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19/06/2006 - 07h03

Brasil vence com sorte e boa vontade do juiz, diz Times

da BBC Brasil

O Brasil não jogou como campeão mundial e contou com a sorte e a boa vontade do juiz para derrotar a Austrália no domingo por 2 a 0, afirma reportagem do jornal inglês The Times.

Segundo o jornal, apenas a comemoração de Adriano - "o último brasileiro a compartilhar o prazer da paternidade com o mundo" - lembrou o time campeão de 1994, com o seu gesto de embalar um bebê.

"Pela segunda vez nesta Copa, o famoso batuque de samba que os acompanha foi silenciado e ontem foi Waltzing Matilda (uma canção australiana) que preencheu o vazio", diz o Times.

Para o Times, a Austrália mal parecia um time que está na 44ª posição no ranking mundial jogando contra os favoritos para vencer a Copa.

Segundo o jornal, o Brasil não só suou para vencer, como teve sorte de que a Austrália desperdiçou oportunidades. Além disso, diz o diário, o juiz Marcus Merck favoreceu o Brasil em toda jogada faltosa que desse margem à interpretação.

Ronaldos

O jornal também critica a atuação de Ronaldinho Gaúcho, que, segundo o Times, "mais uma vez" não conseguiu cumprir as expectativas geradas pela sua temporada na Espanha.

De acordo com o Times, ele e Kaká foram incumbidos de "mostrar algum interesse pela defesa", mas isso não explica "por que ele tem sido tão ineficaz".

"Os problemas de Ronaldinho são sintomáticos de um equipe que não está exatamente funcionando."

O Times dedica outra página inteira a um artigo cheio de críticas a Ronaldo, em que diz que o artilheiro se comportou na sua 100ª partida pelo Brasil como se estivesse recebendo a sua "100ª torta".

O autor do texto, Simon Barnes, se diz perplexo ao escrever que a Seleção brasileira está levando um "passageiro", especialmente um de tal distinção.

Segundo Barnes, embora em melhor forma do que no primeiro jogo, Ronaldo foi mais uma vez lento e nem chegou a despertar o interesse da defesa australiana.

A decepção com o desempenho do Brasil foi manifestada em outras publicações européias. "Não é como assistir à Argentina", diz o Irish Examiner.

O diário irlandês diz que ainda não dá para dizer que o Brasil está "ganhando feio", mas acrescenta que os brasileiros estão vencendo os jogos de forma "rotineira", "quase mundana".

"O Brasil precisa reformar o seu jogo de maneira bastante radical se eles quiserem superar a Argentina como a equipe com mais chances de triunfar na Alemanha. Por um bom tempo ontem (domingo), eles penaram para produzir bons momentos."

Protesto

O jornal The Guardian destaca na sua edição desta segunda-feira uma manifestação de milhares de pessoas em Londres, ocorrida no domingo, em apoio aos irmãos Mohammed Abdulkayar e Abul Koyair, presos em uma polêmica ação policial há duas semanas.

Segundo o diário, entre os presentes estava Alex Pereira, o primo do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia londrina ao ser confundido com um homem-bomba em julho do ano passado.

"Nós temos de estar unidos. Dez meses depois, aconteceu de novo, só que desta vez a pessoa está viva para contar o que aconteceu", disse Pereira ao The Guardian.

Os manifestantes exigiam um pedido de desculpas da polícia pela invasão do apartamento dos dois irmãos muçulmanos, que acabou com um deles, Mohammed Abdulkayar, ferido com um tiro.

Discrepâncias nas versões da polícia e dos irmãos e a descoberta de que a informação de que os dois irmãos escondiam materiais explosivos em casa para um eventual atentado teriam partido de uma fonte sem credibilidade têm gerado várias críticas à conduta da polícia, já sob pressão por causa do caso Jean Charles de Menezes.

"Nós não queremos que isso aconteça a outras pessoas nesta comunidade, muçulmanos ou não muçulmanos", disse Koyair aos manifestantes.

O jornal publica na capa uma foto de Koyair com uma camiseta semelhante à da Seleção Brasileira e a inscrição Menezes e o número 27 - idade que Jean Charles tinha quando foi morto com tiros na cabeça dentro do metrô de Londres.

Outra reportagem do The Times diz que em 2003 a CIA (agência secreta dos EUA) já suspeitava do líder dos militantes que executaram os atentados de 7 de julho de 2005 em Londres.

"Embora o MI5 (serviço secreto britânico) sempre tenha negado que Mohammed Sidique Khan representava um potencial perigo, a CIA supostamente descobriu em 2003 que ele estava planejando ataques em cidades americanas", diz o Times, com base nas revelações feitas pelo especialista em segurança americano Ron Suskind no seu livro The One Percent Doctrine.

Segundo o livro citado pelo Times, a CIA já havia proibido Khan de entrar nos Estados Unidos em 2003, depois de encontrar provas de que Khan "estava em contato com extremistas islâmicos nos EUA sobre um plano para explodir uma série de sinagogas na costa leste dos Estados Unidos".

A informação supostamente contradiz a versão da diretora-geral do MI-5, Eliza Manningham-Buller, de que Khan não era considerado uma ameaça até os ataques do ano passado que deixaram 52 mortos.

"Ele (Suskind) alega que Khan fez pelo menos duas viagens aos EUA para finalizar planos de ataque e que autoridades da área de segurança dos EUA compartilharam esta informação com um agente de inteligência em Londres."

Uma fonte dos serviços de segurança não identificada pelo Times disse que as alegações eram "inverdades" e "um dos muitos mitos que cresceram em torno de Khan".

O jornal diz, no entanto, que a revelação deve aumentar as pressões por um inquérito independente. A reportagem lembra que uma investigação parlamentar concluiu que Khan e dois outros militantes suicidas que participaram do ataque eram em alguma forma conhecidos pelo MI5, mas Khan era considerado uma "figura periférica".
 

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