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21/07/2006
-
23h26
da BBC Brasil, em Córdoba
O presidente cubano, Fidel Castro, defendeu o cultivo da folha de coca, em apoio à administração do presidente boliviano, Evo Morales.
"No meu aniversário (de oitenta anos, em agosto), Evo vai me mandar uma torta de coca", disse, referindo-se ao colega boliviano Evo Morales.
Vestido de terno cinza escuro e gravata vermelha, as palavras do líder cubano foram ouvidas em silêncio pelos outros sete chefes de estado que participam, nesta sexta-feira, da trigésima reunião do Mercosul.
Fidel ressaltou que "coca não é cocaína" e que o café e o tabaco podem fazer mais dano do que o chá de coca.
"Ninguém vai apoiar a cocaína e todos vamos combatê-la, mas a folha de coca é diferente".
Durante quarenta minutos de discurso, Fidel disse que sofreu mais de seiscentos planos de atentado e que sobreviveu, apesar da "maior força do mundo" lutando contra ele.
Voz pausada, gestos levemente trêmulos, Fidel provocou silêncio até mesmo no centro de imprensa, onde mais de cem jornalistas de diferentes países concentraram-se para escutá-lo diante de um telão.
A mesma audiência não foi registrada durante as falas dos outros presidentes - do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, da Argentina, Nestor Kirchner, do Uruguai, Tabaré Vásquez, do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, da Venezuela, Hugo Chávez (que também usou gravata vermelha), do Chile, Michelle Bachelet, da Bolívia, Evo Morales.
No discurso, Fidel defendeu ainda a maior integração da América Latina e a adesão da Venezuela ao Mercosul.
"Se a Europa pode se unir, por que nós não?", perguntou Fidel.
'Intrometido'
A tranqüilidade de Fidel, durante o discurso, foi muito diferente da reação exaltada que teve quando perguntado, em meio a um tumulto de fotógrafos e cinegrafistas, sobre a sua sucessão presidencial.
"Pergunte ao (George W.) Bush sobre os crimes de Posada Carriles. Intrometido. Mercenário. Você é cubano?".
No meio da confusão, o jornalista respondeu: "Sou argentino".
Fidel continuou: "Argentino. Que?". As palavras de Fidel foram ditas enquanto ele gesticulava fortemente e demonstrava sua impaciência.
Luis Posada Carriles é um ex-agente da CIA e anti-castrista cubano, que teria confessado atentados e ameaças contra interesses da ilha caribenha.
Minutos antes, a presença do presidente cubano provocou um empurra-empurra de fotógrafos e jornalistas, logo depois da foto oficial.
As bandeiras dos países do bloco caíam, enquanto os seguranças tentavam impedir que o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, caísse e o mesmo ocorresse com Fidel.
No final do dia, milhares de ativistas se reuniram no campus da Universidade de Córdoba, na chamada Cúpula dos Povos, para ouvir o discurso do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Chávez pediu por mais ênfase em projetos para redução de pobreza e foi acompanhado pelo líder cubano Fidel Castro.
Fidel defende coca e se irrita com jornalista
MARCIA CARMOda BBC Brasil, em Córdoba
O presidente cubano, Fidel Castro, defendeu o cultivo da folha de coca, em apoio à administração do presidente boliviano, Evo Morales.
"No meu aniversário (de oitenta anos, em agosto), Evo vai me mandar uma torta de coca", disse, referindo-se ao colega boliviano Evo Morales.
Vestido de terno cinza escuro e gravata vermelha, as palavras do líder cubano foram ouvidas em silêncio pelos outros sete chefes de estado que participam, nesta sexta-feira, da trigésima reunião do Mercosul.
Fidel ressaltou que "coca não é cocaína" e que o café e o tabaco podem fazer mais dano do que o chá de coca.
"Ninguém vai apoiar a cocaína e todos vamos combatê-la, mas a folha de coca é diferente".
Durante quarenta minutos de discurso, Fidel disse que sofreu mais de seiscentos planos de atentado e que sobreviveu, apesar da "maior força do mundo" lutando contra ele.
Voz pausada, gestos levemente trêmulos, Fidel provocou silêncio até mesmo no centro de imprensa, onde mais de cem jornalistas de diferentes países concentraram-se para escutá-lo diante de um telão.
A mesma audiência não foi registrada durante as falas dos outros presidentes - do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, da Argentina, Nestor Kirchner, do Uruguai, Tabaré Vásquez, do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, da Venezuela, Hugo Chávez (que também usou gravata vermelha), do Chile, Michelle Bachelet, da Bolívia, Evo Morales.
No discurso, Fidel defendeu ainda a maior integração da América Latina e a adesão da Venezuela ao Mercosul.
"Se a Europa pode se unir, por que nós não?", perguntou Fidel.
'Intrometido'
A tranqüilidade de Fidel, durante o discurso, foi muito diferente da reação exaltada que teve quando perguntado, em meio a um tumulto de fotógrafos e cinegrafistas, sobre a sua sucessão presidencial.
"Pergunte ao (George W.) Bush sobre os crimes de Posada Carriles. Intrometido. Mercenário. Você é cubano?".
No meio da confusão, o jornalista respondeu: "Sou argentino".
Fidel continuou: "Argentino. Que?". As palavras de Fidel foram ditas enquanto ele gesticulava fortemente e demonstrava sua impaciência.
Luis Posada Carriles é um ex-agente da CIA e anti-castrista cubano, que teria confessado atentados e ameaças contra interesses da ilha caribenha.
Minutos antes, a presença do presidente cubano provocou um empurra-empurra de fotógrafos e jornalistas, logo depois da foto oficial.
As bandeiras dos países do bloco caíam, enquanto os seguranças tentavam impedir que o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, caísse e o mesmo ocorresse com Fidel.
No final do dia, milhares de ativistas se reuniram no campus da Universidade de Córdoba, na chamada Cúpula dos Povos, para ouvir o discurso do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Chávez pediu por mais ênfase em projetos para redução de pobreza e foi acompanhado pelo líder cubano Fidel Castro.
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