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07/04/2006
-
07h48
da BBC Brasil, em Lima
O apoio de Hugo Chávez ao candidato nacionalista Ollanta Humala transformou o presidente venezuelano em um dos principais temas da campanha para as eleições gerais do próximo domingo no Peru.
De um lado, Humala procurou associar sua imagem à popularidade que o líder venezuelano desfruta em boa parte da América Latina e disse que espera consolidar, com Chávez e o líder boliviano Evo Morales, uma “grande família latino-americana”.
De outro, os adversários de Humala condenaram a interferência de Chávez no processo eleitoral peruano e apontaram a união dos dois como um risco para a democracia e o desenvolvimento econômico do Peru.
"Chávez é o que nós podemos chamar de um fenôneno midiático", afirma o português Luis Nunes, diretor do Instituto Nacional Democrata no Peru.
Para Nunes, o líder venezuelano representa na região hoje o que o presidente de Cuba, Fidel Castro, representava há algumas décadas: uma figura de grande apelo popular, capaz de despertar admiração em alguns e rejeição em outros.
"Os mecanismos que ele utiliza são discutíveis, mas ninguém pode negar que ele tem popularidade, assim como Fidel Castro no seu tempo", avalia o analista político.
Esquerda
O relativo sucesso da candidatura de Humala, que aparece como um dos três candidatos com chance de ir para o segundo turno das eleições presidenciais peruanas, reacendeu os comentários de que a América Latina vive uma onda de governos de esquerda.
A plataforma nacionalista defendida pelo candidato peruano, no entanto, faz com que ele se aproxime mais de Chávez do que de outros líderes da região historicamente associados à esquerda, como Evo Morales, na Bolívia, Tabaré Vázquez, no Uruguai, Michelle Bachelet, no Chile, e o presidente Lula, no Brasil.
"Morales, assim como Lula, tem uma trajetória política de vários anos", diz Luis Nunes. "Humala é novo, e não se pode definir ainda qual seria a sua identificação com a esquerda."
"A estratégia política de Humala foi vincular-se a Hugo Chávez", acrescenta o diretor do Instituto Nacional Democrata. "O discurso de Humala tem sido parecido com o de Chávez: um discurso mais populista do que ideologicamente construído."
Diante das semelhanças entre Chávez e Humala, a figura de Lula, muito citada nas últimas campanhas eleitorais na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile, quase não apareceu durante a disputa peruana.
Estados Unidos
Assim como Chávez, o candidato peruano também apareceu no cenário político de seu país depois de liderar uma rebelião militar contra o governo.
Apesar de não evitar as comparações com Hugo Chávez, Ollanta Humala procurou se distanciar da retórica antiamericana do líder venezuelano na reta final da campanha eleitoral peruana.
O candidato nacionalista disse, que se eleito, está disposto a conversar com o governo americano e a negociar parcerias em diversas áreas.
Humala, no entanto, já se manifestou contrário à ratificação de um tratado de livre comércio entre Peru e Estados Unidos e defende a ampliação da área onde o cultivo de folhas de coca é permitido, uma idéia que incomoda as autoridades americanas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Ollanta Humala
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Leia o que já foi publicado sobre as eleições peruanas
Sombra de Chávez divide candidatos em eleições no Peru
DIEGO TOLEDOda BBC Brasil, em Lima
O apoio de Hugo Chávez ao candidato nacionalista Ollanta Humala transformou o presidente venezuelano em um dos principais temas da campanha para as eleições gerais do próximo domingo no Peru.
De um lado, Humala procurou associar sua imagem à popularidade que o líder venezuelano desfruta em boa parte da América Latina e disse que espera consolidar, com Chávez e o líder boliviano Evo Morales, uma “grande família latino-americana”.
De outro, os adversários de Humala condenaram a interferência de Chávez no processo eleitoral peruano e apontaram a união dos dois como um risco para a democracia e o desenvolvimento econômico do Peru.
"Chávez é o que nós podemos chamar de um fenôneno midiático", afirma o português Luis Nunes, diretor do Instituto Nacional Democrata no Peru.
Para Nunes, o líder venezuelano representa na região hoje o que o presidente de Cuba, Fidel Castro, representava há algumas décadas: uma figura de grande apelo popular, capaz de despertar admiração em alguns e rejeição em outros.
"Os mecanismos que ele utiliza são discutíveis, mas ninguém pode negar que ele tem popularidade, assim como Fidel Castro no seu tempo", avalia o analista político.
Esquerda
O relativo sucesso da candidatura de Humala, que aparece como um dos três candidatos com chance de ir para o segundo turno das eleições presidenciais peruanas, reacendeu os comentários de que a América Latina vive uma onda de governos de esquerda.
A plataforma nacionalista defendida pelo candidato peruano, no entanto, faz com que ele se aproxime mais de Chávez do que de outros líderes da região historicamente associados à esquerda, como Evo Morales, na Bolívia, Tabaré Vázquez, no Uruguai, Michelle Bachelet, no Chile, e o presidente Lula, no Brasil.
"Morales, assim como Lula, tem uma trajetória política de vários anos", diz Luis Nunes. "Humala é novo, e não se pode definir ainda qual seria a sua identificação com a esquerda."
"A estratégia política de Humala foi vincular-se a Hugo Chávez", acrescenta o diretor do Instituto Nacional Democrata. "O discurso de Humala tem sido parecido com o de Chávez: um discurso mais populista do que ideologicamente construído."
Diante das semelhanças entre Chávez e Humala, a figura de Lula, muito citada nas últimas campanhas eleitorais na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile, quase não apareceu durante a disputa peruana.
Estados Unidos
Assim como Chávez, o candidato peruano também apareceu no cenário político de seu país depois de liderar uma rebelião militar contra o governo.
Apesar de não evitar as comparações com Hugo Chávez, Ollanta Humala procurou se distanciar da retórica antiamericana do líder venezuelano na reta final da campanha eleitoral peruana.
O candidato nacionalista disse, que se eleito, está disposto a conversar com o governo americano e a negociar parcerias em diversas áreas.
Humala, no entanto, já se manifestou contrário à ratificação de um tratado de livre comércio entre Peru e Estados Unidos e defende a ampliação da área onde o cultivo de folhas de coca é permitido, uma idéia que incomoda as autoridades americanas.
Especial
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