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25/05/2006
-
12h49
da BBC Brasil
Famílias de brasileiros e timorenses estão buscando refúgio na Embaixada do Brasil no Timor Leste diante da deterioração da segurança no país.
O embaixador brasileiro em Díli, Antônio de Souza e Silva, disse por telefone à BBC Brasil que as famílias de dois funcionários timorenses já estão na sede da Embaixada e outras duas famílias de brasileiros, somando sete pessoas, estavam a caminho.
"São famílias que moram em bairros mais pobres e onde houve tiroteio o dia todo. Elas estão num estado de nervos à flor da pele", descreveu o diplomata.
"Houve uma deterioração muito grande de ontem para hoje. Chegou ao ponto do governo solicitar ajuda internacional. Foi um momento sombrio", descreveu Souza e Silva.
Plano de retirada
Um grupo de oito missionários brasileiros também pediu ajuda na representação do governo brasileiro. Entre eles, está o paulista José Ricardo, de 26 anos, que trabalha como voluntário no Ministério do Trabalho timorense.
"Hoje pela manhã eu acordei com tiros próximos a minha casa. Então o mais sensato a fazer é procurar um lugar mais seguro", disse Ricardo.
"Nós vamos ficar num hotel onde há mais segurança, isso tudo proporcionado pela embaixada, e, de lá, se houver necessidade de evacuação do país, nós vamos sair escoltados."
A Embaixada do Brasil tem um plano de retirada conjunto com a Embaixada da Austrália.
"Caso a situação exija, os australianas se encarregaram de levar todos os estrangeiros embora. São eles que vão determinar isso", afirmou Souza e Silva.
A Embaixada tem recebido o telefonema de vários brasileiros que moram no país em busca de informações. São 180 no total, a maioria trabalha como assistentes sociais, juristas e professores.
"Tentamos acalmá-los", disse o diplomata. A instrução é que as pessoas permaneçam em suas residências.
"Hoje o dia foi caótico em Díli. Pelas informações que eu tive, as forças armadas resolveram ocupar a cidade e houve confronto com a política que está toda desmembrada", contou o embaixador.
"Houve um descontrole de violência em que começaram a aparecer muitos civis armados. Há muitas gangues que estão aproveitando para roubar as casas."
O diplomata diz que os estrangeiros não têm sido alvo da violência no país e que os brasileiros, em particular, "gozam de muito carinho".
"Do ponto de vista da segurança pessoal não há nada. O único problema é da pessoa, de repente, se ver no lugar errado e no momento errado."
Para Jairo Collier, cônsul do Brasil em Díli, disse que a situação era de uma certa "normalidade".
"Os vôos estão saindo normalmente. Os telefones só estão com dificuldades porque a empresa telefônica não dá conta do número de chamadas", disse.
Expectativa
De acordo com o ministro das Relações Exteriores timorense, José Ramos Horta, cerca de mil soldados australianos estão sendo enviados para o país. Alguns começaram a chegar nesta quinta-feira.
Também é esperado o reforço de soldados da Nova Zelândia, Portugal e Malásia.
A expectativa é de que, com a chegada dos militares estrangeiros, a situação se acalme nos próximos dias.
"Acredito que vai acalmar hoje. Primeiro porque é feriado, Corpus Christi, e o comércio está fechado. Depois porque os soldados australianos estão chegando", diz Collier.
O Brasil não tem mais presença militar no Timor Leste. Pelas informações do Itamaraty, atualmente, estão no país apenas dois assistentes militares e cinco policias no Escritório das Nações Unidas para o Timor Leste (Unotil).
Colaborou Jair Rattner, de Lisboa
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Timor Leste
Brasileiros temem violência no Timor e buscam abrigo
ADRIANA STOCKda BBC Brasil
Famílias de brasileiros e timorenses estão buscando refúgio na Embaixada do Brasil no Timor Leste diante da deterioração da segurança no país.
O embaixador brasileiro em Díli, Antônio de Souza e Silva, disse por telefone à BBC Brasil que as famílias de dois funcionários timorenses já estão na sede da Embaixada e outras duas famílias de brasileiros, somando sete pessoas, estavam a caminho.
"São famílias que moram em bairros mais pobres e onde houve tiroteio o dia todo. Elas estão num estado de nervos à flor da pele", descreveu o diplomata.
"Houve uma deterioração muito grande de ontem para hoje. Chegou ao ponto do governo solicitar ajuda internacional. Foi um momento sombrio", descreveu Souza e Silva.
Plano de retirada
Um grupo de oito missionários brasileiros também pediu ajuda na representação do governo brasileiro. Entre eles, está o paulista José Ricardo, de 26 anos, que trabalha como voluntário no Ministério do Trabalho timorense.
"Hoje pela manhã eu acordei com tiros próximos a minha casa. Então o mais sensato a fazer é procurar um lugar mais seguro", disse Ricardo.
"Nós vamos ficar num hotel onde há mais segurança, isso tudo proporcionado pela embaixada, e, de lá, se houver necessidade de evacuação do país, nós vamos sair escoltados."
A Embaixada do Brasil tem um plano de retirada conjunto com a Embaixada da Austrália.
"Caso a situação exija, os australianas se encarregaram de levar todos os estrangeiros embora. São eles que vão determinar isso", afirmou Souza e Silva.
A Embaixada tem recebido o telefonema de vários brasileiros que moram no país em busca de informações. São 180 no total, a maioria trabalha como assistentes sociais, juristas e professores.
"Tentamos acalmá-los", disse o diplomata. A instrução é que as pessoas permaneçam em suas residências.
"Hoje o dia foi caótico em Díli. Pelas informações que eu tive, as forças armadas resolveram ocupar a cidade e houve confronto com a política que está toda desmembrada", contou o embaixador.
"Houve um descontrole de violência em que começaram a aparecer muitos civis armados. Há muitas gangues que estão aproveitando para roubar as casas."
O diplomata diz que os estrangeiros não têm sido alvo da violência no país e que os brasileiros, em particular, "gozam de muito carinho".
"Do ponto de vista da segurança pessoal não há nada. O único problema é da pessoa, de repente, se ver no lugar errado e no momento errado."
Para Jairo Collier, cônsul do Brasil em Díli, disse que a situação era de uma certa "normalidade".
"Os vôos estão saindo normalmente. Os telefones só estão com dificuldades porque a empresa telefônica não dá conta do número de chamadas", disse.
Expectativa
De acordo com o ministro das Relações Exteriores timorense, José Ramos Horta, cerca de mil soldados australianos estão sendo enviados para o país. Alguns começaram a chegar nesta quinta-feira.
Também é esperado o reforço de soldados da Nova Zelândia, Portugal e Malásia.
A expectativa é de que, com a chegada dos militares estrangeiros, a situação se acalme nos próximos dias.
"Acredito que vai acalmar hoje. Primeiro porque é feriado, Corpus Christi, e o comércio está fechado. Depois porque os soldados australianos estão chegando", diz Collier.
O Brasil não tem mais presença militar no Timor Leste. Pelas informações do Itamaraty, atualmente, estão no país apenas dois assistentes militares e cinco policias no Escritório das Nações Unidas para o Timor Leste (Unotil).
Colaborou Jair Rattner, de Lisboa
Especial
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