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28/05/2006 - 22h28

'Em paz com a vida', Parreira quer quebrar paradigma

DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil, em Weggis (Suíça)

O técnico Carlos Alberto Parreira afirmou neste domingo que a Seleção Brasileira tem a chance de romper um paradigma se vencer a próxima Copa do Mundo em meio ao clima de confiança e favoritismo que cerca a equipe.

Na entrevista coletiva após o jogo-treino contra a equipe sub-20 do Fluminense, em Weggis, na Suíça, Parreira disse que está “em paz com a vida”.

“Esse negócio de que o Brasil só ganha quando sai escorraçado, na desconfiança do público e da imprensa, sem ninguém acreditar no time, deu certo em algumas ocasiões”, afirmou o treinador. “São paradigmas que têm que ser quebrados.”

“Vamos quebrar esse modelo”, acrescentou. “Pode-se ganhar quando está tudo dando certo. É isso que nós queremos e pretendemos.”

1994 x 2006

Campeão mundial com a Seleção em 1994, Parreira vive em 2006 uma situação bem diferente. Há 12 anos, o treinador e sua equipe eram muito contestados, mas conseguiram o título em uma Copa de nível técnico limitado.

A conquista de 94, alcançada com momentos de brilho do atacante Romário e a vitória nos pênaltis contra a Itália na final, acabou com o jejum da Seleção de 24 anos sem vencer uma Copa.

Agora, o Brasil vai para o Mundial na Alemanha como atual campeão. A lista de jogadores convocados por Parreira recebeu elogios, e o futebol ofensivo e técnico apresentado pela Seleção é invejado pelos rivais.

“Estou doido para começar a Copa do Mundo. É ótimo quando você começa a competir”, afirma Parreira, versão 2006. “É uma competição no continente europeu. As equipes européias estão em casa. E é todo mundo contra o Brasil.”

Ronaldo

Assim como Parreira e a Seleção Brasileira, o atacante Ronaldo também passou por muitas mudanças desde a Copa de 94, quando ainda era uma jovem promessa e foi campeão sem entrar em campo.

De lá pra cá, Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo por três vezes, caiu na final do Mundial de 98 e se reergueu quatro anos depois, com o título do penta e a marca de artilheiro da Copa de 2002.

Agora, o atacante treina para disputar seu quarto Mundial e quebrar um recorde: com 12 gols em Copas, Ronaldo está a apenas dois gols de diferença do alemão Gerd Müller, o maior artilheiro da história da competição.

Para isso, Ronaldo, que não disputa uma partida oficial desde abril, terá de recuperar a forma e driblar as insinuações de que está acima de seu peso ideal.

“Não importa se o médico ou o Parreira digam que eu estou bem. Cada dia vocês procuram uma confusão”, afirmou o atacante, que atribui a polêmica sobre seu peso à falta de notícias negativas em torno da Seleção.

“Como está tudo tranqüilo na Seleção, sobra para mim”, reclamou. “É muito difícil cobrir uma Copa do Mundo sem polêmica, eu sei disso. Mais não precisa aumentar as coisas.”

Fenômeno

Nos primeiros treinos da Seleção em Weggis, Ronaldo tem sido um dos destaques, com disposição nos exercícios físicos e gols nos coletivos. O atacante conta ainda com o apoio de Parreira, que confia na versão 2006 do jogador.

“É evidente que o Ronaldo de 15 anos atrás é diferente do Ronaldo de hoje”, disse o treinador. “Ele ganhou muita massa muscular, está forte e não adianta querer comparar o Ronaldo de 94 com o Ronaldo de 2006. O físico dele é diferente.”

“O Ronaldo está sob controle. Ele vai chegar no peso ideal na Copa”, acrescentou. “Ronaldo é um jogador de decisão, de fazer gols. Ele é um jogador de grandes momentos.”

O técnico da Seleção também aposta em seus dois laterais, Cafu e Roberto Carlos, veteranos na posição e em Copas do Mundo.

Garantido como capitão, pelo menos na estréia do Brasil no Mundial, Cafu foi descrito por Parreira como um “fenômeno” por sua força física e disposição.

“O Cafu e o Roberto vão render aquilo que a gente espera”, afirmou o treinador. “Eu não os considero ultrapassados e nem velhos. Experiência em uma Copa do Mundo aqui na Europa soma muito, e os dois têm de sobra.”
 

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