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18/04/2006 - 06h58

Negociadores devem perder mais um prazo na OMC, diz FT

da BBC Brasil

Negociadores deverão perder um novo prazo no cronograma estabelecido para a liberalização do comércio mundial no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), afirma o jornal britânico Financial Times.

O diário econômico lembra que em janeiro os ministros dos países envolvidos haviam se proposto a chegar, até o dia 30 de abril, a um esboço de um acordo sobre fórmulas matemáticas para o corte de subsídios agrícolas e tarifas sobre produtos.

Há, no entanto, um sentimento "generalizado" de pessimismo de que essa meta não vai ser cumprida.

Além da reportagem, o Financial Times dedica editorial ao tema em que calcula que o real prazo para o fim das negociações é "provavelmente" julho, o início do recesso de verão da OMC.

"Concordando com a base de um acordo em julho daria para acomodar os cerca de seis meses que leva para traduzir o acordo em compromissos nacionais individuais", diz o editorial.

"Isso então daria três ou quatro meses necessários para fazer o acordo passar pelo Congresso americano antes da expiração, em junho de 2007, do Autoridade de Promoção Comercial (fast track ou TPA, na sigla em inglês) que permite ao governo submeter acordos comerciais na base do 'tudo ou nada' (sem que o Congresso possa fazer emendas)."

EUA

Segundo o jornal, o representante de Comércio dos EUA, Robert Portman, tem tentado convencer a comunidade agrícola e os seus aliados no Congressso de que um acordo multilateral abrangente joga a favor dos seus interesses, "abrindo novos mercados em troca da reforma de um regime de subsídios desatualizado, custoso e ineficiente".

Mas o argumento, diz o FT, parece estar perdendo força à medida que as negociações sobre a Rodada de Doha se arrastam com "pouco sinal de grandes cortes nas tarifas agrícolas na União Européia ou no mundo em desenvolvimento".

"Em um mundo justo e são, a rodada de Doha envolveria cortes muito maiores das tarifas agrícolas da UE do que nos subsídios agrícolas dos Estados Unidos e nas tarifas de bens e serviços do mundo em desenvolvimento, dado os níveis extraordinariamente altos em que alguns (dos subsídios europeus) são mantidos."

No entanto, diz o jornal, na realidade a Comissão Européia precisa ser capaz de apresentar o acordo como uma vitória para os exportadores de produtos e serviços europeus. De fato, na avaliação do FT, todos os membros da OMC precisam apresentar o acordo como um sucesso, mas os ministros precisam tomar "duras decisões".

"Governos têm de chegar a um acordo, tanto para defender o multilateralismo na economia global como para fazer ganhos mercantilistas para seus exportadores. O acordo já deveria ter sido feito (e) não pode esperar muito mais."

Hu Jintao nos EUA

O jornal Washington Post afirma que o presidente chinês Hu Jintao se preparou bem para a visita aos Estados Unidos que começa nesta quinta-feira para evitar tensões com o governo americano nos principais assuntos a ser discutidos, incluindo o déficit comercial entre os dois países e a crise em torno do programa nuclear do Irã.

A "cuidadosa preparação", que um analista chinês diz ser inédita, reflete, segundo o jornal, "uma avaliação do Partido Comunista de que um relacionamento tranqüilo com os Estados Unidos deve estar no topo das prioridades da política externa chinesa".

"Como resultado, segundo autoridades e analistas chineses, o presidente (George W.) Bush encontrará na quinta-feira um homem determinado a não deixar tensões sobre comércio, propriedades intelectuais, direitos humanos e Taiwan diluir a sua mensagem de cooperação entre Pequim e Washington."

A avaliação da importância do relacionamento com os EUA teria sido baseada num cálculo da China, de não poder se dar ao luxo de "manter relações adversas com a única superpotência do mundo e uma fonte indispensável de investimento e tecnologia estrangeiros".

No caso do Irã, diz o Post, Hu estaria disposto a "encontrar um equilíbrio entre o seu desejo de cooperar com Bush e a sua necessidade de preservar a amizade e os contratos petrolíferos com o Irã. Como tem sido em quase todo contato sino-americano, a questão de Taiwan também terá um grande papel."

Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China tem se oposto à campanha liderada pelos Estados Unidos para impor sanções ao governo iraniano por causa da recusa do país em atender às exigências internacionais sobre o seu programa nuclear.

Mas, na perspectiva chinesa, afirma o jornal americano, o comércio é o assunto mais importante da visita, por causa do superávit comercial de US$ 202 bilhões que a China tem com os EUA, e da perspectiva - que só agora os chineses passaram a levar a sério, segundo o jornal - de os americanos adotarem medidas protecionistas que possam prejudicar a economia da China.

Hamas e União Européia

Os jornais alemães se dividem na avaliação sobre o efeito da decisão da União Européia de suspender a ajuda financeira à Autoridade Palestina, agora liderada pelo Hamas.

O Frankfurter Rundschau diz que o ataque suicida em Tel Aviv de segunda-feira - reivindicado pelo grupo Jihad Islâmico e apoiado publicamente pelo Hamas - mostra que a decisão não está tendo o efeito desejado.

O Sueddeutsche Zeitung também questiona a estratégia de "isolamento diplomático e castração financeira".

Os palestinos, diz o jornal, estão sendo "jogados nos braços do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad", visto como "salvador" depois de lhes prometer US$ 50 milhões em ajuda.

Mas o Der Tagesspiegel discorda, alegando que a oferta do Irã é apenas "uma gota no oceano" e que o Hamas não vai agüentar viver muito tempo apenas com doações desse tipo.
 

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