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05/06/2006
-
16h26
da BBC Brasil, em Tel Aviv
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, convocou para a noite desta segunda-feira, uma reunião do Comitê Central Eleitoral para começar a preparar um referendo sobre o Documento de Reconciliação Nacional, elaborado por prisioneiros palestinos.
Onze dias depois de anunciar um ultimato ao Hamas, o presidente Abbas desafia o movimento islâmico e se prepara para cumprir sua promessa.
O prazo dado por ele termina à meia-noite desta segunda feira, e o presidente palestino deverá fazer um decreto oficial sobre a realização do referendo na manhã desta terça.
De acordo com o ultimato, se o Hamas não chegar a um acordo com o Fatah sobre uma proposta elaborada por prisioneiros palestinos que trata, entre outras coisas, do futuro das negociações com Israel, a questão será apresentada à população por meio de um referendo
Estado palestino
O secretário do gabinete do presidente, Taib Abdel Rahim, disse nesta segunda em um comício em Ramallah que o prazo do ultimato não será estendido e que o fracasso das negociações entre o Fatah e o Hamas levará à realização do referendo.
O Documento de Reconciliação Nacional, assinado por líderes importantes de todas as facções palestinas, detidos na prisão israelense de Hadarim, defende a criação de um Estado palestino nos territórios que Israel ocupou durante a guerra de 1967 – Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
A iniciativa dos prisioneiros, entre eles líderes importantes do Hamas presos em Israel, reconhece implicitamente a existência de Israel, propondo um Estado palestino ao lado do Estado judeu.
O Hamas rejeitou a proposta e mantém sua posição, que defende a criação de um Estado palestino islâmico em toda a área da Palestina histórica, inclusive nos territórios de Israel.
Uma pesquisa do Instituto Halil Shkaki indica que 80% dos palestinos podem apoiar a posição do presidente Abbas no referendo.
Se a pesquisa se comprovar, o Hamas sairá enfraquecido do referendo. Nesse caso também se comprovariam as análises feitas logo após as eleições de janeiro, segundo as quais a população palestina não votou no Hamas por concordar com sua ideologia mas sim para protestar contra o Fatah.
O líder da bancada do Fatah no Parlamento palestino, Azam El Ahmad, disse que "se o Hamas ignorar o resultado do referendo, o presidente Abbas deverá dissolver o Parlamento e convocar novas eleições".
Caso isso ocorra, para alguns analistas há o risco de guerra civil.
Barril de pólvora
O analista israelense Dani Zaken disse neste segunda-feira à rádio pública de Israel que a situação na Faixa de Gaza "parece um barril de pólvora".
Cinco pessoas foram mortas em tiroteios entre militantes do Hamas e do Fatah durante a noite de domingo.
Poucas horas depois, uma bomba explodiu na casa de um dos comandantes mais importantes das Brigadas Ezadin El Kassam (o braço armado do Hamas), Mohamed Sari. Ele morreu imediatamente, e vários de seus parentes ficaram feridos.
O governo palestino, liderado pelo Hamas, posicionou uma milícia formada por 3 mil militantes do movimento em pontos estratégicos de todas as cidades da Faixa de Gaza.
Simultaneamente, as forças de segurança palestinas, subordinadas ao presidente Abbas, entraram em estado de alerta.
Duas agências do Banco Árabe na cidade de Gaza fecharam suas portas, depois de funcionários públicos ameaçarem agredir os trabalhadores do banco se seus salários não fossem pagos.
Homens armados do Hamas invadiram a redação da TV palestina, destruíram os equipamentos e expulsaram os funcionários do local, alegando que eles "são colaboradores do Fatah".
Sem acordo, Abbas mantém plano de fazer referendo
GUILA FLINTda BBC Brasil, em Tel Aviv
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, convocou para a noite desta segunda-feira, uma reunião do Comitê Central Eleitoral para começar a preparar um referendo sobre o Documento de Reconciliação Nacional, elaborado por prisioneiros palestinos.
Onze dias depois de anunciar um ultimato ao Hamas, o presidente Abbas desafia o movimento islâmico e se prepara para cumprir sua promessa.
O prazo dado por ele termina à meia-noite desta segunda feira, e o presidente palestino deverá fazer um decreto oficial sobre a realização do referendo na manhã desta terça.
De acordo com o ultimato, se o Hamas não chegar a um acordo com o Fatah sobre uma proposta elaborada por prisioneiros palestinos que trata, entre outras coisas, do futuro das negociações com Israel, a questão será apresentada à população por meio de um referendo
Estado palestino
O secretário do gabinete do presidente, Taib Abdel Rahim, disse nesta segunda em um comício em Ramallah que o prazo do ultimato não será estendido e que o fracasso das negociações entre o Fatah e o Hamas levará à realização do referendo.
O Documento de Reconciliação Nacional, assinado por líderes importantes de todas as facções palestinas, detidos na prisão israelense de Hadarim, defende a criação de um Estado palestino nos territórios que Israel ocupou durante a guerra de 1967 – Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
A iniciativa dos prisioneiros, entre eles líderes importantes do Hamas presos em Israel, reconhece implicitamente a existência de Israel, propondo um Estado palestino ao lado do Estado judeu.
O Hamas rejeitou a proposta e mantém sua posição, que defende a criação de um Estado palestino islâmico em toda a área da Palestina histórica, inclusive nos territórios de Israel.
Uma pesquisa do Instituto Halil Shkaki indica que 80% dos palestinos podem apoiar a posição do presidente Abbas no referendo.
Se a pesquisa se comprovar, o Hamas sairá enfraquecido do referendo. Nesse caso também se comprovariam as análises feitas logo após as eleições de janeiro, segundo as quais a população palestina não votou no Hamas por concordar com sua ideologia mas sim para protestar contra o Fatah.
O líder da bancada do Fatah no Parlamento palestino, Azam El Ahmad, disse que "se o Hamas ignorar o resultado do referendo, o presidente Abbas deverá dissolver o Parlamento e convocar novas eleições".
Caso isso ocorra, para alguns analistas há o risco de guerra civil.
Barril de pólvora
O analista israelense Dani Zaken disse neste segunda-feira à rádio pública de Israel que a situação na Faixa de Gaza "parece um barril de pólvora".
Cinco pessoas foram mortas em tiroteios entre militantes do Hamas e do Fatah durante a noite de domingo.
Poucas horas depois, uma bomba explodiu na casa de um dos comandantes mais importantes das Brigadas Ezadin El Kassam (o braço armado do Hamas), Mohamed Sari. Ele morreu imediatamente, e vários de seus parentes ficaram feridos.
O governo palestino, liderado pelo Hamas, posicionou uma milícia formada por 3 mil militantes do movimento em pontos estratégicos de todas as cidades da Faixa de Gaza.
Simultaneamente, as forças de segurança palestinas, subordinadas ao presidente Abbas, entraram em estado de alerta.
Duas agências do Banco Árabe na cidade de Gaza fecharam suas portas, depois de funcionários públicos ameaçarem agredir os trabalhadores do banco se seus salários não fossem pagos.
Homens armados do Hamas invadiram a redação da TV palestina, destruíram os equipamentos e expulsaram os funcionários do local, alegando que eles "são colaboradores do Fatah".
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