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07/04/2006 - 15h47

Reggaeton vira trilha sonora das eleições peruanas

DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil, em Lima

O reggaeton, estilo musical que mistura o hip hop com ritmos latinos e caribenhos, se transformou no grande sucesso da campanha eleitoral peruana, marcada pela troca de ataques entre os principais candidatos a presidente.

Apesar de não ter sido unanimidade entre os candidatos, o ritmo serviu como uma arma para atrair a atenção dos eleitores mais jovens para a disputa eleitoral. O reggaeton é hoje o estilo musical favorito dos peruanos com idade entre 15 e 25 anos.

Entre os três principais candidos, o ex-presidente Alan García foi quem mais procurou tirar proveito do reggaeton.

Ao final de cada comício, García, que tem 56 anos e ganhou bastante peso desde que presidiu o país, dançou o jingle de sua campanha inspirado no ritmo de sucesso.

Presidente do Peru entre 1985 e 1990, Alan García deixou o poder muito criticado pelo desempenho negativo de seu governo na área econômica.

Durante os cinco anos de seu mandato, o Peru decretou moratória da dívida externa e registrou hiperinflação e aumento dos índices de pobreza.

Ao longo da campanha deste ano, o principal desafio de García foi recuperar a popularidade perdida. E, para isso, o apoio dos jovens teve papel fundamental e ajudou a alimentar a pretensão do ex-presidente de alcançar o segundo turno.

Outros estilos

Ao contrário de García, a campanha do nacionalista Ollanta Humala teve como trilha sonora músicas tradicionais das comunidades indígenas andinas.

A advogada Lourdes Flores, apontada como a candidata favorita do setor empresarial e dos investidores estrangeiros, também preferiu não apelar ao reggaeton e usou a música crioula em seus comícios.

Apesar dessas duas exceções de peso, o partido Frente Independente Moralizadora (FIM), que apóia o governo do presidente Alejandro Toledo, mas não tem um candidato oficial nas eleições de domingo, também apostou no reggaeton.

No caso do FIM, no entanto, o ritmo foi utilizado para atacar o legado negativo do governo de Alan García e o “extremismo” que, na opinião do partido, acompanha as propostas nacionalistas de Ollanta Humala.

Outra campanha que fez uso do reggaeton foi a do candidato Valentín Paníagua, que foi presidente interino do Peru entre 2000 e 2001, no período de transição entre a queda do ex-presidente Alberto Fujimori e a eleição de Alejandro Toledo.

De acordo com as últimas pesquisas, Paníágua aparece em quarto lugar, praticamente sem chances de chegar ao segundo turno.

O candidato chegou a reclamar que, para chegar ao público, “seja preciso demonstrar outro tipo de habilidade”, em uma referência aos passos de dança de Alan García.

No entanto, mesmo sem dançar, Paniágua permitiu que um boneco com suas características físicas (calvo, com um bigode e uma faixa presidencial) fosse utilizado na campanha. E o boneco, ao contrário do candidato, dançou ao ritmo do reggaeton.
 

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