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28/05/2006 - 15h33

Uribe pede o comparecimento dos eleitores

MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Bogotá

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, fez um último apelo aos eleitores para que compareçam às urnas, neste domingo, e votem para presidente e vice do país.

Cada voto pode ser decisivo, entendem seus assessores, para que a eleição seja definida neste primeiro turno, já que na Colômbia o voto não é obrigatório e o país apresenta históricamente altos índices de abstenção.

"Quero convocar meus compatriotas a votar porque a democracia é um tesouro que deve ser bem cuidado", disse.

"É um dia para honrar a democracia e para colocá-la num altar. Peço que todos os colombianos votem. São muitas opções (de candidatos)", insistiu.

Suíça ou Iraque?

Ao lado da mulher, Lina, e de dois filhos, Uribe falou logo depois de depositar seu voto na urna, no Congresso Nacional, em Bogotá.

Num dia frio e chuvoso, com 320 mil soldados nas ruas do país, até os eleitores são revistados pelos fardados antes de entrar no local de votação.

"É normal, não me sinto invadido e não acho exagero. Somos um país que ainda tem medo de atentados", disse o eleitor Juan Carlos Alberdi, de 34 anos, antes de votar na Plaza Bolívar.

"Tenho 44 anos, já votei várias vezes e não vejo problema algum que me revistem porque assim eu também me sinto mais seguro", disse um recepcionista do hotel Tequendama, no centro da cidade.

Essa eleição registra quatro fatos inéditos, pelo menos até o início da tarde em Brasília (duas horas a mais que na Colômbia): a ausência de violência, que caracterizou o país por décadas; a possibilidade de um presidente ser reeleito em mais de um século; as chances de a esquerda receber uma votação histórica, através do Pólo Democrático, e a esperada pior derrota na trajetória de um dos partidos mais tradicionais da Colômbia, o Liberal.

A normalidade registrada nas primeiras horas de votação levou o prefeito de Bogotá, Luis Eduardo Garzon, a declarar que o país hoje está mais para Suíça e que não é o Iraque.

Outro mandato

A eleição termina às 16h, na Colômbia, e a expectativa, segundo a Justiça Eleitoral, é de que o resultado seja divulgado três horas e meia depois, às 19h30.

País com 42 milhões de habitantes, 26,4 milhões de eleitores, a Colômbia elegerá presidente para o período 2006-2010.

Alguns analistas passaram a ser mais cautelosos, como Napoleón Franco, dono de um instituto que leva seu nome, sobre a definição do pleito neste primeiro turno.

Segundo o jornal El Tiempo, Franco disse há uma semana que a vitória de Uribe era garantida no primeiro turno.

Nas últimas horas, de acordo com o mesmo jornal, ele retificou: "Hoje, sexta-feira, não se sabe se haverá segundo turno ou não".

Outro analista, César Valderrama, da Datexco, entende que não ocorreu nada surpreendente na última semana que pudesse alterar os resultados das últimas pesquisas de opinião, que mostravam Uribe com cerca de 54% a 60% das intenções de voto.

Atrás ficariam Carlos Gaviria, do Pólo Democrático, a grande surpresa desta eleição, e Horário Serpa, do Partido Liberal, presidenciável pela terceira vez.

A candidatura de Gaviria foi apresentada há apenas dois meses, após a realização da convenção do partido com a Alternativa Democrática.

Essa semana ocorreram três episódios cujos efeitos não foram medidos pelas pesquisas de opinião, já que a justiça eleitoral não permite a realização dos levantamentos até sete dias antes da votação.

Por isso, a cautela de última hora de alguns analistas, mas a confiança intacta de outros que acreditam na vitória de Uribe neste domingo.

Os episódios foram: a polêmica sobre a ausência de Uribe nos debates políticos, a morte de policiais do grupo anti-drogas, assassinados por soldados do exército, e o anúncio de um dos aliados do presidente, o senador Ciro Ramírez, de que se vencer esta eleição, o presidente pedirá reforma da constituição para tentar um terceiro mandato.

"Nego, nego terminantemente", disse Uribe, dedo em riste, quando perguntado, sábado à noite, durante entrevista com a imprensa estrangeira.
 

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