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07/07/2006 - 13h48

Alemanha pode ter Oliver Khan no gol contra Portugal

MARCELO CRESCENTI
da BBC Brasil, em Frankfurt

Se a imprensa alemã estiver certa, o goleiro Oliver Khan, ídolo da torcida e eleito melhor jogador da Copa de 2002, pode deixar o "castigo" do banco de reservas imposto pelo técnico Jürgen Klinsmann, e entrar em campo como titular na partida deste sábado contra Portugal que vai decidir o terceiro colocado do Mundial.

O rival de Khan, o goleiro do Arsenal de Londres, Jens Lehmann, feito titular por Klinsmann, disse que está satisfeito pela homenagem feita a Khan.

Demonstrando humildade, Oliver Khan, com 37 anos e ex-capitão da seleção teria dito ao tablóide alemão Bild que encara a partida com seriedade.

"Não vejo como uma homenagem. Para mim é uma partida de valor, mesmo que seja pela disputa do terceiro lugar. Estou aguardando (o jogo) com ansiedade", disse Khan.

Ex-ídolo

Maior ídolo da torcida alemã até a Copa passada, o ex-capitão da equipe mudou radicalmente sua imagem depois que foi relegado ao banco de reservas.

Antigamente, uma propaganda com Oliver Kahn ressaltava a força, o poder e a influência que Khan tinha sobre o time.

Num anúncio de TV que ele fez para uma rede de restaurantes fast food, Khan rugia como um leão ao receber seu hambúrguer.

Hoje em dia, resignado com a incômoda posição de reserva, Kahn está fazendo outro tipo de propaganda.

Sentado no banco de um Biergarten alemão, uma espécie de restaurante ao ar livre, Kahn bebe a cerveja (sem álcool) promovida no anuncio e filosofa: “até que ficar sentado no banco não é tão mal assim”.

Kahn foi eleito o melhor jogador da copa de 2002. Com suas defesas ele foi um dos principais responsáveis por levar o time da Alemanha à final do torneio.

No jogo contra o Brasil, no entanto, não conseguiu segurar um chute de Rivaldo, permitindo o primeiro gol de Ronaldo que abriu o caminho para a vitória brasileira

Segundo plano

O goleiro do Bayern de Munique ficou conhecido pela impulsividade. Em campo, ele chegou a dar tapas em companheiros do próprio time, e repetidamente criticou colegas e cartolas.

No entanto, foi relegado ao segundo plano quando o técnico Jürgen Klinsmann decidiu por Jens Lehmann.

Quando todos esperavam uma explosão de Oliver Kahn ou até sua renúcia ao posto de reserva na seleção, ele surpreendeu a opinião pública dizendo que “o que importa é o espírito de equipe, e não eu”. Os repórteres esportivos ficaram embasbacados.

Desde então, para surpresa geral, Kahn fica sentado pacificamente no banco da seleção. Nesta semana ele até elogiou seu concorrente Lehmann, dizendo que ele “teve uma atuação perfeita até agora”.

Em sua primeira entrevista coletiva desde o começo da Copa, “King Kahn”, como era chamado por torcedores, disse que “é claro [que está] um pouco frustrado”, mas que não desconta nos outros jogadores.

O goleiro disse que no passado ele era obcecado por vitórias e títulos, e que está passando por uma nova experiência. Humildemente, ele diz que quer “ajudar onde puder”.

Os jornalistas ainda estão céticos e esperam a hora em que Kahn voltará a rugir como um leão. Porém, até agora o goleiro dá a impressão que já ficaria satisfeito em tomar uma cervejinha ao ar livre em um Biergarten e filosofar sobre a vida.
 

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