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10/07/2006 - 08h41

'Um carro para cada um é loucura', diz Chávez no Guardian

da BBC Brasil

O jornal britânico The Guardian trouxe nesta segunda-feira um artigo do presidente venezuelano Hugo Chávez questionando o excesso de carros nas grandes cidades do mundo.

"Em 96% dos veículos - carros para seis pessoas e os menores, para quatro - você só vê uma pessoa, a que está dirigindo. (...) Todo mundo quer ter um carro e dirigir pelas ruas feito um idiota: sozinho no seu carro, queimando litros e litros de combustível, poluindo a atmosfera", afirmou Chávez.

Para o presidente, a culpa é da "propaganda capitalista" com a qual somos bombardeados pela televisão desde crianças.

"A TV nos mostra que pessoas decentes são bem vestidas e têm carros de luxo. (...) O setor automotivo dos Estados Unidos sozinho consome muito mais combustível que todos os países do Caribe juntos. Isso é insustentável."

Hugo Chávez lembra que a Venezuela tem estudado o assunto devido a seu status de grande produtor de petróleo, com a ajuda de especialistas e dos centros de pesquisa da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), da qual o país faz parte.

O presidente venezuelano questiona: "Um carro para cada um? Nosso planeta não agüentará isso - um modelo de capitalismo extremamente individualista e de um consumismo egoísta. O destrutivo desenvolvimentismo, como é chamado, destrói o planeta e é, francamente, uma estupidez."

Exemplo brasileiro

Também falando do setor automotivo, o The Wall Street Journal Europe publicou uma reportagem entitulada "Ford aprende lições com o Brasil", na qual afirma que a empresa passou por tantas dificuldades no país em 1999 quanto passa agora nos Estados Unidos, especialmente em Detroit.

O modelo de administração adotado pela Ford Brasil na época teria conseguido reverter uma situação complicada com medidas ousadas, de acordo com o jornal.

"A Ford Brasil consertou seu processo de produção fechando fábricas ineficientes e assumiu um grande risco construindo uma fábrica nova, de baixo custo, que agora está entre as mais eficientes da companhia."

A reportagem também elogia a decisão da empresa de começar a produzir carros de acordo com o gosto dos consumidores locais, vendendo versões "tropicalizadas" dos modelos europeus.

Para alcançar o mesmo grau de sucesso nos Estados Unidos, a Ford americana teria que mostrar tanta ousadia e ambição quanto os brasileiros, segundo especialistas citados pelo jornal.

Copa do Mundo da educação

Em artigo publicado no jornal espanhol El País, a embaixadora da Unesco Milú Villela compara a educação no Brasil com o futebol, dizendo que "se as famílias brasileiras tivessem em relação à educação a mesma capacidade de indignação que têm com as derrotas no futebol, o Brasil já teria um sistema de educação bem-sucedido."

O artigo afirma que "no campeonato mundial da educação, o Brasil perde de goleada" e diz que há pelo menos quatro décadas o país sofre com a indiferença de sucessivos governos e da sociedade como um todo.

Os números citados no jornal mostram que os brasileiros têm, em média, 4,9 anos de estudo contra 8,8 dos argentinos e 12,1 dos americanos.

O Brasil perderia até para a Costa Rica, cujos habitantes freqüentam a escola por 6,1 anos.

Milú Villela ressalva que o Brasil investe cerca de 4,2% do produto interno bruto em educação, mas argumenta que "os recursos são muito mal aplicados, as prioridades estão deslocadas: os estudantes de universidades públicas, normalmente nascidos em famílias de renda média e alta, recebem cinco vezes mais recursos que os alunos da escola primária."

México: ameaça à democracia

Um editorial do diário britânico The Times afirma que os protestos do candidato derrotado nas eleições mexicanas, o centro-esquerdista Andrés Manuel López Obrador, representam uma ameaça à democracia no país.

O jornal diz que a derrota por apenas 244 mil votos causou frustração e raiva compreensíveis, mas alega que o comportamento de López Obrador - pedindo a recontagem dos votos e acusando seu rival, Felipe Calderón, e o presidente Vicente Fox de ilegalidades - é irresponsável e injustificável.

"Nenhum dos observadores internacionais europeus encontrou irregularidades. Não há evidência de manipulação de votos. E mesmo que seja irritante perder por um mero 0,6% dos votos, a esquerda não tem base para um questionamento judicial", diz o texto.

O The Times defende que a recusa em reconhecer a derrota pode exacerbar antigas tensões dentro do México e afirma que López Obrador deve "evitar tal provocação inconseqüente antes que seja tarde demais."

O jornal americano The New York Timest também trata das eleições mexicanas em um artigo, dizendo que quem venceu nas urnas "não é nem de perto tão importante quanto quem perdeu", em uma referência ao mau desempenho do Partido Revolucionário Institucional (PRI) nas urnas.

O jornal frisa que "o candidato do PRI, que governou o país com mão de ferro por 70 anos, não ganhou em um estado sequer. Pior, o PRI, como o partido é conhecido, perdeu a maioria no congresso, caindo da maior facção na casa para a terceira maior."

Para o colunista, a questão agora é se os dois principais partidos - O Partido de Ação Nacional e o Partido Revolucionário Democrático - podem aprender a trabalhar juntos depois de uma eleição dividida.
 

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