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29/03/2006
-
07h09
Sob o título “Brasil: sexo e evasivas abalam o governo Lula” (Basile: Sesso e tangenti bufera sul governo Lula), o jornal italiano La Repubblica destaca em sua edição desta quarta-feira a “telenovela política” que provocou a demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O jornal comenta o fato de que no centro do escândalo estava uma casa supostamente usada pelo ministro para reuniões onde se negociavam subornos e onde seriam realizadas festas de confraternização com a presença de prostitutas.
A reportagem do Repubblica afirma, porém, que não foi essa a razão que levou à queda de Palocci, afinal “entre as 17h (hora de fechamento dos escritórios) e as 20h (hora do jantar em família), as casas de prostituição estão cheias de clientes”.
“Palocci caiu porque ao tentar defender-se ele usou seu poder para enviar aos jornais a movimentação bancária da pessoa que o acusava, violando o segredo bancário, um dos crimes federais mais sérios no Brasil”, diz a reportagem. “Assim o ex-ministro demonstrou que seu acusador havia recebido pagamentos de alguém, mas também determinou sua própria sentença.”
Em um outro texto, o Repubblica destaca o perfil do novo ministro, Guido Mantega, lembrando o fato de ele ter nascido em Gênova, na Itália, e ter mudado ao Brasil com três anos de idade, e também de ter recebido em 2004 uma condecoração das mãos do prefeito de sua cidade natal, Giuseppe Pericu.
Para o jornal, sua indicação “reforça uma tradição de presença ligúria [de originários da região da Ligúria, ao noroeste da Itália] nos governos da América Latina”.
Futuro político
O diário espanhol El País, que já havia noticiado a queda de Palocci na véspera, voltou ao tema nesta quarta-feira, ao dizer que sua saída “complica o futuro político de Lula”.
Para o jornal, a demissão do “superministro” Palocci, um dos homens mais influentes do governo Lula, “abre uma grave crise política a pouco mais de seis meses das eleições presidenciais de 1º de outubro”.
A reportagem comenta que “os mercados receberam a renúncia de Palocci com cautela e certo ceticismo, ante uma possível mudança da política econômica a cargo do novo ministro, Guido Mantega, um partidário de um aumento no gasto público e de taxas de juros mais baixas para aumentar o crescimento”.
O também espanhol ABC segue linha semelhante, observando que “com a renúncia, Palocci perde o foro privilegiado frente à Justiça brasileira e corre o risco de ser processado e preso por corrupção, o que pode trazer dores de cabeça a Lula, que busca sua reeleição neste ano”.
O francês Libération diz que “a seis meses das eleições gerais, o último fusível de Lula acaba de queimar”. O jornal lembra que, “depois de José Dirceu, o braço direito de Lula, Palocci é o segundo ministro do PT encurralado pelo escândalo de corrupção a deixar suas funções, sem contar quatro altos quadros do partido igualmente envolvidos”.
O americano The Wall Street Journal observa que “o Brasil trocou seu guardião da política econômica, o acusado ministro da Fazenda Antonio Palocci, por um crítico aberto da estrita política monetária do Banco Central”, mas comenta que “ainda assim, o novo ministro rapidamente prometeu manter o rumo de seu antecessor”.
Analistas ouvidos pelo jornal também afirmam que pouco deve mudar na política econômica com Mantega em um ano eleitoral como este. “Os riscos são enormes, e os benefícios [de uma mudança] são muito incertos”, diz um analista.
Eleições em Israel
Os principais jornais israelenses destacam em suas edições desta quarta-feira a mudança no quadro político do país após a vitória do partido centrista Kadima nas eleições parlamentares da terça-feira.
“Não foi o terremoto que Ariel Sharon havia planejado e esperado, mas as eleições de terça-feira levaram a uma mudança política dramática”, diz uma análise publicada pelo Haaretz.
Para o Yediot Ahronot, a boa performance do esquerdista Partido Trabalhista, que ficou em segundo lugar, deve tornar a agremiação o fiel da balança na formação do próximo governo.
Para o colunista Ofer Shelah, o resultado deve ser considerado uma vitória pessoal para o líder do Partido Trabalhista, Amir Peretz, que conseguiu um resultado positivo para seu partido apesar da saída de figuras importantes, como o ex-premiê Shimon Peres, para o Kadima.
As eleições em Israel também ganharam destaque no jornal britânico The Times, que afirma em sua manchete principal que “os eleitores deram às costas aos linha-dura israelenses”.
“Israel se encaminha para um governo de centro comprometido com a retirada dos colonos da Cisjordânia e com a imposição de novas fronteiras com os palestinos”, diz a reportagem.
O jornal afirma que o Likud, de onde Ariel Sharon se desligou para formar o Kadima no início do ano, pouco antes de sofrer os derrames que o deixaram em coma profundo, “foi reduzido a um grupo parlamentar menor de direita”, com o provável quarto lugar previsto pelas pesquisas de boca-de-urna.
Outro jornal britânico, The Guardian, também dedica sua manchete à eleição israelense, dizendo que o Likud foi “humilhado” nas eleições vencidas pelo Kadima. “A eleição se provou desastrosa para o antes dominante partido Likud”, diz o jornal.
'Sexo e evasivas abalam o governo Lula', diz jornal
da BBC BrasilSob o título “Brasil: sexo e evasivas abalam o governo Lula” (Basile: Sesso e tangenti bufera sul governo Lula), o jornal italiano La Repubblica destaca em sua edição desta quarta-feira a “telenovela política” que provocou a demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
O jornal comenta o fato de que no centro do escândalo estava uma casa supostamente usada pelo ministro para reuniões onde se negociavam subornos e onde seriam realizadas festas de confraternização com a presença de prostitutas.
A reportagem do Repubblica afirma, porém, que não foi essa a razão que levou à queda de Palocci, afinal “entre as 17h (hora de fechamento dos escritórios) e as 20h (hora do jantar em família), as casas de prostituição estão cheias de clientes”.
“Palocci caiu porque ao tentar defender-se ele usou seu poder para enviar aos jornais a movimentação bancária da pessoa que o acusava, violando o segredo bancário, um dos crimes federais mais sérios no Brasil”, diz a reportagem. “Assim o ex-ministro demonstrou que seu acusador havia recebido pagamentos de alguém, mas também determinou sua própria sentença.”
Em um outro texto, o Repubblica destaca o perfil do novo ministro, Guido Mantega, lembrando o fato de ele ter nascido em Gênova, na Itália, e ter mudado ao Brasil com três anos de idade, e também de ter recebido em 2004 uma condecoração das mãos do prefeito de sua cidade natal, Giuseppe Pericu.
Para o jornal, sua indicação “reforça uma tradição de presença ligúria [de originários da região da Ligúria, ao noroeste da Itália] nos governos da América Latina”.
Futuro político
O diário espanhol El País, que já havia noticiado a queda de Palocci na véspera, voltou ao tema nesta quarta-feira, ao dizer que sua saída “complica o futuro político de Lula”.
Para o jornal, a demissão do “superministro” Palocci, um dos homens mais influentes do governo Lula, “abre uma grave crise política a pouco mais de seis meses das eleições presidenciais de 1º de outubro”.
A reportagem comenta que “os mercados receberam a renúncia de Palocci com cautela e certo ceticismo, ante uma possível mudança da política econômica a cargo do novo ministro, Guido Mantega, um partidário de um aumento no gasto público e de taxas de juros mais baixas para aumentar o crescimento”.
O também espanhol ABC segue linha semelhante, observando que “com a renúncia, Palocci perde o foro privilegiado frente à Justiça brasileira e corre o risco de ser processado e preso por corrupção, o que pode trazer dores de cabeça a Lula, que busca sua reeleição neste ano”.
O francês Libération diz que “a seis meses das eleições gerais, o último fusível de Lula acaba de queimar”. O jornal lembra que, “depois de José Dirceu, o braço direito de Lula, Palocci é o segundo ministro do PT encurralado pelo escândalo de corrupção a deixar suas funções, sem contar quatro altos quadros do partido igualmente envolvidos”.
O americano The Wall Street Journal observa que “o Brasil trocou seu guardião da política econômica, o acusado ministro da Fazenda Antonio Palocci, por um crítico aberto da estrita política monetária do Banco Central”, mas comenta que “ainda assim, o novo ministro rapidamente prometeu manter o rumo de seu antecessor”.
Analistas ouvidos pelo jornal também afirmam que pouco deve mudar na política econômica com Mantega em um ano eleitoral como este. “Os riscos são enormes, e os benefícios [de uma mudança] são muito incertos”, diz um analista.
Eleições em Israel
Os principais jornais israelenses destacam em suas edições desta quarta-feira a mudança no quadro político do país após a vitória do partido centrista Kadima nas eleições parlamentares da terça-feira.
“Não foi o terremoto que Ariel Sharon havia planejado e esperado, mas as eleições de terça-feira levaram a uma mudança política dramática”, diz uma análise publicada pelo Haaretz.
Para o Yediot Ahronot, a boa performance do esquerdista Partido Trabalhista, que ficou em segundo lugar, deve tornar a agremiação o fiel da balança na formação do próximo governo.
Para o colunista Ofer Shelah, o resultado deve ser considerado uma vitória pessoal para o líder do Partido Trabalhista, Amir Peretz, que conseguiu um resultado positivo para seu partido apesar da saída de figuras importantes, como o ex-premiê Shimon Peres, para o Kadima.
As eleições em Israel também ganharam destaque no jornal britânico The Times, que afirma em sua manchete principal que “os eleitores deram às costas aos linha-dura israelenses”.
“Israel se encaminha para um governo de centro comprometido com a retirada dos colonos da Cisjordânia e com a imposição de novas fronteiras com os palestinos”, diz a reportagem.
O jornal afirma que o Likud, de onde Ariel Sharon se desligou para formar o Kadima no início do ano, pouco antes de sofrer os derrames que o deixaram em coma profundo, “foi reduzido a um grupo parlamentar menor de direita”, com o provável quarto lugar previsto pelas pesquisas de boca-de-urna.
Outro jornal britânico, The Guardian, também dedica sua manchete à eleição israelense, dizendo que o Likud foi “humilhado” nas eleições vencidas pelo Kadima. “A eleição se provou desastrosa para o antes dominante partido Likud”, diz o jornal.
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