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11/05/2006
-
18h33
da BBC Brasil, em Viena
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira em Viena que o governo brasileiro reagiu com indignação às declarações feitas pelo presidente boliviano, Evo Morales, sobre a Petrobras.
“Se você quiser usar a palavra indignação, não vai estar muito longe da realidade”, disse Amorim, que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na vinda para a capital austríaca.
O ministro começou a entrevista dizendo que Lula “lamentava o contraste entre as declarações públicas de Morales e o que havia sido discutido e acordado na reunião de Puerto Iguazu, na Argentina”, e com a missão chefiada pelo ministro Silas Rondeau em La Paz.
Apenas após ser questionado pelos jornalistas se não estava sendo muito brando na reação às declarações de Morales, que acusou a Petrobras de agir ilegalmente na Bolívia, Amorim usou o termo “indignação”.
Sem briga
Para o ministro, o governo brasileiro não via por que ser “belicoso” no trato com a Bolívia, mas estava determinado a agir de “maneira firme” para defender os interesses da Petrobras no vizinho.
Sobre a acusação do presidente boliviano de que as empresas petroleiras praticavam contrabando de gás na Bolívia, Amorim disse que prefere não acreditar que Morales estivesse se referindo a Petrobras.
Segundo Amorim, Lula – que não falou com a imprensa desde que chegou a Viena – lamentava que a reunião começasse dominada pela crise do gás
“Não podemos transformar esta reunião tão importante para o Brasil em uma reunião sobre o gás.”
Amorim reiterou que o presidente Lula tentará dar novo “impulso político” às negociações sobre a liberalização do comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio) nos encontros bilaterais que manterá nesta sexta-feira com líderes europeus, incluindo a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, o britânico Tony Blair e o espanhol Jose Luis Zapatero.
O chanceler disse que não especularia sobre as motivações do líder boliviano ao escolher o início da cúpula para fazer declarações tão bombásticas, mas enfatizou que havia “canais adequados” para tratar do assunto.
Sobre a afirmação de Morales de que teria tido suas tentativas de falar com o presidente barradas por assessores do Planalto, Amorim disse apenas que todas as informações que tinha não indicavam isso.
Por fim, o ministro rebateu a ironia de Morales de que o Brasil “havia trocado o Acre por um cavalo”, em 1903, dizendo que a questao foi resolvida cem anos atras pelo “patrono da diplomacia brasileira”.
Amorim foi evasivo quando lhe perguntaram se Brasil e Bolívia ainda poderiam manter uma “relação carinhosa” – expressão usada pelo presidente Lula - depois do que Morales disse, mas está claro que no momento falta carinho.
Brasil está indignado com a Bolívia, diz Amorim
CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Viena
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira em Viena que o governo brasileiro reagiu com indignação às declarações feitas pelo presidente boliviano, Evo Morales, sobre a Petrobras.
“Se você quiser usar a palavra indignação, não vai estar muito longe da realidade”, disse Amorim, que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na vinda para a capital austríaca.
O ministro começou a entrevista dizendo que Lula “lamentava o contraste entre as declarações públicas de Morales e o que havia sido discutido e acordado na reunião de Puerto Iguazu, na Argentina”, e com a missão chefiada pelo ministro Silas Rondeau em La Paz.
Apenas após ser questionado pelos jornalistas se não estava sendo muito brando na reação às declarações de Morales, que acusou a Petrobras de agir ilegalmente na Bolívia, Amorim usou o termo “indignação”.
Sem briga
Para o ministro, o governo brasileiro não via por que ser “belicoso” no trato com a Bolívia, mas estava determinado a agir de “maneira firme” para defender os interesses da Petrobras no vizinho.
Sobre a acusação do presidente boliviano de que as empresas petroleiras praticavam contrabando de gás na Bolívia, Amorim disse que prefere não acreditar que Morales estivesse se referindo a Petrobras.
Segundo Amorim, Lula – que não falou com a imprensa desde que chegou a Viena – lamentava que a reunião começasse dominada pela crise do gás
“Não podemos transformar esta reunião tão importante para o Brasil em uma reunião sobre o gás.”
Amorim reiterou que o presidente Lula tentará dar novo “impulso político” às negociações sobre a liberalização do comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio) nos encontros bilaterais que manterá nesta sexta-feira com líderes europeus, incluindo a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, o britânico Tony Blair e o espanhol Jose Luis Zapatero.
O chanceler disse que não especularia sobre as motivações do líder boliviano ao escolher o início da cúpula para fazer declarações tão bombásticas, mas enfatizou que havia “canais adequados” para tratar do assunto.
Sobre a afirmação de Morales de que teria tido suas tentativas de falar com o presidente barradas por assessores do Planalto, Amorim disse apenas que todas as informações que tinha não indicavam isso.
Por fim, o ministro rebateu a ironia de Morales de que o Brasil “havia trocado o Acre por um cavalo”, em 1903, dizendo que a questao foi resolvida cem anos atras pelo “patrono da diplomacia brasileira”.
Amorim foi evasivo quando lhe perguntaram se Brasil e Bolívia ainda poderiam manter uma “relação carinhosa” – expressão usada pelo presidente Lula - depois do que Morales disse, mas está claro que no momento falta carinho.
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