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16/03/2006
-
21h52
da BBC Brasil
Houve um tempo em que o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic reunia centenas de milhares de pessoas. Mas não atualmente.
Centenas de pessoas se reuniram do lado de fora de um museu da era comunista em Belgrado, onde o corpo dele está sendo velado.
Acima delas estava o mausoléu de Tito, o líder que governou a Iugoslávia durante os seus anos mais prósperos, do fim da Segunda Guerra Mundial até sua morte em 1980.
Tito cultivava um culto à personalidade e a sua ausência deixou o seu povo procurando por um substituto quando a Iugoslávia começou a desmoronar, na década seguinte.
Os sérvios encontraram esse líder na figura de Slobodan Milosevic. Eles pagaram um preço alto por isso e outros povos nos Bálcãs mais ainda.
O palácio presidencial que uma vez serviu de residência para Milosevic pode ser visto por entre as árvores que ficam do museu.
Foi lá que ele se protegeu contra as suas próprias forças de segurança em 2001 quando elas chegaram para o prender.
Depois de um impasse de dois dias, ele foi extraditado para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia. Ele voltou nesta quinta-feira ao local que ele deixou quatro anos atrás.
O caixão chegou escoltado por um único carro da polícia. O grupo que aguardava no local, muitos levando flores e usando na roupa a imagem de Milosevic.
'Sentimentos conflitantes'
Quando o caixão foi levado pela porta de vidro do museu, alguns gritaram o slogan que eles costumavam repetir nos anos 90: "Volimo te, Slobo"- Nós amamos você, Slobo.
Milena Ralic, de 53 anos, estava separado do grupo.
"Eu tenho sentimentos conflitantes", afirmou. "Eu estou aqui principalmente para testemunhar isso. Você tem que lembrar que ele era o nosso presidente e eu o respeito por isso."
Vesna Djilas mostrou mais apoio.
"Eu não faço parte de nenhum partido político, mas eu vim prestar a minha homenagem", afirmou.
"Ele nos governou em um momento duro e ele tinha uma tarefa difícil. Ele era um visionário, mas muitos não compartilhavam dessa visão", completou.
Mas essas pessoas faziam parte de um grupo de menos de mil em um país com uma população de 8 milhões.
Levou quatro dias para que o Partido Socialista de Milosevic encontrasse um local autorizado pelas autoridades para velar o corpo do ex-presidente. Eles foram proibidos de colocar o caixão em prédios do governo e honras de Estado foram negadas.
Mesmo a diretora do Museu Revolução, onde o corpo está agora, estava revoltado com o fato de o prédio estar sendo usado.
"A integridade de nossas instituições culturais foi violada", disse Ljiljana Cetinic.
"Eu estou protestando como diretora do museu, como ser humano e como cidadã desse país. Eu exijo que o público e o governo reajam a esse ataque à autonomia de uma instituição cultural, vergonhosamente colocando o local a serviço da política", afirmou.
Slobodan Milosevic será enterrado em sua cidade natal, Pozarevac, no sábado.
A viúva dele, Mira Markovic, e o filho, Marko Milosevic, são ainda mais impopulares que o ex-presidente, e ainda não confirmaram se irão participar do enterro.
Mira é acusada na Sérvia de abuso de poder e as autoridades também querem interrogá-la a respeito do assassinato de um rival político de seu marido em 2000.
Uma outra história sem conclusão da era Milosevic.
Centenas homenageiam Milosevic em Belgrado
MATT PRODGERda BBC Brasil
Houve um tempo em que o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic reunia centenas de milhares de pessoas. Mas não atualmente.
Centenas de pessoas se reuniram do lado de fora de um museu da era comunista em Belgrado, onde o corpo dele está sendo velado.
Acima delas estava o mausoléu de Tito, o líder que governou a Iugoslávia durante os seus anos mais prósperos, do fim da Segunda Guerra Mundial até sua morte em 1980.
Tito cultivava um culto à personalidade e a sua ausência deixou o seu povo procurando por um substituto quando a Iugoslávia começou a desmoronar, na década seguinte.
Os sérvios encontraram esse líder na figura de Slobodan Milosevic. Eles pagaram um preço alto por isso e outros povos nos Bálcãs mais ainda.
O palácio presidencial que uma vez serviu de residência para Milosevic pode ser visto por entre as árvores que ficam do museu.
Foi lá que ele se protegeu contra as suas próprias forças de segurança em 2001 quando elas chegaram para o prender.
Depois de um impasse de dois dias, ele foi extraditado para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia. Ele voltou nesta quinta-feira ao local que ele deixou quatro anos atrás.
O caixão chegou escoltado por um único carro da polícia. O grupo que aguardava no local, muitos levando flores e usando na roupa a imagem de Milosevic.
'Sentimentos conflitantes'
Quando o caixão foi levado pela porta de vidro do museu, alguns gritaram o slogan que eles costumavam repetir nos anos 90: "Volimo te, Slobo"- Nós amamos você, Slobo.
Milena Ralic, de 53 anos, estava separado do grupo.
"Eu tenho sentimentos conflitantes", afirmou. "Eu estou aqui principalmente para testemunhar isso. Você tem que lembrar que ele era o nosso presidente e eu o respeito por isso."
Vesna Djilas mostrou mais apoio.
"Eu não faço parte de nenhum partido político, mas eu vim prestar a minha homenagem", afirmou.
"Ele nos governou em um momento duro e ele tinha uma tarefa difícil. Ele era um visionário, mas muitos não compartilhavam dessa visão", completou.
Mas essas pessoas faziam parte de um grupo de menos de mil em um país com uma população de 8 milhões.
Levou quatro dias para que o Partido Socialista de Milosevic encontrasse um local autorizado pelas autoridades para velar o corpo do ex-presidente. Eles foram proibidos de colocar o caixão em prédios do governo e honras de Estado foram negadas.
Mesmo a diretora do Museu Revolução, onde o corpo está agora, estava revoltado com o fato de o prédio estar sendo usado.
"A integridade de nossas instituições culturais foi violada", disse Ljiljana Cetinic.
"Eu estou protestando como diretora do museu, como ser humano e como cidadã desse país. Eu exijo que o público e o governo reajam a esse ataque à autonomia de uma instituição cultural, vergonhosamente colocando o local a serviço da política", afirmou.
Slobodan Milosevic será enterrado em sua cidade natal, Pozarevac, no sábado.
A viúva dele, Mira Markovic, e o filho, Marko Milosevic, são ainda mais impopulares que o ex-presidente, e ainda não confirmaram se irão participar do enterro.
Mira é acusada na Sérvia de abuso de poder e as autoridades também querem interrogá-la a respeito do assassinato de um rival político de seu marido em 2000.
Uma outra história sem conclusão da era Milosevic.
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