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22/06/2006 - 19h18

Kirchner critica posição americana sobre Chávez

ANELISE INFANTE
da BBC Brasil, em Madri

O presidente da Argentina, Nestor Kirchner defendeu nesta quinta-feira na Espanha (onde está em visita de Estado) o governo de Hugo Chávez, dizendo que a "Venezuela é um país solidário".

Em entrevista coletiva, Kirchner disse que "os Estados Unidos estão tentando dar uma imagem de monstrinho ao presidente Hugo Chávez", mas têm negócios comerciais com ele, assim como a Argentina.

O presidente argentino chamou de "absurda" a polêmica sobre a volta do populismo à América Latina. "Não vamos cair no simplismo antiquado", comentou.

Kirchner também apoiou o governo boliviano de Evo Morales, lembrando que "é o país mais pobre da América do Sul, que está numa situação limite de autodestruição".

Dívida externa

Para o líder argentino, "a Bolívia está tentando reconstruir-se e esse processo é mais importante do que Morales ou o populismo".

Na visita de dois dias à capital espanhola Kirchner explicou a reação econômica do país depois da crise que começou em 2001.

"A Argentina chegou à beira do abismo e da dissolução. Está saindo do inferno e em 2007 estará no purgatório".

Em uma reunião com o primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero o governo argentino conseguiu renegociar a dívida externa com a Espanha que alcança o milhão de dólares.

Telefone

"A dívida com o governo espanhol é econômica e moral", disse Kirchner, referindo-se à crise, quando a Espanha deu ajuda à ex–colônia.

A visita a Madri também teve outros resultados. O Estado argentino recupera parte do controle acionário das linhas aéreas estatais, Aerolíneas Argentinas (A.A.).

Em 2001, como no caso da Varig, a companhia esteve sob bancarrota. O grupo espanhol Marsans adquiriu 98,2% das ações, os trabalhadores de A.A. 0,4% e o governo ficou com 1.4%.

Pelo acordo de hoje, intermediado pelo governo espanhol, o Estado argentino passa a ter 5% e a previsão é chegar aos 20% das ações nos próximos anos.

Kirchner se reuniu também com empresários, especialmente com os presidentes da petrolífera Repsol e o da Telefónica de Espanha. O assunto principal foi a ameaça de subida de tarifas de serviços públicos.

"Pedi que houvesse um diálogo sincero e claro. O momento é de sugerir soluções para os problemas que surgiram e poder falar abertamente já é um bom começo para o restabelecimento da confiança”.

Espanha e Argentina também assinaram um acordo estratégico bilateral. O mesmo feito com o Brasil na última visita de Lula a Madri.
 

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