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06/07/2006
-
11h35
da BBC Brasil, na Cidade do México
Na recontagem das atas de votação da disputa eleitoral mais acirrada da história do México, o candidato conservador Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), ultrapassou o centro-esquerdista Andrés Manuel Lopez Obrador e discursou na madrugada desta quinta-feira como presidente eleito do país.
As atas que estão sendo computadas trazem o total de votos de cada centro de votação.
Com 99,10% das atas apuradas, Felipe Calderón alcançou uma pequena vantagem de 0,34 % à frente de López Obrador, que desde o início da recontagem das atas reiniciadas na manhã de quarta-feira aparecia à frente com pelo menos 2% de vantagem.
Em uma jornada eleitoral histórica, em que mais de 41 milhões participaram das eleições (60% dos eleitores inscritos), o candidato do PAN obteve 35,76% dos votos em relação ao seu rival centro-esquerdista, que se mantém com 35,42% dos votos apurados.
'Minha vida'
Quando ultrapassou López Obrador, Felipe Calderón se antecipou ao anúncio oficial do Instituto Federal Eleitoral (IFE) e discursou em frente à sede de seu partido, onde centenas de simpatizantes acompanhavam a contagem dos votos.
"Não quero antecipar-me ao que diga a autoridade eleitoral. Mas, a esta hora da madrugada, o Partido Ação Nacional está à frente nas eleições para Presidente da República."
"Agradeço a todos que votaram por mim, pela paz e rejeitaram a violência", disse Calderón.
Diante de um cenário em que a credibilidade do processo eleitoral foi abalada por irregularidades encontradas na contagem dos votos, o candidato do PAN disse: "Empenhei minha vida para que neste país houvesse eleições limpas".
Pacto Nacional
Em tom de conciliação, Calderón disse que "acatará" a mensagem das urnas e será o "presidente de todos os mexicanos".
"Estarei empenhado em garantir emprego, segurança e trabalharei sem descanso para diminuir as desigualdades sociais de nosso país", afirmou.
Em uma clara referência a López Obrador, que poderá recorrer da decisão, Calderón convocou seus eleitores a defender seu "triunfo".
"Temos que defender nosso triunfo para que não cancelem nossos votos por capricho ou ambição."
No início da apuração, o Partido da Revolução Democrática (PRD) afirmou que só aceitaria os resultados apresentados pelo IFE se o órgão contasse "voto por voto". O partido oposicionista continua mantendo essa exigência.
Se o resultado das eleições for levado ao Tribunal Eleitoral do Poder Judicial da Federação (Trife), a dúvida sobre quem será o próximo presidente do México se estenderá até o mês de setembro, quando o tribunal deverá ratificar o nome do ganhador.
Se confirmada sua vitória, Calderón chega à Presidência como o candidato preferido dos mercados internacionais e dos empresários locais.
Sua principal proposta de governo é gerar empregos por meio da abertura à iniciativa privada.
Político de carreira, Calderón, de 44 anos, nascido em Morélia (capital de Estado de Michoacán, na região central do país), já esteve à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento (Banobras), durante o governo Fox, e foi secretário de Energia de 2002 a 2004.
O candidato conservador afirma dar continuidade às políticas interna e externa do atual presidente, Vicente Fox.
De acordo com analistas mexicanos, a possibilidade de seu país integrar-se mais com o restante da América Latina se reduz com a vitória do conservador.
Calderón lidera no México com 99% da apuração
CLÁUDIA JARDIMda BBC Brasil, na Cidade do México
Na recontagem das atas de votação da disputa eleitoral mais acirrada da história do México, o candidato conservador Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), ultrapassou o centro-esquerdista Andrés Manuel Lopez Obrador e discursou na madrugada desta quinta-feira como presidente eleito do país.
As atas que estão sendo computadas trazem o total de votos de cada centro de votação.
Com 99,10% das atas apuradas, Felipe Calderón alcançou uma pequena vantagem de 0,34 % à frente de López Obrador, que desde o início da recontagem das atas reiniciadas na manhã de quarta-feira aparecia à frente com pelo menos 2% de vantagem.
Em uma jornada eleitoral histórica, em que mais de 41 milhões participaram das eleições (60% dos eleitores inscritos), o candidato do PAN obteve 35,76% dos votos em relação ao seu rival centro-esquerdista, que se mantém com 35,42% dos votos apurados.
'Minha vida'
Quando ultrapassou López Obrador, Felipe Calderón se antecipou ao anúncio oficial do Instituto Federal Eleitoral (IFE) e discursou em frente à sede de seu partido, onde centenas de simpatizantes acompanhavam a contagem dos votos.
"Não quero antecipar-me ao que diga a autoridade eleitoral. Mas, a esta hora da madrugada, o Partido Ação Nacional está à frente nas eleições para Presidente da República."
"Agradeço a todos que votaram por mim, pela paz e rejeitaram a violência", disse Calderón.
Diante de um cenário em que a credibilidade do processo eleitoral foi abalada por irregularidades encontradas na contagem dos votos, o candidato do PAN disse: "Empenhei minha vida para que neste país houvesse eleições limpas".
Pacto Nacional
Em tom de conciliação, Calderón disse que "acatará" a mensagem das urnas e será o "presidente de todos os mexicanos".
"Estarei empenhado em garantir emprego, segurança e trabalharei sem descanso para diminuir as desigualdades sociais de nosso país", afirmou.
Em uma clara referência a López Obrador, que poderá recorrer da decisão, Calderón convocou seus eleitores a defender seu "triunfo".
"Temos que defender nosso triunfo para que não cancelem nossos votos por capricho ou ambição."
No início da apuração, o Partido da Revolução Democrática (PRD) afirmou que só aceitaria os resultados apresentados pelo IFE se o órgão contasse "voto por voto". O partido oposicionista continua mantendo essa exigência.
Se o resultado das eleições for levado ao Tribunal Eleitoral do Poder Judicial da Federação (Trife), a dúvida sobre quem será o próximo presidente do México se estenderá até o mês de setembro, quando o tribunal deverá ratificar o nome do ganhador.
Se confirmada sua vitória, Calderón chega à Presidência como o candidato preferido dos mercados internacionais e dos empresários locais.
Sua principal proposta de governo é gerar empregos por meio da abertura à iniciativa privada.
Político de carreira, Calderón, de 44 anos, nascido em Morélia (capital de Estado de Michoacán, na região central do país), já esteve à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento (Banobras), durante o governo Fox, e foi secretário de Energia de 2002 a 2004.
O candidato conservador afirma dar continuidade às políticas interna e externa do atual presidente, Vicente Fox.
De acordo com analistas mexicanos, a possibilidade de seu país integrar-se mais com o restante da América Latina se reduz com a vitória do conservador.
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