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30/05/2006 - 06h32

Colômbia mostra à América do Sul como votar, diz 'Telegraph'

da BBC Brasil

O jornal britânico Daily Telegraph afirma em editorial nesta terça-feira que ao reeleger o presidente Álvaro Uribe, a "Colômbia mostrou à América do Sul como votar".

O diário comenta que a vitória de Uribe mostra que a "guinada sul-americana" para a esquerda não é inevitável, uma vez que o líder colombiano é "um conservador pró-mercado, pró-americano e defensor da lei e da ordem que durante quatro anos de mandato combateu os paramilitares colombianos e enxugou o Estado".

A publicação argumenta que não foram as recentes reformas de mercado que fizeram com que os sul-americanos se voltassem contra os políticos tradicionais, mas sim "a corrupção sistemática que precedeu essas reformas".

De acordo com o Telegraph, "populistas anti-ianques" da região, como Evo Morales, na Bolívia, e Hugo Chávez, na Venezuela, "estão se beneficiando do ceticismo em relação à classe política", mas o jornal comenta que esse ceticismo é provocado "não pela desregulamentação econômica, mas sim pelo seu extremo oposto: o excesso de poder do Estado".

Segundo o diário, "um governo que possui grandes indústrias e práticas paternalistas quase que por definição será mais corrupto do que um que prega um Estado reduzido, como o que Uribe está construindo na Colômbia".

O Daily Telegraph conclui afirmando que é possível "garantir direitos de propriedade, atrair investimento e, dessa forma, impulsionar o crescimento. Fazer isso é uma garantia de popularidade maior do que qualquer retórica revolucionária".

Sapo amazônico

O jornal New York Times traz reportagem sobre a secreção do kampô, o sapo verde amazônico, "que pode trazer prosperidade para uma tribo na Amazônia".

O texto se refere às substâncias retiradas do animal, que a tribo katukina, no Acre, costuma usar para curar doenças e que "o governo brasileiro pretende utilizar na pesquisa e no desenvolvimento de produtos farmacêuticos".

O diário comenta que as propriedades médicas da gosma do kampô poderiam ser usados em remédios feitos para combater males como hipertensão e derrames exemplifica a pesquisa da substância como uma das maneiras pelas quais o Brasil tem buscado combater a biopirataria, "o roubo de recursos biológicos dos nativos brasileiros para o uso comercial".

O texto afirma que "apesar de abrigar a maior floresta tropical do mundo e um dos ecossistemas mais ricos do planeta, o Brasil tem sido lento em desenvolver seu patrimônio genético - a fauna e a flora dentro de seu território e o potencial que estes oferecem de lucro".

O New York Times conta que compostos encontrados na gosma do kampô já foram inclusive patenteados no exterior. De acordo com o jornal, a companhia ZymoGenetics, uma farmacêutica americana, já criou cinco patentes a partir da substância, mas ainda não conseguiu utilizá-las em produtos comerciais por não haver compreendido quais os seus potenciais. "É exatamente nesse quesito que o Brasil pretende surpreender", afirma o jornal.

Kirchner x militares

O jornal argentino La Nación traz diferentes textos sobre o projeto de reforma das Forças Armadas do país e o discurso realizado na segunda-feira pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, no qual teriam sido realçadas as crescentes tensões entre o Executivo argentino e militares.

A tensão teve início no dia 24 de maio, quando representantes do Exército realizaram um ato em memória aos militares mortos por militantes de esquerda nos anos 70. O ato gerou críticas da imprensa e do governo argentino.

Na segunda, Kirchner fez referência ao episódio durante um discurso, mas escolheu uma data e um local altamente significativos: o Dia do Exército, celebrado no Colégio Militar de Buenos Aires. O líder argentino afirmou: "Como presidente da nação argentina, não tenho medo, nem tenho medo deles".

A declaração, segundo o jornal, surpreendeu os militares, levando alguns a abandonar o palco antes do fim do discurso presidencial. O La Nación traz texto de um articulista que afirma que a relação de Kirchner com as Forças Armadas tem sido difícil desde o início de seu mandato e é marcada "por uma lógica de tensão constante".

O jornal também ouviu representantes da oposição, que apoiaram a postura do presidente, mas criticaram "excessos", que ele teria cometido. O diário destaca a afirmação de um senador que afirma que "Kirchner procura fantasmas onde eles não existem".

Em outro texto analítico, o jornal afirma que "a dureza do discurso do presidente no Dia do Exército foi, para alguns observadores, mais um exemplo de uma política militar condicionada pela construção do poder político pessoal". O diário adverte, no entanto, que "na maioria das vezes, os gestos voltados para a mídia são mais fortes do que qualquer ação governamental".
 

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