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26/07/2006
-
07h26
da BBC Brasil, em Haifa
A ursa Buba não está bem. Ela está presa há nove dias e os efeitos de não poder caminhar na parte externa reservada para ela no zoológico de Haifa já começam a aparecer.
"Ela desenvolveu um abscesso na perna", disse a diretora do zoológico, Dra. Etty Ararat.
Como todos os animais do zoológico, Buba, uma ursa siberiana marrom de oito anos, foi confinada a seu cubículo de concreto destinado a dormir para protegê-la dos bombardeios de mísseis do Líbano.
"Os ursos não estão estressados com as sirenes de aviso de ataques, mas eles não entendem por quê têm de ficar trancafiados o tempo todo", disse Ararat.
Os funcionários do zoológico não podem arriscar. Sirenes são ouvidas várias vezes por dia e a destruição dos locais atingidos por bombas tem sido devastadora.
Os animais são soltos sob supervisão durante períodos curtos, mas quando soam os alarmes, todos são rapidamente colocados de volta às jaulas.
Busca por comida
Dos 40 funcionários do zoológico, Ararat é uma das quatro que sobraram na área de três hectares para tomar conta de mil animais, apesar do perigo.
A situação do zoológico ficou ainda mais difícil porque o local foi forçado a fechar suas portas aos visitantes na época mais movimentada do ano.
"Em julho e agosto nós recebemos cerca de 3 mil pessoas por dia, mas agora nós estamos perdendo dinheiro todo dia, o que pode ter um impacto sobre tudo", disse Ararat.
"Os nossos fornecedores também estão fechados, portanto, tentar achar comida para os animais é uma missão nestes dias, quando normalmente não é, e nós precisamos de ajuda."
A área onde os leões, tigres e leopardos normalmente andam soltos está vazia. Todos penam nas jaulas, onde têm espaço apenas para se deitar no chão.
O confinamento está tendo seus efeitos em Barbara, uma tigresa-de-bengala de 32 anos.
"Barbara está deprimida", afirmou Ararat. "Ela gosta de brincar fora, mas desde que ela está aqui dentro ela parou de brincar. Ela normalmente vem até mim, mas agora ela não me dá mais atenção."
Babuínos ansiosos
Na porta ao lado, três leões africanos - Simba, Jungle e Gov - estão sentados na pequena jaula, olhando desconfiados quando eu entro no local.
Eles quase não se mexem, mas rosnam na medida em que chego mais perto, fazendo-me questionar se os tempos de guerra deixaram seus nervos à flor da pele.
"Na verdade, as sirenes não têm nenhum efeito sobre eles", explicou Ararat. "Todos grandes gatos são preguiçosos e eles parecem não ligar estar aqui, contanto que recebam comida. Mas, obviamente, não é bom para eles."
De todos os animais do zoológico, os mais afetados com as sirenes e as explosões intermitentes são os 17 babuínos.
"Nós podemos notar as mudanças de seu comportamento", disse Ararat. "Eles estão muito ansiosos em sair e eles estão começando a bater nas portas."
Ararat disse que enquanto a guerra continuar, a tendência é a situação no zoológico agravar-se.
"Espero que termine logo - não é bom, para as pessoas nem para os animais. Mas eu nasci otimista e, de uma forma ou de outra, o zoológico vai sobreviver."
Zôo de Haifa enfrenta drama por causa de mísseis
RAFFI BERGda BBC Brasil, em Haifa
A ursa Buba não está bem. Ela está presa há nove dias e os efeitos de não poder caminhar na parte externa reservada para ela no zoológico de Haifa já começam a aparecer.
"Ela desenvolveu um abscesso na perna", disse a diretora do zoológico, Dra. Etty Ararat.
Como todos os animais do zoológico, Buba, uma ursa siberiana marrom de oito anos, foi confinada a seu cubículo de concreto destinado a dormir para protegê-la dos bombardeios de mísseis do Líbano.
"Os ursos não estão estressados com as sirenes de aviso de ataques, mas eles não entendem por quê têm de ficar trancafiados o tempo todo", disse Ararat.
Os funcionários do zoológico não podem arriscar. Sirenes são ouvidas várias vezes por dia e a destruição dos locais atingidos por bombas tem sido devastadora.
Os animais são soltos sob supervisão durante períodos curtos, mas quando soam os alarmes, todos são rapidamente colocados de volta às jaulas.
Busca por comida
Dos 40 funcionários do zoológico, Ararat é uma das quatro que sobraram na área de três hectares para tomar conta de mil animais, apesar do perigo.
A situação do zoológico ficou ainda mais difícil porque o local foi forçado a fechar suas portas aos visitantes na época mais movimentada do ano.
"Em julho e agosto nós recebemos cerca de 3 mil pessoas por dia, mas agora nós estamos perdendo dinheiro todo dia, o que pode ter um impacto sobre tudo", disse Ararat.
"Os nossos fornecedores também estão fechados, portanto, tentar achar comida para os animais é uma missão nestes dias, quando normalmente não é, e nós precisamos de ajuda."
A área onde os leões, tigres e leopardos normalmente andam soltos está vazia. Todos penam nas jaulas, onde têm espaço apenas para se deitar no chão.
O confinamento está tendo seus efeitos em Barbara, uma tigresa-de-bengala de 32 anos.
"Barbara está deprimida", afirmou Ararat. "Ela gosta de brincar fora, mas desde que ela está aqui dentro ela parou de brincar. Ela normalmente vem até mim, mas agora ela não me dá mais atenção."
Babuínos ansiosos
Na porta ao lado, três leões africanos - Simba, Jungle e Gov - estão sentados na pequena jaula, olhando desconfiados quando eu entro no local.
Eles quase não se mexem, mas rosnam na medida em que chego mais perto, fazendo-me questionar se os tempos de guerra deixaram seus nervos à flor da pele.
"Na verdade, as sirenes não têm nenhum efeito sobre eles", explicou Ararat. "Todos grandes gatos são preguiçosos e eles parecem não ligar estar aqui, contanto que recebam comida. Mas, obviamente, não é bom para eles."
De todos os animais do zoológico, os mais afetados com as sirenes e as explosões intermitentes são os 17 babuínos.
"Nós podemos notar as mudanças de seu comportamento", disse Ararat. "Eles estão muito ansiosos em sair e eles estão começando a bater nas portas."
Ararat disse que enquanto a guerra continuar, a tendência é a situação no zoológico agravar-se.
"Espero que termine logo - não é bom, para as pessoas nem para os animais. Mas eu nasci otimista e, de uma forma ou de outra, o zoológico vai sobreviver."
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