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16/06/2006 - 15h55

Artigo médico critica patrocínios da Copa do Mundo

da BBC Brasil

Especialistas em saúde pública criticaram os organizadores da Copa do Mundo por aceitar patrocínios de companhias “pouco saudáveis”

Num artigo publicado na revista científica Lancet, os médicos questionaram a inclusão de companhias como a cervejaria Budweiser e a cadeia de fast-food McDonald’s como parceiros oficiais da FIFA.

Segundo os autores do artigo, entidades como a FIFA têm a obrigação de evitar relacionamentos com patrocinadores que não sejam adequados.

Relações ‘questionáveis’

Após a Copa de 2002, a FIFA recebeu uma premiação pelo combate ao fumo por ter feito o torneio com severas restrições a fumantes e rejeitando anunciantes ligados a empresas de tabaco.

Na Copa deste ano, no entanto, a proibição de se fumar nos estádios foi abolida e é possível encontrar isqueiros e cinzeiros entre os produtos oficiais da Copa.

“A presença de parceiros da FIFA como a Budweiser, a Coca-Cola e o McDonald’s ilustra bem o conflito existente entre o esporte internacional e a promoção de um modo de vida saudável”, diz o artigo.

“Esta tensão reforça a necessidade de se reavaliar as relações entre organizadores e seus patrocinadores, assim como dos governos assegurarem a eficiência das suas legislações e do investimento público no esporte de elite”, afirmam os autores.

A última Copa do Mundo atraiu uma audiência cumulativa de 28,8 bilhões de espectadores em 213 países diferentes.

Para esta competição, 15 marcas conhecidas mundialmente pagaram cerca de US$ 40 milhões cada uma (cerca de R$ 85 milhões) pelo espaço publicitário reservado aos parceiros oficiais.

Crítica à Federação Inglesa

O artigo da Lancet também não poupou os dirigentes da Federação Inglesa, uma vez que o McDonald’s financia uma extensa campanha da entidade para formar novos técnicos nas divisões de base.

Um porta-voz da Football Association, a Federação Inglesa de Futebol, defendeu a parceria, argumentando que o McDonald’s contribuiu muito para o esporte na formação de novos técnicos.

“Trabalhamos com o McDonald’s com muito sucesso nos últimos anos, dando uma grande contribuição ao futebol das categorias de base através do programa de desenvolvimento de treinadores e outras iniciativas”, disse.

O McDonald’s emitiu uma declaração dizendo que a companhia “tem orgulho do trabalho que realizou no futebol, desde as categorias de base até torneios internacionais, nos últimos 25 anos”.

“Estamos concentrados em encorajar mais crianças e jovens a participar do futebol fazendo o jogo mais acessível e atraente às famílias e jovens”.

Perigo também para a Olimpíada

O artigo também alerta para o risco de novas parcerias questionáveis na Olimpíada de 2012, que será disputada na Inglaterra.

“Os Jogos Olímpicos de 2012 precisarão de um investimento público de mais de 2 bilhões de libras (cerca de R$ 7,5 bilhões), que se justificam em parte pela necessidade de se criar um legado para a saúde”, adicionou um dos autores do artigo, Jeff Collin.

“A aspiração dos Jogos de inspirar ‘uma nova geração de maior atividade e ambição esportiva, ajudando a formar uma nação saudável e ativa’, uma ambição que nós achamos difícil de conciliar com a presença de patrocinadores como a Coca-Cola e o McDonald’s.”

Collin conclui dizendo que não é preciso se pensar em um veto a todo tipo de ligação com estas empresas, mas que é preciso se levar em conta os critérios de saúde na promoção esportiva.
 

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