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02/05/2006 - 06h19

Presidente da Bolívia está cada vez mais autoritário, diz 'FT'

da BBC Brasil

O jornal britânico Financial Times afirma em sua edição desta terça-feira que a nacionalização das reservas de gás na Bolívia anunciadas pelo presidente do país, Evo Morales, são uma mostra de que o líder boliviano está "cada vez mais autoritário".

De acordo com o diário, há também temores de que Morales esteja se tornando mais centralizador devido à sua intenção de mudar a Constituição do país e sua proximidade com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

O jornal destaca que Morales vem recebendo críticas do Judiciário do país, que o acusa de "promover uma campanha de descrédito da instituição", e da Igreja católica, que tem atacado o uso que o governo boliviano estaria fazendo "de força bruta e de pressão".

O Financial Times afirma que Morales tem promovido uma política de "atirar primeiro, perguntar depois", citando o fato de que o presidente expulsou do país a siderúrgica brasileira EBX, "por supostamente ferir regras ambientais, sem dar à companhia a chance de se defender".

O espanhol El País traz um editorial que também contém críticas ao líder boliviano. Segundo o jornal, Hugo Chávez e o presidente cubano, Fidel Castro, "não são as melhores companhias para Morales".

O diário acrescenta que as medidas anunciadas pelo líder da Bolívia "não estão adaptadas nem ao mundo de hoje nem às necessidades de um país com economia tão desesperadamente precária como a Bolívia".

Imigrantes nos EUA

Os principais jornais americanos trazem editoriais e textos de colunistas que tratam do protesto na segunda-feira pelos imigrantes hispânicos radicados nos Estados Unidos, batizado de "Dia sem Imigrantes".

Eliseo Medina, presidente de uma organização hispano-americana, afirma em artigo no Los Angeles Times que o boicote às atividades econômicas por 24 horas convocados pelos imigrantes representou "o nascimento de um movimento nacional".

Segundo o jornal, o protesto não foi apenas uma manifestação contra o projeto de lei que criminaliza imigrantes ilegais e pessoas que prestam auxílio a eles. "É um movimento criado por aqueles que estavam vivendo nas sombras e que agora estão corajosamente se unindo para que suas vozes sejam ouvidas".

De acordo com Medina, "o efeito deste movimento já pode ser sentido nos corredores do Congresso. Agora, em vez de debater um plano de criminalizar e deportar imigrantes, o Senado está discutindo maneiras de criar um caminho para a cidadania". A conclusão do artigo é que "se nossos líderes não entenderem a mensagem agora, eles irão ouvi-la em alto e bom som no dia da eleição, quando milhões estarão depositando o seu voto".

O protesto é também tema de um articulista do Washington Post. Segundo o colunista Eugene Robinson, que é negro, os hispânicos e a comunidade negra americana possuem raízes históricas bem distintas, mas "são aliados naturais, não rivais, e uma das tarefas cruciais para os próximos meses e anos é encontrar formas de fazer com que afro-americanos e latinos trabalhem juntos".

O colunista acrescenta que "nossa história pode ser diferente, mas temos um grande fator em comum: a discriminação". Segundo Robinson, brigar por empregos mal pagos e que exigem pouca qualificação seria "uma trágica perda de tempo e de esforço".

De acordo com o artigo, "a questão é quem vai ocupar o escritório durante o horário de trabalho, não quem vai limpá-lo durante a noite".
 

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