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11/05/2006
-
12h59
da BBC Brasil, em Viena
A América Latina chega à cúpula com a União Européia, que começou nesta quinta-feira na Áustria, dividida por crises internas que, segundo analistas, podem comprometer avanços nas relações comerciais com o bloco europeu.
"Esta deveria ser uma cúpula para promover o livre comércio, mas a região vive uma volta do nacionalismo", afirma o especialista em Mercosul da London School of Economics, Francisco Panizza, referindo-se aos governos de Hugo Chávez, na Venezuela, e Evo Morales, na Bolívia.
Para o analista, a nacionalização do gás por Morales, a crise entre Uruguai e Argentina no Mercosul e a saída da Venezuela da Comunidade Andina de Nações expõem as divisões da América Latina e impedem a região de se colocar aos europeus "com uma única voz".
"Se você é espanhol, não vai estar muito feliz com o que está acontecendo na Bolívia", diz Panizza, referindo-se à nacionalização dos ativos da petrolífera espanhola Repsol no país.
Mercosul
Fragmentados em subregiões e blocos comerciais, os 33 países da América Latina nunca tiveram uma relação simétrica com os 25 países que formam a União Européia, cuja integração – inclusive política – é muito mais forte.
Como o próprio secretário de Relações Exteriores da Áustria, Hans Winkler, notou, a América Latina é muito mais “heterogênea” do que a Europa.
Mas o momento atual é especialmente delicado, na avaliação de Panizza e outros analistas.
O professor da LSE destaca a crise no Mercosul, que enfrenta "todo tipo de problema", desde protecionismo entre os países membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) até o risco de desintegração com a ameaça do Uruguai de deixar o bloco.
"O Mercosul esta completamente fraturado", avalia o especialista.
Para o economista-chefe da consultoria Anchorage Capital Partners, Pedro de Souza Leão Regina, do ponto de vista dos investidores, o Mercosul já não existe mais.
"O Mercosul é apenas para políticos. Para o empresariado, não serve (como referência)."
Panizza ressalta, no entanto, que a União Européia também tem as suas divergências internas e que o principal entrave às negociações comerciais com os blocos continua sendo "falta de vontade política" de fazer concessões no sentido de abrir seus mercados para os países em desenvolvimento.
Divisão latina 'pode impedir avanços em Viena'
CAROLINA GLYCÉRIOda BBC Brasil, em Viena
A América Latina chega à cúpula com a União Européia, que começou nesta quinta-feira na Áustria, dividida por crises internas que, segundo analistas, podem comprometer avanços nas relações comerciais com o bloco europeu.
"Esta deveria ser uma cúpula para promover o livre comércio, mas a região vive uma volta do nacionalismo", afirma o especialista em Mercosul da London School of Economics, Francisco Panizza, referindo-se aos governos de Hugo Chávez, na Venezuela, e Evo Morales, na Bolívia.
Para o analista, a nacionalização do gás por Morales, a crise entre Uruguai e Argentina no Mercosul e a saída da Venezuela da Comunidade Andina de Nações expõem as divisões da América Latina e impedem a região de se colocar aos europeus "com uma única voz".
"Se você é espanhol, não vai estar muito feliz com o que está acontecendo na Bolívia", diz Panizza, referindo-se à nacionalização dos ativos da petrolífera espanhola Repsol no país.
Mercosul
Fragmentados em subregiões e blocos comerciais, os 33 países da América Latina nunca tiveram uma relação simétrica com os 25 países que formam a União Européia, cuja integração – inclusive política – é muito mais forte.
Como o próprio secretário de Relações Exteriores da Áustria, Hans Winkler, notou, a América Latina é muito mais “heterogênea” do que a Europa.
Mas o momento atual é especialmente delicado, na avaliação de Panizza e outros analistas.
O professor da LSE destaca a crise no Mercosul, que enfrenta "todo tipo de problema", desde protecionismo entre os países membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) até o risco de desintegração com a ameaça do Uruguai de deixar o bloco.
"O Mercosul esta completamente fraturado", avalia o especialista.
Para o economista-chefe da consultoria Anchorage Capital Partners, Pedro de Souza Leão Regina, do ponto de vista dos investidores, o Mercosul já não existe mais.
"O Mercosul é apenas para políticos. Para o empresariado, não serve (como referência)."
Panizza ressalta, no entanto, que a União Européia também tem as suas divergências internas e que o principal entrave às negociações comerciais com os blocos continua sendo "falta de vontade política" de fazer concessões no sentido de abrir seus mercados para os países em desenvolvimento.
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