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15/05/2006
-
20h36
da BBC Brasil, em Bruxelas
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta segunda-feira ao Parlamento Europeu que a nacionalização dos recursos naturais bolivianos salvará seu país de um déficit fiscal em 2007 e reduzirá a imigração para a Europa.
"Entendo que para os europeus a imigração é um problema. Sinto muito que os bolivianos venham buscar trabalho na Europa. Mas estou convencido de que a nacionalização freará o abandono do nosso continente", afirmou aos parlamentares europeus durante a plenária em Estrasburgo (França).
Morales também defendeu o provável aumento do preço do gás que, segundo ele, geraria os recursos necessários para que a "Bolívia deixe de ser um Estado mendigo dentro de dois ou três anos".
"Vivemos em um paradoxo. A Bolívia tem muita riqueza, mas também muita pobreza. Não se trata de destruir a pobreza, mas de redistribuir a riqueza que já temos. E para isso temos que nacionalizar", afirmou.
Sobre possíveis indenizações às petrolíferas estrangeiras estabelecidas no país, Morales garantiu que a decisão será tomada com base no resultado de auditorias pelas quais todas as empresas deverão passar nos próximos meses.
"No meu país não se expropria nada, não se expulsa ninguém. Qualquer empresa que investiu lá tem todo o direito de recuperar seus investimentos", disse.
Entretanto, reafirmou que "as empresas que já recuperaram seus investimentos só terão direito a utilidades".
'Revolução'
Chamando de "revolução agrária" seu projeto de redistribuição de terras, que ameaça expulsar os agricultores brasileiros estabelecidos na Bolívia sem título de propriedade, Morales garantiu que "as terras trabalhadas serão respeitadas".
"Reconhecemos aquelas terras que prestam uma função social e econômica. Queremos acabar com o latifúndio que, por favoritismo político, acaparou terras não para trabalhar, mas para negociar", afirmou.
Depois da reforma agrária, o próximo passo no processo boliviano de reapropriação dos recursos naturais deverá ser a nacionalização da mineração, disse o presidente.
"Há concessões mineiras que foram feitas só no papel, sem investimentos. Mas isso não estará nas mãos do meu governo. Caberá à Assembléia Constituinte analisar."
Lula
Morales voltou a acusar a mídia de tentar gerar um confronto entre ele "e países amigos" e combateu as afirmações de que atua sob a influência direta do presidente venezuelano Hugo Chávez.
"Dizem que sou um fantoche da Venezuela, que faço o que me mandam. Mas o que há na verdade é uma troca de experiências", defendeu-se.
Também repetiu que o Brasil é um aliado estratégico para a Bolívia e que respeita muito "o companheiro Lula", a quem classificou de "um irmão maior, que me orienta".
A intervenção de Morales foi aplaudida de pé em alguns momentos pelo bloco da esquerda européia.
Os deputados do Partido Popular não assistiram a sessão, em um protesto pela recusa dos demais parlamentares a sua proposta de votar uma moção que classificaria a nacionalização boliviana dos recursos naturais como um "atentado aos direitos humanos".
Nacionalização reduzirá imigração para a Europa, diz Morales
MÁRCIA BIZZOTTOda BBC Brasil, em Bruxelas
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta segunda-feira ao Parlamento Europeu que a nacionalização dos recursos naturais bolivianos salvará seu país de um déficit fiscal em 2007 e reduzirá a imigração para a Europa.
"Entendo que para os europeus a imigração é um problema. Sinto muito que os bolivianos venham buscar trabalho na Europa. Mas estou convencido de que a nacionalização freará o abandono do nosso continente", afirmou aos parlamentares europeus durante a plenária em Estrasburgo (França).
Morales também defendeu o provável aumento do preço do gás que, segundo ele, geraria os recursos necessários para que a "Bolívia deixe de ser um Estado mendigo dentro de dois ou três anos".
"Vivemos em um paradoxo. A Bolívia tem muita riqueza, mas também muita pobreza. Não se trata de destruir a pobreza, mas de redistribuir a riqueza que já temos. E para isso temos que nacionalizar", afirmou.
Sobre possíveis indenizações às petrolíferas estrangeiras estabelecidas no país, Morales garantiu que a decisão será tomada com base no resultado de auditorias pelas quais todas as empresas deverão passar nos próximos meses.
"No meu país não se expropria nada, não se expulsa ninguém. Qualquer empresa que investiu lá tem todo o direito de recuperar seus investimentos", disse.
Entretanto, reafirmou que "as empresas que já recuperaram seus investimentos só terão direito a utilidades".
'Revolução'
Chamando de "revolução agrária" seu projeto de redistribuição de terras, que ameaça expulsar os agricultores brasileiros estabelecidos na Bolívia sem título de propriedade, Morales garantiu que "as terras trabalhadas serão respeitadas".
"Reconhecemos aquelas terras que prestam uma função social e econômica. Queremos acabar com o latifúndio que, por favoritismo político, acaparou terras não para trabalhar, mas para negociar", afirmou.
Depois da reforma agrária, o próximo passo no processo boliviano de reapropriação dos recursos naturais deverá ser a nacionalização da mineração, disse o presidente.
"Há concessões mineiras que foram feitas só no papel, sem investimentos. Mas isso não estará nas mãos do meu governo. Caberá à Assembléia Constituinte analisar."
Lula
Morales voltou a acusar a mídia de tentar gerar um confronto entre ele "e países amigos" e combateu as afirmações de que atua sob a influência direta do presidente venezuelano Hugo Chávez.
"Dizem que sou um fantoche da Venezuela, que faço o que me mandam. Mas o que há na verdade é uma troca de experiências", defendeu-se.
Também repetiu que o Brasil é um aliado estratégico para a Bolívia e que respeita muito "o companheiro Lula", a quem classificou de "um irmão maior, que me orienta".
A intervenção de Morales foi aplaudida de pé em alguns momentos pelo bloco da esquerda européia.
Os deputados do Partido Popular não assistiram a sessão, em um protesto pela recusa dos demais parlamentares a sua proposta de votar uma moção que classificaria a nacionalização boliviana dos recursos naturais como um "atentado aos direitos humanos".
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