Grã-Bretanha não apresentou qualquer razão concreta para ter retirado seus monitores da prisão de Jericó. Disse apenas que foi por temores ligados à segurança.
Certamente, por muito tempo, os palestinos não estavam cumprindo as regras que deveriam para dirigir a prisão.
Hamas
Mas existe um novo elemento de incerteza - da perspectiva do Ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw - com o advento do governo liderado pelo grupo militante islâmico Hamas.
Será que o Hamas, que venceu as eleições democráticas de janeiro, vai honrar acordos assinados com Israel anteriormente?
O Hamas já disse que não vai reconhecer Israel.
Da perspectiva de Israel - que vai às urnas no dia 28 de março - é fácil ver porque esse ataque à prisão em Jericó pode ter sido uma operação atraente.
O primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, está perdendo pontos em pesquisas de opinião porque não tem um passado militar forte - certamente não tanto quanto seu antecessor, Ariel Sharon.
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice