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13/05/2006
-
05h17
da BBC Brasil, em Tel Aviv
Prisioneiros palestinos detidos em Israel e pertencentes a todas as facções palestinas, assinaram um "Documento de Reconciliação Nacional", apoiando, pela primeira vez juntos, a fundação do Estado Palestino nas fronteiras de 1967 e reconhecendo a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) como representante legítimo e exclusivo do povo palestino.
Porta-vozes do Hamas rejeitaram o documento, mas o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Ismail Haniya, disse que ele "inclui partes importantes e úteis que podem contribuir para remover alguns obstáculos, porém requer estudo mais profundo".
O documento foi iniciativa do líder do Fatah, Marwan Barghouti, acusado por Israel de envolvimento em atentados e condenado à prisão perpétua.
Barghouti, que encabeçou a lista do Fatah nas eleições para o parlamento palestino, é considerado um sucessor potencial de Mahmoud Abbas ao cargo de presidente da Autoridade Palestina. Ele é um dos vários líderes influentes palestinos que estão em prisões israelenses - onde estão cerca de 8.500 palestinos.
'Histórico'
Líderes dos movimentos Hamas e Jihad Islâmico, que estão presos juntamente com Barghouti na prisão israelense de Hadarim, assinaram o documento concordando, de forma implícita, pela primeira vez, com o reconhecimento da existência do Estado de Israel, nas fronteiras anteriores à guerra de 1967.
O documento, que também contém as assinaturas de líderes da Frente Popular pela Libertação da Palestina e da Frente Democrática, é considerado "histórico" por analistas e pode servir de base para um diálogo entre as diversas facções palestinas, principalmente neste momento, em que aumentam as tensões entre o Fatah e o Hamas.
De acordo com analistas, a participação de Abdel Halek Natshe, do Hamas no documento, pode indicar o início de uma mudança na posição do grupo, que não reconhece a existência de Israel nem faz parte da OLP.
Apesar de estar na prisão, Natshe foi eleito para o parlamento palestino nas eleições de janeiro e é considerado um dos líderes mais importantes do Hamas na Cisjordânia.
Embora porta-vozes do Hamas tenham rejeitado o documento, analistas dizem que o grupo não poderá ignorá-lo, pela importância de Natshe dentro do movimento.
"O fato de que os líderes dos prisioneiros assinaram o documento lhe confere uma grande importância, pois o público palestino tem um grande respeito pelos prisioneiros", afirma o analista Danny Rubinstein, em artigo no jornal Haaretz.
O documento também dá a entender que a luta armada deve ser realizada apenas nos territórios ocupados e não dentro de Israel.
"Salientamos o direito dos palestinos à resistência por diversos meios e a concentração da luta nos territórios ocupados em 1967, ao lado da atividade diplomática e da resistência popular à ocupação em todas as suas formas", diz o documento.
Os assinantes também apóiam a entrada do Hamas e do Jihad Islâmico na OLP até o fim deste ano. "Chamamos a todos a reconhecer as mudanças ocorridas na arena palestina e ampliar a legitimidade da OLP como único representante legítimo dos palestinos", diz o documento.
A OLP é o órgão reconhecido pela comunidade intrnacional como representante de todo o povo palestino. Israel assinou os acordos de Paz de Oslo com a OLP - que atualmente é presidida por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.
Abbas aprovou o documento e afirmou: "trata-se de um documento importante que expressa uma visão política com a qual concordo".
Presos palestinos reconhecem Israel 'implicitamente'
GUILA FLINTda BBC Brasil, em Tel Aviv
Prisioneiros palestinos detidos em Israel e pertencentes a todas as facções palestinas, assinaram um "Documento de Reconciliação Nacional", apoiando, pela primeira vez juntos, a fundação do Estado Palestino nas fronteiras de 1967 e reconhecendo a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) como representante legítimo e exclusivo do povo palestino.
Porta-vozes do Hamas rejeitaram o documento, mas o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Ismail Haniya, disse que ele "inclui partes importantes e úteis que podem contribuir para remover alguns obstáculos, porém requer estudo mais profundo".
O documento foi iniciativa do líder do Fatah, Marwan Barghouti, acusado por Israel de envolvimento em atentados e condenado à prisão perpétua.
Barghouti, que encabeçou a lista do Fatah nas eleições para o parlamento palestino, é considerado um sucessor potencial de Mahmoud Abbas ao cargo de presidente da Autoridade Palestina. Ele é um dos vários líderes influentes palestinos que estão em prisões israelenses - onde estão cerca de 8.500 palestinos.
'Histórico'
Líderes dos movimentos Hamas e Jihad Islâmico, que estão presos juntamente com Barghouti na prisão israelense de Hadarim, assinaram o documento concordando, de forma implícita, pela primeira vez, com o reconhecimento da existência do Estado de Israel, nas fronteiras anteriores à guerra de 1967.
O documento, que também contém as assinaturas de líderes da Frente Popular pela Libertação da Palestina e da Frente Democrática, é considerado "histórico" por analistas e pode servir de base para um diálogo entre as diversas facções palestinas, principalmente neste momento, em que aumentam as tensões entre o Fatah e o Hamas.
De acordo com analistas, a participação de Abdel Halek Natshe, do Hamas no documento, pode indicar o início de uma mudança na posição do grupo, que não reconhece a existência de Israel nem faz parte da OLP.
Apesar de estar na prisão, Natshe foi eleito para o parlamento palestino nas eleições de janeiro e é considerado um dos líderes mais importantes do Hamas na Cisjordânia.
Embora porta-vozes do Hamas tenham rejeitado o documento, analistas dizem que o grupo não poderá ignorá-lo, pela importância de Natshe dentro do movimento.
"O fato de que os líderes dos prisioneiros assinaram o documento lhe confere uma grande importância, pois o público palestino tem um grande respeito pelos prisioneiros", afirma o analista Danny Rubinstein, em artigo no jornal Haaretz.
O documento também dá a entender que a luta armada deve ser realizada apenas nos territórios ocupados e não dentro de Israel.
"Salientamos o direito dos palestinos à resistência por diversos meios e a concentração da luta nos territórios ocupados em 1967, ao lado da atividade diplomática e da resistência popular à ocupação em todas as suas formas", diz o documento.
Os assinantes também apóiam a entrada do Hamas e do Jihad Islâmico na OLP até o fim deste ano. "Chamamos a todos a reconhecer as mudanças ocorridas na arena palestina e ampliar a legitimidade da OLP como único representante legítimo dos palestinos", diz o documento.
A OLP é o órgão reconhecido pela comunidade intrnacional como representante de todo o povo palestino. Israel assinou os acordos de Paz de Oslo com a OLP - que atualmente é presidida por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.
Abbas aprovou o documento e afirmou: "trata-se de um documento importante que expressa uma visão política com a qual concordo".
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