Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/07/2006 - 20h16

Em Lisboa, Alckmin promete redução de impostos

JAIR RATTNER
da BBC Brasil, em Lisboa

O candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira em Lisboa que a carga fiscal brasileira deveria ser reduzida em pelo menos 10 pontos percentuais do PIB.

Essa seria a forma de garantir mais empregos no Brasil, para que os brasileiros não precisem buscar empregos no exterior.

"O Brasil está com uma carga fiscal de 38,9% do PIB. Eu entendo que ela está no mínimo dez pontos a mais do que deveria", disse.

"Se você for pegar os países emergentes, Argentina, Chile, Venezuela, México, todos têm menos de 30 pontos. Alguns têm 20% de carga tributária E o pior é que ela está aumentando de ano a ano. No ano passado aumentou 1,5% do PIB", acrescentou.

Estrangulamento

Segundo o candidato, a conseqüência da política fiscal é o estrangulamento do crescimento da economia.

"Não sobra dinheiro para investir. O investimento no ano passado foi de 0,4% do PIB. Então a fórmula do governo tem sido aumentar os gastos correntes, aumentar impostos e cortar investimentos."

"Nós vamos fazer o contrário: cortar gastos correntes, cortar impostos e aumentar o investimento. Esse parece ser o caminho para ter um crescimento mais forte", afirmou.

Alckmin não indicou como seria a redução concreta da carga fiscal.

"Isso não se faz em 24 horas. Mas nós vamos fazer um trabalho de reestruturação administrativa, que é a questão central para poder ter uma carga fiscal menor e o Brasil crescer", disse.

Apesar de criticar a CPMF, ele descartou um fim imediato desse imposto. Afirmou que a CPMF é injusta, por ser um imposto em cascata, mas que nenhum governo poderia abdicar imediatamente de uma fonte de receita de R$ 30 bilhões.

Petrobrás

Na primeira viagem ao exterior desde que foi indicado pelo PSDB, as críticas do candidato ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva também foram à política externa. Afirmou que o governo agiu mal e no caso da Bolívia, que nacionalizou seus hidrocarbonetos.

"Nesse caso houve expropriação dos ativos da Petrobrás, num ato de violência. Não se respeitou o contrato e a posição brasileira foi dúbia, submissa. Não ficou claro que o Brasil não aceita romper contratos, não aceita posições unilaterais, que o caminho é o do diálogo, do entendimento."

"O episódio foi ruim para toda a nossa região, porque criou uma insegurança jurídica, o que atrapalha novos investimentos", afirmou.

Ele afirmou que o governo Lula partidarizou a política externa, deixando de lado os interesses do país. Disse que nunca aceitaria a reunião com Evo Morales e Hugo Chávez, com ocorreu depois das nacionalizações.

Viagem

Alckmin está em Portugal na primeira escala de sua viagem de dois dias ao exterior – na terça-feira vai para a Bélgica, encontrar-se com o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso.

Nas reuniões que teve com o presidente português Aníbal Cavaco Silva e com o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, discutiu relações comerciais, investimentos e as negociações para liberalização do comércio mundial.

Os dois líderes portugueses tiveram atitudes diferentes em relação ao candidato. Cavaco Silva, de centro-direita, deixou os repórteres entrarem na sala para fotografias e filmagem para a televisão.

Sócrates, do Partido Socialista, não deixou tirarem fotos e nem acompanhou Alckmin até a porta, para não serem fotografados juntos – a explicação da assessoria de imprensa de Sócrates foi que as imagens não estavam previstas inicialmente.

Apesar de haver mais de 100 mil imigrantes brasileiros em Portugal, não está previsto nenhum encontro com a comunidade.

"São só dois dias. Hoje em Portugal e amanhã na União Européia", justificou Alckmin.

"Eu entendo que o eleitorado no exterior é muito importante. Nós temos populações grandes fora do país. Acho que é importante levar uma mensagem a respeito do nosso programa de governo, nosso projeto."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página