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23/06/2006 - 08h20

Brasil é visto como imperialista por vizinhos, diz jornal

da BBC Brasil

O jornal americano The Miami Herald trouxe nesta sexta-feira uma reportagem que afirma que as ambições do Brasil de ter um papel maior no cenário político internacional estão começando a deixar os países vizinhos desconfortáveis.

O repórter sugere que o país já é visto como o poder “imperialista da região” e cita a disputa do presidente da Bolívia, Evo Morales, com a Petrobras.

"Cada vez mais, a influência da Petrobras e de outras empresas brasileiras está reacendendo antigas tensões entre o Brasil, o maior e mais populoso país da América Latina, e seus vizinhos", diz ele.

Peter DeShazo, diretor para o programa das Américas no Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos de Washington, é citado na reportagem dizendo que "o Brasil é um poder regional e está crescendo. Para um governo tão nacionalista e populista quanto o de Morales, o Brasil representa uma grande ameaça."

Para o repórter, os líderes políticos e homens de negócios brasileiros têm dado passos cuidadosos para não piorar a situação. Ele menciona especificamente a preocupação do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em negociar uma saída para a crise com a Bolívia.

Eleições e combustível

O diário britânico Financial Times publicou uma reportagem sobre o novo combustível da Petrobras H-Bio e chamou atenção para a quantidade de autoridades presentes no teste industrial do novo tipo de óleo diesel , na refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, Paraná.

O H-Bio é produzido a partir de uma mistura de óleo de soja ou outros óleos vegetais com petróleo, durante o processo de refino, e "merece a atenção", segundo o repórter, porque em termos práticos não pode ser diferenciado do diesel comum e tem mais qualidade do que o normalmente produzido no Brasil.

O jornal comenta que houve muita pompa no evento e afirma que "Luiz Inácio Lula da Silva vai oficializar sua candidatura para as eleições de outubro neste fim de semana e está aproveitando todas as oportunidades para inaugurar o que for possível antes de ser impedido de confundir seus deveres presidenciais com a campanha eleitoral, a partir de 1º de julho."

Direitos Humanos

No editorial desta sexta, o The New York Times critica o Conselho de Direitos Humanos da ONU e lamenta que o governo Bush tenha perdido a briga sobre as regras para a escolha de integrantes este ano.

"A sessão de abertura (do Conselho de Direitos Humanos) esta semana foi manchada pela presença de Paquistão, Arábia Saudita e Cuba, todos opressores flagrantes e incapazes de julgar a performance de outras nações em direitos humanos. Outros membros questionáveis incluem China e Rússia, que não apenas limitam os direitos de seus cidadãos, mas também usam seu espaço regularmente para defender o comportamento indefensável de aliados como Uzbequistão e Sudão."

O editorial sugere ainda que, diante da situação atual, o governo dos Estados Unidos não deveria ter recusado o assento neste ano, já que "uma voz americana no Conselho teria sido um estímulo na direção de mais sinceridade e entendimento."

Aliados Exigentes

O jornal francês Le Monde defende em editorial que a Europa seja um "aliado exigente" dos Estados Unidos.

O jornal diz que, depois de 11 de setembro, americanos e europeus divergem em dois pontos cruciais. O primeiro são os métodos utilizados na guerra contra o terrorismo e o segundo é a guerra no Iraque.

Citando Guantánamo e as prisões secretas da CIA, o Le Monde afirma que "os americanos têm que reencontrar o caminho do direito internacional" e que "os europeus devem, enquanto aliados exigentes, continuar a apoiar os Estados Unidos no combate contra a Al-Qaeda, mas conseguir o fechamento de Guantánamo."

O editorial diz que Estados Unidos e Europa devem tomar cuidado, já que "tanto no Iraque, quanto na luta contra o terror, suas divisões ajudam o inimigo comum, para quem esta guerra é uma guerra até a morte."
 

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