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29/05/2006 - 14h44

Bush congratula Uribe por reeleição e promete apoio

MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Bogotá

O presidente dos EUA, George W. Bush, congratulou o colega colombiano Álvaro Uribe pela sua reeleição no domingo, reafirmando o "forte apoio" do governo americano na luta contra o narcoterrorismo e ao avanço do livre comércio entre os dois países.

Em um telefonema a Uribe, Bush agradeceu a ajuda dos "nossos amigos democráticos da região".

A Colombia assinou o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos (TLC), que ainda depende da aprovação do congresso colombiano.

Em um tom diferente, o governo francês insistiu que o governo colombiano negocie com os grupos guerrilheiros na Colômbia.

Diálogo

Ao parabenizar a reeleição de Uribe, o Ministério das Relações Exteriores da França expressou sua confiança "no diálogo nacional" que coloque "fim ao conflito no país".

A Colômbia vive uma guerra civil entre o governo e a as guerrilhas de esquerda há quatro décadas.

O governo francês disse esperar que seja possivel um diálogo que permita "a libertação de reféns e prisioneiros".

Em um comunicado, a França voltou a propor que ela, ao lado da Espanha e da Suíça, seja intermediária em uma negociação entre o governo e o maior grupo guerrilheiro da Colômbia, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), para a libertação de réfens sequestrados pelo grupo.

Há quatro anos, a França vem acompanhando de perto o seqüestro, em 2002, da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que possui a cidadania francesa.

Uribe também foi parabenizado pelo governo do presidente venezuelano Hugo Chavez - que é seu arquiinimigo ideológico na Amércia Latina, apesar do crescimento do comércio bilateral entre os dois países.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Valero Briceño, disse que "venceu a democracia" e destacou o fortalecimento da esquerda na eleição colombiana.

Álvaro Uribe venceu as eleições no primeiro turno e é o primeiro presidente eleito para um mandato consecutivo na Colômbia, em mais de um século.

Uribe recebeu 62,2% dos votos, quase cinco milhões de votos a mais que o segundo colocado, Carlos Gaviria, do Pólo Democrático Alternativo, de esquerda.

Uribe recebeu um total de 7.363.297 votos.

Discurso

Olhos marejados pela ampla vitória nas urnas, Uribe, de 53 anos, fez um apelo neste domingo ao Congresso Nacional para que aprove as medidas do seu segundo governo.

Elas incluem o TLC (Tratado de Livre Comércio) assinado com os Estados Unidos, além da ampliação das ações no combate ao narcotráfico e à guerrilha.

Em discurso aos eleitores, depois de anunciado o resultado das eleições, Uribe também pediu unidade ao país: “A democracia é pluralista”, disse, "mas podemos debater no consenso”.

Diante da euforia de seus partidários, que gritavam seu nome, ele disse: “Não somos 7,3 milhões, somos 42 milhões de colombianos”, se referindo aos seus eleitores e o total de pessoas no país.

“Às vezes me pergunto de que material os colombianos são feitos, que sofreram tanto e vivem alegres", disse, sob aplausos.

Democracia pluralista

Primeiro presidente reeleito na Colômbia em mais de um século, Álvaro Uribe mandou um “saludo” aos candidatos derrotados – Carlos Gaviria, do Pólo Democrático, e Horacio Serpa, do Partido Liberal.

E insistiu que os ex-presidenciáveis provaram que existe uma democracia pluralista. “Um jardim com muitas cores de idéias, mas com irmandade”, afirmou.

“O Pólo Democrático, de Gaviria, não é nosso inimigo. É nosso competidor na democracia”, ressaltou.

Com 99,65% das urnas apuradas, Uribe tinha recebido 62,23% dos votos contra 22,03% de Gaviria, 11,83% de Serpa e 1,24% de Antanas Mockus, da Aliança Social Indígena.

Uribe disse que também pretende “aumentar a irmandade”, com maior integração, com os países e blocos da região, como o Mercosul e a CAN (Comunidade Andina de Nações).

Ele não citou nomes, mas seus assessores dizem que ele pretende, em particular, intensificar a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo ele, um “líder político pragmático” e “importante” para a América Latina.
 

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