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20/07/2006
-
15h55
da BBC Brasil, em Córdoba
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu na cidade argentina de Córdoba que os juros no Brasil podem cair ainda mais, mantidas as condições atuais da economia, que estariam em "um contexto favorável".
As declarações do ministro foram feitas nesta quinta-feira a jornalistas brasileiros, um dia depois que o Copom (Comitê de Política Monetária) cortou 0,5 pontos percentuais da taxa básica de juros (Selic). Com a decisão, os juros caíram para seu menor patamar desde a criação da taxa Selic, de 14,75% ao ano.
“As causas que mantinham os juros altos eram anormais, mas também estão sendo debeladas”, disse. “A inflação também está adequadamente sob controle e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ficará entre 4% e 4,5% este ano.”
Mantega participa da reunião de ministros da área econômica do Mercosul. A reunião semestral do bloco, que inclui a Venezuela como membro pleno, é realizada em Córdoba, a uma hora e dez minutos de vôo de Buenos Aires.
Para o ministro brasileiro, o Mercosul precisa de “harmonia macroeconômica”, como ocorreu com a União Européia. Assim, disse ele, o Mercosul estará caminhando para um acordo de Maastrich, que integrou as economias dos países europeus reunidos neste bloco.
Fidel Castro
A reunião começou na manhã desta quinta-feira e terminará no dia seguinte, sexta-feira, com uma entrevista coletiva dos cinco presidentes do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a Venezuela).
Foi confirmada a presença do líder cubano Fidel Castro, que, pela primeira vez desde o nascimento do Mercosul, há quinze anos, participará da reunião.
Os quatro países originais do Mercosul assinarão acordo comercial com Cuba, que incluirá a compra de medicamentos e charutos cubanos e a venda, no caso do Brasil, de máquinas agrícolas e chassis de ônibus, entre outros produtos.
A Venezuela não assinará esse acordo porque ainda não integrava o bloco até a conclusão deste entendimento de tarifas preferenciais ou sua total eliminação neste acordo comercial.
Às vésperas de cumprir 80 anos, Fidel promete ser a estrela do encontro oficial e da manifestação paralela, prevista para sexta-feira. Liderado pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, o encontro reunirá diferentes setores sociais, que começaram a desembarcar de ônibus na cidade argentina.
A manfestação paralela com a presença de chefes de Estado também é inédita num encontro do Mercosul. Mas indica que será semelhante à que foi realizada durante a reunião de Cúpula das Américas, no ano passado, no balneário argentino de Mar del Plata, que contou com a presença do presidente americano George W. Bush - quando as discussões sobre a Alca (Área de livre Comércio das Américas) foram “sepultadas”, segundo palavras de Chávez.
Sem Amorim
De acordo com diplomatas brasileiros, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não participará da reunião em Córdoba porque se dedica, em Brasília, a coordenar o resgate dos brasileiros que vivem no Líbano, alvo da guerra com Israel. Em seu lugar, estará o vice-ministro das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
Este encontro marcará, como disse o subsecretário argentino de Integração Econômica, Eduardo Sigal, “um empurrão político no Mercosul”. Afinal, entende, a adesão da Venezuela (um dos maiores produtores de petróleo do mundo) dará novo peso político e econômico ao bloco.
“O Mercosul está provando que está vivo e que não está, como afirmaram alguns analistas, numa fase terminal”, disse Sigal. Para ele, os problemas que existem hoje são bilaterais entre sócios desta integração – caso, por exemplo, da Argentina e do Uruguai, que disputam a construção de duas fábricas de pasta de celulose.
Mas não foi esse o tom do vice-chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez, ao chegar ao encontro, na véspera. “Ou o Mercosul transforma (promessas) em ações concretas ou combinamos que o bloco é uma área de livre comércio”, disse.
O Paraguai e o Uruguai, insatisfeitos com os benefícios extraídos do Mercosul, têm feito sucessivas críticas contra esta integração, mas o ministro Celso Amorim disse, recentemente, que há uma tentativa de compensar estes países com população e economias menores dentro do bloco.
Uma das alternativas seria abrir mercados de exportações específicos para os produtos paraguaios e uruguaios. Um assunto que deverá avançar no próximo semestre quando o Brasil vai estar na presidência do bloco, que será assumida nesta reunião de Córdoba.
Mantega diz em Córdoba que juros podem cair mais
MÁRCIA CARMOda BBC Brasil, em Córdoba
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu na cidade argentina de Córdoba que os juros no Brasil podem cair ainda mais, mantidas as condições atuais da economia, que estariam em "um contexto favorável".
As declarações do ministro foram feitas nesta quinta-feira a jornalistas brasileiros, um dia depois que o Copom (Comitê de Política Monetária) cortou 0,5 pontos percentuais da taxa básica de juros (Selic). Com a decisão, os juros caíram para seu menor patamar desde a criação da taxa Selic, de 14,75% ao ano.
“As causas que mantinham os juros altos eram anormais, mas também estão sendo debeladas”, disse. “A inflação também está adequadamente sob controle e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ficará entre 4% e 4,5% este ano.”
Mantega participa da reunião de ministros da área econômica do Mercosul. A reunião semestral do bloco, que inclui a Venezuela como membro pleno, é realizada em Córdoba, a uma hora e dez minutos de vôo de Buenos Aires.
Para o ministro brasileiro, o Mercosul precisa de “harmonia macroeconômica”, como ocorreu com a União Européia. Assim, disse ele, o Mercosul estará caminhando para um acordo de Maastrich, que integrou as economias dos países europeus reunidos neste bloco.
Fidel Castro
A reunião começou na manhã desta quinta-feira e terminará no dia seguinte, sexta-feira, com uma entrevista coletiva dos cinco presidentes do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a Venezuela).
Foi confirmada a presença do líder cubano Fidel Castro, que, pela primeira vez desde o nascimento do Mercosul, há quinze anos, participará da reunião.
Os quatro países originais do Mercosul assinarão acordo comercial com Cuba, que incluirá a compra de medicamentos e charutos cubanos e a venda, no caso do Brasil, de máquinas agrícolas e chassis de ônibus, entre outros produtos.
A Venezuela não assinará esse acordo porque ainda não integrava o bloco até a conclusão deste entendimento de tarifas preferenciais ou sua total eliminação neste acordo comercial.
Às vésperas de cumprir 80 anos, Fidel promete ser a estrela do encontro oficial e da manifestação paralela, prevista para sexta-feira. Liderado pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, o encontro reunirá diferentes setores sociais, que começaram a desembarcar de ônibus na cidade argentina.
A manfestação paralela com a presença de chefes de Estado também é inédita num encontro do Mercosul. Mas indica que será semelhante à que foi realizada durante a reunião de Cúpula das Américas, no ano passado, no balneário argentino de Mar del Plata, que contou com a presença do presidente americano George W. Bush - quando as discussões sobre a Alca (Área de livre Comércio das Américas) foram “sepultadas”, segundo palavras de Chávez.
Sem Amorim
De acordo com diplomatas brasileiros, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não participará da reunião em Córdoba porque se dedica, em Brasília, a coordenar o resgate dos brasileiros que vivem no Líbano, alvo da guerra com Israel. Em seu lugar, estará o vice-ministro das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
Este encontro marcará, como disse o subsecretário argentino de Integração Econômica, Eduardo Sigal, “um empurrão político no Mercosul”. Afinal, entende, a adesão da Venezuela (um dos maiores produtores de petróleo do mundo) dará novo peso político e econômico ao bloco.
“O Mercosul está provando que está vivo e que não está, como afirmaram alguns analistas, numa fase terminal”, disse Sigal. Para ele, os problemas que existem hoje são bilaterais entre sócios desta integração – caso, por exemplo, da Argentina e do Uruguai, que disputam a construção de duas fábricas de pasta de celulose.
Mas não foi esse o tom do vice-chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez, ao chegar ao encontro, na véspera. “Ou o Mercosul transforma (promessas) em ações concretas ou combinamos que o bloco é uma área de livre comércio”, disse.
O Paraguai e o Uruguai, insatisfeitos com os benefícios extraídos do Mercosul, têm feito sucessivas críticas contra esta integração, mas o ministro Celso Amorim disse, recentemente, que há uma tentativa de compensar estes países com população e economias menores dentro do bloco.
Uma das alternativas seria abrir mercados de exportações específicos para os produtos paraguaios e uruguaios. Um assunto que deverá avançar no próximo semestre quando o Brasil vai estar na presidência do bloco, que será assumida nesta reunião de Córdoba.
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