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05/05/2006 - 06h29

Bolívia está dividida sobre nacionalizar gás, diz 'FT'

da BBC Brasil

O jornal britânico Financial Times afirma nesta sexta-feira que "os bolivianos estão divididos sobre a nacionalização do setor de gás" do país.

De acordo com o jornal, desde que o presidente do país, Evo Morales, tomou a medida de nacionalizar as reservas de gás, o governo vem exibindo comerciais nas TVs bolivianas que destacam o anúncio de Morales, seguido da mensagem "Evo cumpre".

O jornal descreve a situação em San Alberto, que abriga uma usina de gás que "abastece boa parte da demanda de São Paulo e que, há um ano, era administrada pela Petrobras e pagava um imposto de 18%".

De acordo com o FT, a partir desta semana os impostos subiram para 82%, o que leva o jornal a concluir que "não é à toa" que Evo Morales anunciou a decisão de nacionalizar as reservas de gás em San Alberto e também enviou soldados para vigiar o local.

O diário afirma que "Morales e seus soldados têm o apoio incondicional dos bolivianos mais pobres", mas contrasta essa reação com a dos habitantes da província de Tarija, "que tem mais da metade das reservas de gás da Bolívia e cujos moradores estão divididos sobre o processo de nacionalização".

O FT relata que existe uma suspeita entre a população da região de que a "nacionalização visa centralizar o controle das reservas naturais antes de um referendo marcado para julho, que deve conceder maior autonomia aos governos regionais".

Caso Moussaoui

O jornal Washington Post traz um artigo nesta sexta que afirma que o julgamento de Zacarias Moussaoui foi uma "lição de como o excesso de controle do governo (americano) minou a segurança" do país.

O artigo, assinado pelo professor de direito da Universidade de Georgetown, David Cole, defende que "durante quatro anos Moussaoui esteve à beira de se declarar culpado de crimes que resultariam em prisão perpétua", que acabou sendo a sentença dada a ele.

De acordo com David Cole, o governo americano insistiu que Moussaoui deveria admitir ser o "vigésimo seqüestrador" dos aviões usados nos atentados de 11 de setembro - uma alegação que Moussaoui negava e que o próprio governo americano depois retirou.

O artigo afirma que o caso foi interrompido por dois anos por conta de autoridades americanas terem se negado a "ceder testemunhas que pudessem estabelecer que Moussaoui não estava envolvido nos atentados de 11 de setembro".

Enquanto isso, David Cole comenta que os verdadeiros idealizadores dos ataques não podem ser julgados porque isso se converteria em um "julgamento das táticas dos Estados Unidos na guerra ao terror".

De acordo com o texto, os "cabeças" dos ataques foram detidos em situações irregulares. Khalid Sheik Mohammed, apontado como o idelizador dos atentados, teria sido submetido a torturas nas quais foi levado a pensar que estava se afogando, de modo a confessar sua culpa.

David Cole afirma ainda ter tido acesso a um relatório militar que afirma que "Mohamed al-Qahtami, agora apontado pelos americanos como sendo o vigésimo seqüestrador, teria sido ameaçado com cães, despido, obrigado a usar roupas de baixo femininas, forçado a usar uma coleira e a latir como se fosse um cão, teve líquidos intravenosos injetados em seu corpo e foi proibido de usar o banheiro, obrigando-o a urinar em si mesmo".

De acordo com o especialista, "com essas práticas obtusas e desumanas, a administração imunizou os verdadeiros culpados, o que a obrigou a buscar a execução de um homem que não estava de fato envolvido com 11 de setembro".
 

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