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07/07/2006
-
09h43
O brasileiro José di Michele, que sobreviveu aos atentados em Londres em 2005, continua usando o sistema de metrô e disse que que a cidade ainda é "um bom lugar para morar".
Michele estava no trem da Picadilly Line onde o extremista Germaine Lindsay detonou uma bomba causando a morte de 26 pessoas e deixando mais de 340 feridos.
Ele escapou pela janela e pelos trilhos do metrô, com apenas alguns ferimentos na mão.
Um ano depois dos ataques ao sistema de transporte público da cidade, Michele diz que seu comportamento mudou, mas que ainda não tem planos de voltar para o Brasil.
"A bomba na Picadilly Line explodiu no primeiro vagão. Agora, costumo evitá-lo. Se o vagão está muito cheio, também desisto. Quero poder ver o que está acontecendo no trem."
"Se pudesse, andava de ônibus ou ia a pé para o trabalho, mas não dá, dependo do metrô", explica ele.
O analista de dados de uma empresa financeira também conta que agora evita as linhas mais movimentadas na hora do rush.
Tragédia
Cinquenta e duas pessoas foram mortas nos atentados de 7 de julho de 2005, que atingiram metrôs das linhas Circle Line e Picadilly Line por volta de nove da manhã, além de um ônibus, todos no centro de Londres.
Quatro homens-bomba também morreram nas explosões, e mais de 770 pessoas ficaram feridas.
"Sei que se tentarem cometer um outro atentado no metrô de Londres, minhas mudanças de comportamento não vão fazer diferença, mas elas me fazem me sentir melhor, mais seguro."
José di Michele estava no trem onde houve a pior explosão. Um longo trecho da linha passou um mês fechado, para conserto.
Lembranças
A lembrança dos atentados ainda é presente quando ele anda de metrô.
"Estou mais atento às pessoas presentes. Se vejo alguém com jeito suspeito, com uma bolsa grande, ou uma mala, mudo na próxima estação, faço o que for preciso", conta.
"Agora, no dia 7 de julho, tirei folga para não ter que usar o metrô. Aquela lembrança do ano passado vai vir à tona, tenho certeza. E foi terrível."
Ao contrário de muitos sobreviventes dos atentados, José di Michele não procurou ajuda psicológica depois do trauma.
Ele também não manteve contato com nenhum dos passageiros que estavam no mesmo vagão, apesar de ter ajudado uma mulher grávida, entre outras pessoas, a sair do vagão.
"Foi tudo muito rápido", diz ele.
Para o brasileiro, no entanto, a cidade em si não mudou depois dos atentados, mas sim o comportamento dele no metrô.
Apesar da lembrança constante, ele afirma que não sairia de Londres por causa disso.
"Minha vida é aqui. Ainda vale à pena."
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Sobrevivente das bombas, brasileiro fica em Londres
BABETH BETTENCOURTO brasileiro José di Michele, que sobreviveu aos atentados em Londres em 2005, continua usando o sistema de metrô e disse que que a cidade ainda é "um bom lugar para morar".
Michele estava no trem da Picadilly Line onde o extremista Germaine Lindsay detonou uma bomba causando a morte de 26 pessoas e deixando mais de 340 feridos.
Ele escapou pela janela e pelos trilhos do metrô, com apenas alguns ferimentos na mão.
Um ano depois dos ataques ao sistema de transporte público da cidade, Michele diz que seu comportamento mudou, mas que ainda não tem planos de voltar para o Brasil.
"A bomba na Picadilly Line explodiu no primeiro vagão. Agora, costumo evitá-lo. Se o vagão está muito cheio, também desisto. Quero poder ver o que está acontecendo no trem."
"Se pudesse, andava de ônibus ou ia a pé para o trabalho, mas não dá, dependo do metrô", explica ele.
O analista de dados de uma empresa financeira também conta que agora evita as linhas mais movimentadas na hora do rush.
Tragédia
Cinquenta e duas pessoas foram mortas nos atentados de 7 de julho de 2005, que atingiram metrôs das linhas Circle Line e Picadilly Line por volta de nove da manhã, além de um ônibus, todos no centro de Londres.
Quatro homens-bomba também morreram nas explosões, e mais de 770 pessoas ficaram feridas.
"Sei que se tentarem cometer um outro atentado no metrô de Londres, minhas mudanças de comportamento não vão fazer diferença, mas elas me fazem me sentir melhor, mais seguro."
José di Michele estava no trem onde houve a pior explosão. Um longo trecho da linha passou um mês fechado, para conserto.
Lembranças
A lembrança dos atentados ainda é presente quando ele anda de metrô.
"Estou mais atento às pessoas presentes. Se vejo alguém com jeito suspeito, com uma bolsa grande, ou uma mala, mudo na próxima estação, faço o que for preciso", conta.
"Agora, no dia 7 de julho, tirei folga para não ter que usar o metrô. Aquela lembrança do ano passado vai vir à tona, tenho certeza. E foi terrível."
Ao contrário de muitos sobreviventes dos atentados, José di Michele não procurou ajuda psicológica depois do trauma.
Ele também não manteve contato com nenhum dos passageiros que estavam no mesmo vagão, apesar de ter ajudado uma mulher grávida, entre outras pessoas, a sair do vagão.
"Foi tudo muito rápido", diz ele.
Para o brasileiro, no entanto, a cidade em si não mudou depois dos atentados, mas sim o comportamento dele no metrô.
Apesar da lembrança constante, ele afirma que não sairia de Londres por causa disso.
"Minha vida é aqui. Ainda vale à pena."
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